Gary Gensler, presidente da SEC, ao lado da bandeira dos Estados Unidos
Gary Gensler, presidente da SEC Foto: (Third Way Think Tank/Flickr)

Notório crítico do setor de criptomoedas, Gary Gensler, o presidente da SEC, a CVM dos EUA, voltou a demonstrar de forma clara o que pensa. Na noite de quarta-feira (11), participando de uma live no perfil oficial do Exército dos EUA no Twitter, o executivo colocou em dúvida o mercado cripto.

“Não se sabe se tem algo de fato lá”, disse Gensler, que classificou os criptoativos como uma classe de investimentos altamente especulativos e voláteis. “A maioria desse universo de 10 a 15 mil criptomoedas irá desaparecer. É um velho oeste”, afirmou.

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O presidente da SEC ainda ressaltou que “a história mostra que não há muito espaço para micromoedas” e que a grande maioria do setor deveria seguir as leis do mercado de ações mobiliárias, mas não o faz.

“Não seja pego no FOMO, no medo de estar perdendo algo”, pediu Gensler. FOMO é a sigla em inglês para o Medo de Ficar de Fora, que pode levar investidores a embarcar em projetos financeiros sem o devido estudo dos riscos.

Abaixo o tuíte com link para o debate entre a SEC e o Exército dos Estados Unidos (em inglês):

Cruzada contras as criptomoedas

Em outubro do ano passado, Gary Gensler criticou o que ele acha ser um poder desproporcional exercido pelas corretoras de criptomoedas.

Os comentários de Gensler se concentraram principalmente na promoção da concorrência entre os formadores de mercado de ações. Mas o presidente da SEC, embora alertando sobre o perigo da centralização nas finanças tradicionais, também fez questão de dar um golpe na indústria de criptomoedas.

“Vimos até centralização no mercado de criptomoedas, que foi fundado na ideia de descentralização”, disse Gensler. “Na verdade, esse campo tem uma concentração significativa entre intermediários que atuam no meio do mercado.”

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Mas Gensler não está apenas no discurso. Em setembro do ano passado, em uma ação judicial contra um influencer que divulgou ima criptomoeda, a SEC alegou que tem o direito de processar Balina não apenas porque seu caso lida com transações feitas nos Estados Unidos, mas também porque, essencialmente, a rede Ethereum como um todo entra na jurisdição do governo norte-americano.

Em sua queixa, o órgão regulador observou que o ETH enviado ao influencer foi “validado por uma rede de Nós na blockchain Ethereum, que está agrupado de forma mais densa nos EUA do que em qualquer outro país.” Ele conclui: “Como resultado, essas transações aconteceram nos EUA.”

A SEC parece estar tentando propor que, por conta dos Nós de validação do Ethereum atualmente operarem mais nos EUA do que em qualquer outro país, todas as transações do Ethereum globalmente devem ser consideradas de origem norte-americana. Atualmente, 45,85% de todos os Nós Ethereum operam a partir dos EUA, de acordo com o Etherscan. Em comparação, a segunda maior densidade de Nós está na Alemanha, com apenas 19%.

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