Desde o surgimento do Bitcoin em 2009, seu preço passou por grandes variações de preço, mas sempre à frente no geral, tornando-se um dos investimentos mais lucrativos da história para o investidor que obteve a paciência de mantê-lo.
No entanto, diversas pessoas e organizações venderam suas moedas cedo demais, seja por ceticismo, necessidade financeira ou falta de percepção sobre o potencial do ativo.
Diante das cotações atuais, algumas dessas escolhas soam trágicas, já que muitos que deixaram a criação de Satoshi Nakamoto de lado poderiam estar milionários — basta relembrar casos emblemáticos de indivíduos e empresas que se desfizeram de seus bitcoins antes que sua valorização disparasse.
Veja, por ordem cronológica, alguns casos de pessoas e entidades que venderam seus bitcoins cedo demais.
Lazlo Hanyecz — 2010
De longe, esse caso é o mais famoso. No dia 22 de maio de 2010, o programador Lazlo Hanyecz realizou a primeira transação comercial com o Bitcoin a partir da Flórida, EUA.
Na ocasião, ele comprou duas pizzas por 10 mil bitcoins, que na época poderiam ser trocados por US$ 41; atualmente, o montante é avaliado em cerca de US$ 840 milhões, o que evidencia a valorização da criptomoeda ao longo dos anos.
Em resumo, o fato marca a primeira vez que o Bitcoin foi usado para comprar um “bem” do mundo real, o que a comunidade cripto batizou de “Bitcoin Pizza Day”, comemorado por bitcoiners ao redor do mundo todo dia 22 de maio.
Martti Malmi — 2011
Martti Malmi, um dos primeiros desenvolvedores do Bitcoin, ajudou Satoshi Nakamoto no início da criptomoeda e vendeu 55.000 bitcoins entre 2011 e 2012, o que hoje seria equivalente a US$ 1,2 bilhão. Na época, usou o dinheiro para melhorar sua vida, comprando um apartamento e estudando japonês no Japão.
Embora se arrependa da venda, Malmi acredita que sua decisão estava alinhada com o espírito de ajudar a criptomoeda a crescer, sem pensar no ganho pessoal. Mas ele manteve alguns bitcoins, que ainda lhe trouxeram bons ganhos ao longo dos anos. Para ele, a experiência mostrou que não é preciso ser rico para ter uma vida satisfatória.
Greg Schoen — 2011
Greg Schoen foi um dos primeiros compradores de Bitcoin. Em um tweet de maio de 2011, quando o BTC atingia US$ 8, Schoen se mostrou arrependido de ter vendido seus 1700 BTC a US$ 0,30 por moeda, já que ele teria pago US$ 0,06 por BTC.
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O tweet foi então compartilhado nas redes sociais e acabou chamando a atenção do então CEO da Binance, ChangPeng ‘CZ’ Zhao, que lançou a icônica frase: “Não importa o quão cedo você chega, mas sim quanto tempo você consegue segurar”.
O assunto voltou a ser repercutido anos mais tarde, inclusive com @GregSchoen oferecendo NFTs do seu tweet na OpenSea por até 0,1 ETH. Mas, em resumo, se Schoen tivesse segurado seus bitcoins ele teria em carteira hoje aproximadamente US$ 140 milhões.
Governo da Alemanha — 2014
Em julho de 2014, o governo da Alemanha esvaziou totalmente suas carteiras com bitcoins após uma série de vendas que totalizou US$ 3,4 bilhões dos ativos apreendidos de criminosos. As transações foram detectadas pela firma de análise de blockchain, Arkham.
A Polícia Federal da Alemanha apreendeu 50 mil bitcoin após derrubar a operação do site Movie2k.to, que vendia filmes piratas na internet e funcionou até 2013. Segundo a Arkham, os donos do site entregaram os bitcoins de forma voluntária, como parte do acordo com as autoridades.
Governo dos EUA — 2014 a 2021
O governo dos EUA já realizou vários leilões Bitcoin, sendo um dos mais famosos o contou com a participação do empresário Tim Draper. Em junho de 2014, Draper que arrematou 29.657 BTC por US$ 18,7 milhões — cerca de US$ 600 por moeda. Agora, o montante vale US$ 2,5 bilhões.
Os EUA , no entanto, não pararam, e continuaram eventualmente com os leilões, liquidando pelo menos 195 mil BTC até pelo menos em no início de 2021, segundo levantamento feito há cerca de dois anos pelo engenheiro de software Jameson Lopp. Atualmente, os EUA mantêm 198 mil bitcoins, segundo dados do Bitcoin Treasuries.
Thiago Nigro, o Primo Rico — 2024
No final de agosto de 2024, Thiago Nigro, mais conhecido como Primo Rico vendeu toda sua reserva de bitcoins. Nigro havia vendido 6,24 BTC, que renderam a ele na ocasião um total de R$ 2,3 milhões com a moeda a R$ 380 mil.
Em novembro, no entanto, veio o rali do Bitcoin e o empresário deixou de ganhar cerca de R$ 1 milhão a mais se tivesse segurado os ativos. Em janeiro deste ano, ele voltou a comprar mais de R$ 1 milhão em Bitcoin e se tornou um ‘wholecoiner’ novamente — O termo significa “moeda inteira”, é usado para quem possui pelo menos um BTC inteiro.
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