Receita Federal diz que Indeal deve R$ 1,1 bilhão a 23 mil clientes

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O relatório da Receita Federal sobre o caso da Indeal revela que a empresa deve R$ 1,1 bilhão a mais de 23 mil clientes. Os sócios e demais presos investigados devem responder na Justiça por crime de fraude financeira. Os números foram publicados nesta quinta-feira (04) pelo Gaúcha ZH, que obteve acesso ao documento.

No relatório, diz a reportagem, os auditores fiscais afirmam que a empresa pagava os ‘rendimentos’ com o dinheiro que entrava por meio da venda de produtos adquiridos por novos clientes. Esta análise foi concluída no dia 17 de junho.

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“Os vultosos valores distribuídos aos sócios, no decorrer da atividade da empresa, não foram os lucros, mas sim os valores aportados pelos investidores”, diz um trecho do relatório.

O documento ainda diz que está comprovado que não houve lucro e sim um prejuízo descomunal.

Investigações na Indeal

Em junho, a Polícia Federal indiciou 19 pessoas por fraude financeira. Entre os indiciados estavam os cinco sócios da Indeal.

Um mês antes, eles e os demais investigados foram alvos de uma operação policial que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão. Na ação, chamada de ‘Operação Egypt’,  foram apreendidos carros de luxo, joias e dinheiro.

Além do relatório, a reportagem do Gaúcha ZH também teve acesso a dois documentos enviados à Justiça Federal, reportado mais cedo pelo jornal.

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Nos documentos, constam tabelas detalhadas da movimentação financeira da empresa e de seus sócios e colaboradores, além de informações sobre interceptações telefônicas, e-mails e uma série de imagens.

O relatório final da Polícia Federal detalha o papel de cada um dos integrantes do esquema, mediante imagens de campanas dos investigadores, quebras de sigilo fiscal e bancário, e até análise de redes sociais, diz o jornal.

“Não resta dúvida de que o valor que deveria ser direcionado para a empresa abasteceu as contas particulares dos sócios/esposas”, diz um trecho do documento.

Para esclarecer, os auditores afirmam que para a Receita é “injustificável e inaceitável que qualquer depósito possa ter sido realizado em benefício dos sócios/esposas, quando a própria Indeal possuía conta bancária” —  os sócios recebiam grandes fortunas (cerca de R$ 12 milhões cada em 2018), enquanto a empresa declinava.

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Ainda segundo relatório, a Receita diz o seguinte:

“É inevitável concluir que parte da insolvência da Indeal possa ser reputada, em parte, pelos altíssimos valores já sacados pelos sócios e companheiras”. 

Operação Egypt

No relatório constam os seguintes valores apreendidos na Operação Egypt: R$ 1,7 milhão, € 12 mil, 5,3 mil francos suíços e US$ 31,9 mil — todos em espécie.

“Simplesmente inacreditável a quantidade de dinheiro em espécie que foi recolhida com os investigados no dia da deflagração da ‘Operação Egypto’, chegando a deixar impressionados muitos policiais experientes envolvidos nas buscas”, disse o delegado, conforme o jornal.

A origem

O Superintendente da PF no RS disse que a “Operação Egypt” foi iniciada partir de um e-mail. Nele, a pessoa questionava a legalidade da companhia que estava captando recursos para investimentos com criptomoedas, que possuía capital social de R$ 100 milhões e prometia 15% de retorno ao mês.


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