Tela de computador com logotipo da Binance e lente de aumento
Shutterstock

A CPI das Pirâmides Financeiras chega ao seu fim nesta segunda-feira (9) e o relator, deputado Ricardo Silva (PSD/SP), foi contundente contra a Binance em seu relatório final. O parlamentar pede indiciamento por crimes financeiros dos diretores Daniel Mangabeira e Guilherme Haddad Nazar e do CEO, Changpeng “CZ” Zhao

Essa ainda não é uma posição definitiva da CPI. Agora, na sessão de hoje, os deputados irão votar no sentido de aprovar ou não o relatório de Ricardo Silva. 

Publicidade

O relator quer que todos os executivos da Binance, tanto os brasileiros quanto o dono sino-canadense, respondam pelos mesmos atos: prática do delito de gestão fraudulenta, crime contra o sistema financeiro nacional e crime de operação de instituição financeira sem autorização. 

Sobrinho de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, Guilherme Haddad Nazar é diretor geral da Binance no Brasil. O executivo foi convococado e deu depoimento na CPI, no qual disse que a empresa se considera vítima das pirâmides.

Daniel Mangabeira é diretor de Relações Institucionais para América Latina da Binance e Changpeng “CZ” Zhao é o fundador e CEO da maior corretora de criptomoedas do mundo.

Recomendação ao MPF contra a Binance

Além disso, Ricardo Silva recomenda ao Ministério Público Federal que investigue todas as operações da Binance no Brasil, com especial enfoque em sonegação e evasão fiscal, lavagem de dinheiro, financiamento ao crime organizado e terrorismo. 

Publicidade

Na justificativa, o relator aponta que “durante o depoimento dos antigos e atuais parceiros comerciais da Binance, (…) constatou-se fragilidade e possíveis irregularidades na operação de saques e depósitos financeiros de brasileiros para a compra e venda de criptoativos na plataforma da empresa”. 

Para finalizar, o deputado afirma que essa fragilidade pareceu aos membros da CPI expor problemas de controles de prevenção à lavagem de dinheiro, de conhecer o seu cliente (KYC), seus parceiros e suas transações. 

“Essa configuração possui várias consequências que necessitam de apuração imediata por parte do Ministério Público Federal”, afirma.

Binance rechaça conclusões da CPI

Em resposta às conclusões da CPI, a Binance enviou uma nota afirmando que rechaça o que chamou de “tentativa de transformar a empresa em alvo”. A corretora afirmo que tem atuado de forma a ajudar as autoridades do Brasil a aplicar lei.

Leia abaixo a nota na íntegra:

  • A Binance, maior provedora global de infraestrutura para o ecossistema blockchain e de criptomoedas e maior exchange do mundo em volume de negócios, não mediu esforços para colaborar ativamente para os trabalhos da CPI por acreditar que a comissão contribuiria para um debate construtivo sobre os desafios da indústria em benefício dos usuários e da sociedade em geral.
  • Nós rechaçamos veementemente, porém, quaisquer tentativas de transformar a Binance em alvo, ou ainda expor seus usuários e funcionários, com alegação de más práticas sem nenhuma comprovação, em meio a disputas concorrenciais dada a posição de liderança da empresa no Brasil e no mundo.
  • A Binance vem atuando de forma contínua para ajudar proativamente autoridades de aplicação da lei ao redor do mundo e no Brasil para detectar atividades suspeitas e combater crimes e ilícitos financeiros envolvendo o ecossistema de criptomoedas. Esses esforços incluem ainda diversos casos concretos de investigação e várias sessões de treinamento oferecidas a estas autoridades.
  • Além disso, nenhuma outra exchange de criptomoedas no mundo possui tantas licenças e registros locais quanto a Binance, o que demonstra na prática nosso compromisso com a regulação da indústria. Fato comprovado, a Binance já detém 18 licenças, incluindo-se países como Itália, França, Japão, Emirados Árabes Unidos, Polônia, Suécia, El Salvador e outros.
  • Por fim, a Binance destaca que atua em total conformidade com o cenário regulatório brasileiro e mantém diálogo constante com as autoridades para desenvolver a indústria de forma sustentável e segura, incluindo colaboração permanente e proativa com agentes de aplicação da lei, locais e internacionais, para combater crimes cibernéticos e financeiros e atividades fraudulentas — e que continuará a fazê-lo de forma séria e transparente.
VOCÊ PODE GOSTAR
Mineração

Mineradora de carvão usa energia excedente para minerar R$ 130 milhões em Bitcoin

A Alliance Resource Partners agora detém US$ 25 milhões em BTC, que gerou com as plataformas de mineração adquiridas pela primeira vez em 2020
Imagem de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin

História do Faraó do Bitcoin vai virar filme no Brasil

História de Glaidson Acácio dos Santos será lançada em livro em maio e adaptada para os cinemas em 2025
homem de social contando dinheiro na rua

Brasileiro que extorquiu R$ 10 milhões em criptomoedas de empresário asiático deixa prisão

O veterinário Thiago Oliveira teria extorquido um empresário da Ásia após encontrar imagens íntimas no celular de sua namorada
Gas Consultoria, Faraó do Bitcoin,Glaidson Acácio dos Santos, pirâmide financeira, Instagram, criptomoedas

Queda Livre: Livro sobre o golpe do Faraó do Bitcoin é lançado nesta sexta-feira

‘Queda Livre — a história de Glaidson e Mirelis, faraós dos bitcoins’ será lançado hoje na Livraria Travessa