Imagem da matéria: Rede Polygon "imita" Solana e também terá celular com foco na Web3
Nothing Phone (1), celular blockchain criado pela Nothing em parceria com a rede Polygon (Foto: Reprodução Nothing)

Não se engane: Os famosos “celulares blockchain” das empresas nunca pareceram dar certo com os clientes, apesar de diversas tentativas. Agora, no entanto, as próprias redes cripto estão realizando novas iniciativas para tentar e integrar a Web3 para uma audiência possivelmente vasta via celular.

Recentemente, o Solana anunciou sua iniciativa de software Solana Mobile Stack (ou SMS, na sigla em inglês) e o celular Saga. Já na terça-feira (5), foi a vez da Polygon revelar sua própria estratégia móvel. Polygon, uma plataforma de escalabilidade do Ethereum, anunciou uma colaboração com a startup de tecnologia Nothing que integrará a tecnologia da rede ao primeiro smartphone da empresa chamado Nothing Phone (1).

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De início, a parceria será um club de filiação de tokens não fungíveis (ou NFTs), em que NFTs criados na Polygon serão recompensados às pessoas que ajudaram a financiar o lançamento da Nothing, bem como aqueles que compraram o Nothing Phone (1) na pré-venda. Os NFTs Black Dot da Nothing fornecem possíveis benefícios a holders, como acesso inicial a produtos ou entradas a eventos.

Mas é apenas o primeiro passo, disse o vice-presidente de crescimento da Polygon, Arjun Kalsy, ao Decrypt.

O plano é dar ao Nothing Phone (1), com sistema operacional Android, fácil acesso a aplicativos e jogos na plataforma da Polygon, bem como pagamentos e futuros recursos, como Polygon ID, a solução de identificação baseada em provas de conhecimento zero (ou ZKPs).

“Como nos aproximamos ainda mais do usuário? A maior plataforma de distribuição do mundo é o celular”, explicou Kalsy. “Basicamente, agora é o momento certo para levarmos essa tecnologia às massas.”

Prévia do Nothing Phone (1) (Imagem: Nothing)

A Nothing foi fundada por Carl Pei, cofundador da marca de smartphones e tecnologia OnePlus. A empresa atraiu criadores veteranos da tecnologia, como o cocriador do iPod, Tony Fadell; o cofundador da Twitch, Kevin Lin; e o CEO e cofundador do Reddit, Steve Huffman. O evento de lançamento está previsto para a próxima terça-feira (12).

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Kalsy disse que a Polygon foi apresentada à Nothing por um de seus apoiadores de capital de risco após sua arrecadação de US$ 450 milhões em fevereiro. Ele compartilhou que a equipe da Nothing o surpreendeu com tamanho conhecimento sobre a Web3 e planos robustos para o setor.

“Desde a primeira conversa, pensei: ‘Essa galera entende’”, explicou Kalsy. “Eles entendem como a Web3 funciona e, para mim, aquele foi um momento mágico. Eu queria trabalhar com esse pessoal.”

Análise de conceitos

Segundo Kalsy, a Polygon e Nothing passaram os últimos quatro a cinco meses desenvolvendo a colaboração, cristalizando conceitos sobre como queriam que usuários conseguissem interagir com aplicações descentralizadas (ou dapps) e jogos da Polygon via celular e como o projeto poderia evoluir ao longo do tempo.

“Se você analisar qualquer celular Android ou da Apple, você pode logar ou com um ID da Google ou da Apple e, até certo ponto, a Apple ou Google é proprietária do cliente, certo? É daí que deriva o valor”, explicou. “Em um mundo descentralizado, precisamos ajudar o usuário a obter o controle de volta.”

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Kalsy não compartilhou mais detalhes sobre como a integração Web3 da Polygon vai funcionar no Nothing Phone (1) antes do evento de lançamento do dispositivo. Porém, a empresa parece ter objetivos similar à iniciativa SMS do Solana: Tornar simples e fácil o acesso à Web3 via celulares e, assim, levar criptomoedas e NFTs a um público bem maior.

No entanto, existe uma diferença importante. Solana está criando seu próprio smartphone em parceria com a OSOM Products, uma startup do ex-líder de pesquisa e desenvolvimento da Essential Phone, Jason Keats. Já o celular da Nothing integrará a tecnologia da Polygon, mas não será um “celular da Polygon” da mesma forma que o Saga será um dispositivo com a marca Solana.

Segundo Kalsy, a Polygon preferiu se unir a uma empresa que é especialista no desenvolvimento de celulares e deixar que cada empresa na aliança foque em sua própria especialidade. Ele disse que também era uma questão de não “tentar inventar a roda” — em outras palavras, evitar que o escopo do projeto saísse do controle e, talvez, ir além do que seus próprios recursos permitem executar. 

“Podemos desenvolver um celular? Tenho certeza de que sim”, explicou. “Mas conseguiremos criar o melhor celular do mundo? Não. É algo que Carl [Pei] e a HTC, as Samsungs, LGs ou Apples do mundo são as melhores [em fazer].”

Por Polygon ser uma plataforma descentralizada de blockchain, essa não é uma aliança exclusiva. Outras empresas podem integrar a Polygon em seus dispositivos, assim como a HTC o fez com seu recém-anunciado “celular de metaverso” Desire 22 Pro, que também é compatível com o Ethereum. No entanto, Kalsy disse que a parceria da Nothing se beneficia do conhecimento e da experiência da Polygon.

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Em relação ao Solana e sua própria iniciativa móvel, a Polygon vê o mercado como algo fundamental para integrar grandes números de futuros usuários ao mundo cripto. A tecnologia da Polygon possibilita transações mais rápidas e baratas do que a rede principal do Ethereum, além de ter conseguido atingir uma neutralidade de carbono recentemente. Agora, o foco é a adesão em massa.

“Acredito que seja uma das coisas mais importantes que redes podem fazer”, disse Kalsy. “Você já solucionou a escalabilidade e tal, então agora pode levar essa tecnologia ao celular e começar a integrar as próximas centenas de milhões de usuários à Web3.”

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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