Rússia pode usar mineração de Bitcoin para fugir de sanções econômicas, alerta FMI

País pode gerar receita com recursos energéticos destinados à mineração de criptomoedas, segundo a entidade
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(Foto: Shutterstock)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez um alerta que a Rússia pode evadir as sanções econômicas implementadas por conta de sua invasão à Ucrânia ao migrar para a mineração de criptomoedas, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (19).

O relatório alerta especificamente que a Rússia pode se aproveitar de suas vastas fontes de energia destinadas à mineração cripto e assim gerar receita.

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“Com o tempo, países sancionados também poderão alocar mais recursos à evasão de sanções via mineração. A mineração para blockchains que consomem muita energia, como o Bitcoin, pode permitir que países monetizem fontes de energia — algumas das quais não podem ser exportadas devido a sanções”, alega o FMI.

A organização internacional acrescentou uma ressalva em seu alerta, afirmando que a participação na mineração por países sancionados — bem como o tamanho total da receita global pela mineração — “sugere que a magnitude de tais fluxos é relativamente contida, apesar de ainda haverem riscos à integridade financeira”.

Anteriormente, o presidente Vladimir Putin havia dito que a Rússia possui uma “vantagem competitiva” quando o assunto é a mineração de bitcoin (BTC).

De acordo com dados da Universidade de Cambridge, a Rússia é uma das principais jurisdições do mundo na dominância da mineração de bitcoin, sendo classificada em terceiro lugar em um estudo publicado em 2021.

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Após a invasão à Ucrânia, houve preocupações sobre a possibilidade de a Rússia evitar sanções via cripto.

É importante destacar que, embora seja improvável que criptomoedas permitam que a Rússia — como um Estado-nação — amenize completamente a força das sanções internacionais, entidades específicas sancionadas podem recorrer a cripto para ganhar receita.

Além da mineração, outros métodos podem ser — e já foram — usados no passado. Um exemplo são os ransomware, uma indústria que encheu o bolso de agentes afiliados à Rússia mais do que qualquer outro grupo em 2021.

Crane Hassold, ex-agente do Departamento Federal de Investigações dos EUA (ou FBI) e atual diretor de inteligência contra ameaças na Abnormal Security, havia dito ao Decrypt que criptomoedas são o “principal elemento” na atual indústria de ransomware.

Outro método seria pelo simples uso de corretoras cripto que não cumprem com sanções.

Em setembro de 2021, a corretora cripto SUEX foi sancionada pelo Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (ou OFAC) do Tesouro Americano como uma entidade responsável por (ou envolvida em) ciberatividades que vão de encontro aos interesses dos Estados Unidos.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.