Imagem da matéria: Criador da FTX admite que postura de bom moço era fachada: "Falamos bobagens para que gostem de nós"
Criador da FTX, Sam Bankman-Fried no Congresso dos EUA (Foto: Reprodução)

Sam Bankman-Fried (SBF) voltou a falar com a imprensa, após ter dado entrevista para o jornal The New York Times no domingo (13). Dessa vez, o criador da FTX falou nesta quinta-feira (17) com o portal Vox por meio de troca de mensagens diretas no Twitter.

O ponto mais notório é que empresário admitiu que todo seu discurso de filantropo, o interesse em causas sociais e em fazer negócios de forma ética era uma grande fachada.

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Durante a conversa, a jornalista da Vox diz para SBF que “Você era muito bom em falar sobre ética para alguém que vê tudo como um jogo entre ganhadores e perdedores”.

SBF responde: “Sim, eu tinha que ser, é disso que as reputações são feitas, em alguma medida. Eu me sinto mal por quem se ferrou por esse jogo que nós ocidentais politicamente corretos jogamos no qual falamos todas as bobagens corretas e todo mundo gosta de nós”.

SBF mostra ver uma visão bastante cínica sobre o mundo. “Não existe ninguém por aí se certificando de que apenas coisas boas sejam feitas, e não ruins. Em geral existe apenas uma alternativa: faça mais ou menos”.

Dinheiro da FTX era da Alameda – ou vice-versa

Pelo aspecto financeiro, o empresário admite que as finanças da FTX e da firma de investimentos Alameda Research eram uma coisa só. E, além disso, que quem depositava seu dinheiro na FTX estava na verdade colocando dinheiro na Alameda.

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“É como se fosse ‘ah, a FTX não tem uma conta bancária. Eu acho que as pessoas podem transferir para a Alameda para colocar o dinheiro na FTX’. Três anos depois: ‘Caramba, parece que as pessoas transferiram US$ 8 bilhões para a Alameda e, meu Deus, nós basicamente esquecemos da conta que corresponde à essa e por isso nunca foi entregue para a FTX”, afirmou SBF.

O empresário disse isso após ser perguntado se usava dinheiro de clientes da FTX para outros propósitos que não fossem os designados pelos donos dos ativos.

“Não era bem emprestar. Era mais confuso e orgânico que isso. Cada passo isolado parecia racional e razoável e quando juntamos tudo na semana passada, não era. A maioria das corretoras faz isso em alguma medida”, afirmou.

Estado de negação

Outro elemento que aparece na entrevista é o estado de negação da realidade de SBF. Ele acredita que o pedido de recuperação judicial foi o principal erro e que teria condições de levantar US$ 8 bilhões em arrecadação para pagar os clientes.

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“Se eu não tivesse feito isso [entrado com pedido de recuperação judicial] os saques estariam sendo reabertos em um mês. Mas em vez disso eu entrei com o pedido e as pessoas no comando estão tentando queimar tudo por conta de vergonha”, afirma.

Para espanto da jornalista conduzindo a entrevista, SBF diz que ainda pode conseguir fazer a corretora retormar os saques e que vê uma possibilidade de 50% de isso ocorrer.

“Tenho duas semanas para levantar US$ 8 bilhões”, disse sobre seus próximos planos.

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