Aos 41 anos, Juliano Caju teve um boom em 2021. Seu canal no YouTube em agosto estava com 7 mil inscritos e agora está com 25 mil. Tudo focado em como minerar criptomoedas — e lucrar com a atividade.
Ele ainda responde todo mundo, mas ao que tudo indica isso deixará de ser possível em breve. Caju conversou com o Portal do Bitcoin sobre o estado da mineração de criptomeodas no país. Segundo o especialista, o lucro está em 4,5% do investido, sendo que o mercado aqui é com foco em Ethereum.
Desenvolver web desde 1997, Caju foi emancipado aos 17 anos para poder abrir sua empresa. Ela existe até hoje, mas atualmente ocupa apenas metade do tempo do empresário. O restante vai para o YouTube e família.
“Vejo o YouTube como um negócio, não como um hobby ou algo para me dar fama. Eu calculo o valor da minha hora, que ganharia se estivesse empregando na empresa, e é a minha meta”, afirma.
A mãe de todas as dúvidas: quantas placas cabem?
Mas Caju foi muito além de fazer um canal de YouTube sobre mineração. Ele começou a catalogar as maiores dúvidas, necessidades e anseios da comunidade de mineração no Brasil e se propôs a atender a tudo isso em seu site.
“A maior dúvida era: vou comprar essa placa mãe; quantas placas de vídeo cabem? Ninguém sabe. Eu criei uma seção no meu site onde você minerador tira um print da sua placa mãe, com quantas placas de vídeo ela tem, me manda e eu publico. Hoje eu tenho uma relação de mais de 180 placas mãe com a quantidade de cada placa de vídeo que cada uma aguenta. Antes tinha que ficar pesquisando em Reddit, indo em fórum australiano…”.
Caju também colocou um setor de notícias, fez um bot que compara os e-commerces e mostra o megahash mais barato por real, conectou vários marketplaces do qual ganha porcentagens pelas vendas, adicionou as publicidades do Google. Hoje ganha mais com o site do que com o YouTube.
O empresário quer ser um ponto de início, meio e fim para quem quer minerar.
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“A pessoa vendo meus vídeos e entrando no meu site consegue comprar os produtos, montar a rig, fazer overclock e consertar erros que aparecerem. Eu já cataloguei mais de 40 erros”, diz.
As seis substitutas do Ethereum
Caju é um operário da mineração. Em seu canal, tem uma série que chama “rentabilidade overclock”, na qual pega todas as placas de vídeo do mercado e desenvolve overclock para sete moedas. Ethereum e outras seis considera que vão substituir o Ethereum quando a rede for para a versão 2.0: ravencoin, ergo, flux, fero, conflux e bin.
O empresário já fez o teste com mais de 20 placas de vídeo – cada teste dura sete dias. Ao todo soma mil dólares nessas altcoins, só com os testes para o canal.
“Só falo do que eu testo. Não falo do que eu apenas li. Tudo que eu falo eu fiz na prática”, conta o minerador.
Atualmente, Caju aproveita a infraestrutura de sua empresa e deixa duas rigs minerando Ethereum. Tem faturado cerca de R$ 11 mil por mês.
Teve covid de julho para agosto e a rig ficou funcionando por 17 dias, com ele acompanhando de casa pelo aplicativo, sem ninguém ir trabalhar presencialmente.
“A mineração não te toma tempo. Depois que você monta a rig, pega os macetes, vira uma renda passiva. Com um programa no celular você vê como as placas estão trabalhando, pode ligar e desligar à distância. Só uma limpeza uma vez por mês”.
As informações que você quer saber para minerar Ethereum:
- É necessária uma placa de vídeo de 6 gigas no mínimo.
- A mineração de Ethereum no Brasil está rendendo 4,5% de lucro, contando com que a criptomoeda fique acima da barreira dos RS 20 mil. Isso significa que RS 10 mil investidos geram R$ 450; R$ 20 mil geram novecentos.
- A lucratividade chegou a bater 9% em maio deste ano.
- A bandeira vermelha, que aumentou o valor da eletricidade, baixou os ganhos em 15%.
- Além disso, a dificuldade computacional de minerar Ethereum só aumenta e o minerador ainda não sentiu isso de forma pesada pelo fato de a cripto ter valorizado muito ao longo do ano.
- Até dois meses atrás, 100 mega hashes faziam 0.0020 ETH; agora a mesma potência produz 0.0018.
- É uma renda passiva: sabendo montar bem uma rig, a manutenção é mínima e tudo pode ser controlado por um aplicativo pelo celular.