Reguladores fecham serviço de mixing ChipMixer e apreendem criptomoedas

Europol estima que R$ 19 bilhões tenham passado pela empresa, acusada de ser usada como centro de lavagem de dinheiro
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Mixers tornam praticamente impossível rastrear carteiras originais (Foto: Shutterstick)

Autoridades dos Estados Unidos e da Alemanha anunciaram nesta quarta-feira (15) que derrubaram o serviço de mixing de criptomoedas ChipMixer. Segundo a Europol, foram confiscados 1.909,4 bitcoins (R$ 249 milhões) em uma operação em quatro data centers e que apreendeu sete terabytes de dados.

A Europol estima que 152 mil bitcoins (R$ 19 bilhões) tenham passado pela ChipMixer desde o começao da operação em 2017. A plataforma transformava os depósitos de criptomoedas em “chips” (fichas, na tradução para o português) e depois misturava todos juntos. Após isso, ficava muito mais difícil saber a origem de cada token.

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Conforme afirma o comunicado, o ChipMixer era usado para lavar dinheiro de tráfico de drogas e armas, ransomwares, comércio de pornografia infantil e fraudes bancárias. As autoridades dizem que as criptomoedas sem o rastro original, eram então enviadas para corretoras tradicionais de criptomoedas e muitas vezes trocadas por dinheiro fiat via caixas eletrônicos ou mesmo em transações bancárias.

Sem dizer de qual empresa se trata, a Europol afirma que está investigando a possibilidade de que a ChipMixer foi usada para lavar uma grande quantia de criptomoedas roubada de uma corretora após pedido de falência em 2022. Em novembro do ano passado, logo após a FTX para as atividades e começar o processo falimentar, alguém desviou o equivalente a R$ 3 bilhões das contas das empresa.

Mixing na mira das autoridades

Os serviços de mixing de criptomoedas foram afetados severamente no ano passado com a decisão dos Estadoa Unidos de sancionar o Tornado Cash, um das mais famosas plataformas a fazer esse tipo de serviço.

Autoridades dos EUA alegam que a Tornado Cash possui ligações suspeitas com os hackers norte-coreanos Lazarus Group, além de o serviço estar supostamente envolvido na lavagem de US$ 7 bilhões desde 2019.

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Logo depois, foi efetuada na Holanda a prisão de Alexey Pertsev, desenvolvedor do Tornado Cash. Ele foi preso no dia 10 de agosto pelo Serviço de Investigações e Informações Fiscais (ou FIOD), a agência responsável pela investigação de crimes financeiros na Holanda.

A agência o acusou de facilitar a “lavagem de dinheiro por meio da combinação de criptomoedas via serviço de mixing do Ethereum Tornado Cash”, segundo o comunicado do FIOD.