Historicamente, os ciclos de alta do mercado de criptomoedas se dividem em duas fases: três anos de valorização do Bitcoin e, no último ano, a chamada “altseason” — período em que outras criptomoedas ganham protagonismo. Com o atual mercado em alta, analistas começam a questionar se o momento das altcoins está se aproximando.
No dia 27 de janeiro, a dominância do Bitcoin atingiu 64%, impulsionada pelo fenômeno do DeepSeek, que tomou o mercado financeiro de assalto. O evento levou investidores a retirarem capital de projetos mais arriscados para alocá-lo no Bitcoin, visto como o ativo mais consolidado do setor cripto.
Desde então, essa dominância tem apresentado queda, chegando a 60,6% nesta segunda-feira (17). Rony Szuster, analista do Mercado Bitcoin (MB), destaca que, embora o nível atual ainda seja elevado, a redução constante pode sinalizar a aproximação de uma nova altseason.
Memecoins são um sinal da altseason?
O recente hype em torno da plataforma Pump.fun e da memecoin associada a Donald Trump levanta dúvidas sobre se a altseason já começou. No entanto, Szuster argumenta que esses movimentos ainda carecem de força para impactar significativamente o mercado.
“Apesar do entusiasmo gerado, essa não foi uma altseason como as que vimos no passado. Mesmo com a memecoin do Trump alcançando uma capitalização de mercado de US$ 15 bilhões e outras memecoins superando seus preços do ano anterior, esses ativos ainda não têm peso suficiente para alterar substancialmente a dominância do Bitcoin. O volume de capital envolvido, embora expressivo, não é grande o bastante para promover uma mudança estrutural”, explica o analista.
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Atualmente, a capitalização de mercado do Bitcoin é de US$ 1,9 trilhão. O Ethereum aparece em seguida, com US$ 329 bilhões, seguido pela XRP, que soma US$ 152 bilhões. Entre as memecoins, a Dogecoin lidera, com um total de US$ 38 bilhões — apenas 2% do volume do Bitcoin, enquanto o Ethereum já representa 17,2%.
Dessa forma, o equilíbrio do mercado cripto só se altera de maneira significativa quando projetos como Ethereum (ETH), Solana (SOL), XRP e Tether (USDT) registram mudanças substanciais em seus volumes.
Fatores que podem limitar a altseason
Szuster também alerta que a recente valorização das memecoins pode, na verdade, comprometer a altseason, reduzindo sua duração e limitando a queda tradicional da dominância do Bitcoin em ciclos anteriores.
Além disso, outro fator que pode dificultar a ascensão das altcoins é a forte captação de capital pelos ETFs de Bitcoin, que consolidam ainda mais o protagonismo do BTC no mercado.
Apesar dos desafios, Szuster mantém uma visão otimista: “Acreditamos que ainda haverá uma altseason, mesmo que menor do que em anos anteriores.”
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