O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, criticou a ideia da criação de um imposto único, semelhante à antiga CPMF. Para ele, quem operar com criptomoedas vai poder fugir do tributo, disse à Folha de São Paulo nesta quarta-feira (24).
Na entrevista ao jornal, Skaf afirmou que seria um convite à sonegação, o que pode gerar situações inviáveis em diversos setores, se o imposto fosse algo em torno de 9%.
“Isso naturalmente iria levar a uma migração para outras formas de pagar, como as criptomoedas. Vai ser uma coisa injusta: quem operar em criptomoeda não paga, e quem operar em real vai pagar”, disse Skaf ao jornal.
O assunto, contudo, era sobre o imposto único sobre movimentações financeiras, o que ele chamou de enganação e marquetagem. Segundo a Folha, a reforma tributária colocou o presidente da Fiesp em oposição a outras lideranças empresariais de peso.
Ele foi contra a proposta do Instituto Brasil 200, que em 16 de julho reuniu empresários bolsonaristas que defendem um tributo semelhante à CPMF para a reforma. Skaf estava presente.
“É se enganar. É uma certa tapeação”, disse o presidente.
Segundo o jornal, Skaf disse que faz mais sentido juntar impostos federais num único tributo com alíquota menor, deixando de fora o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é estadual.
“Eu sonho ter um único imposto, fácil de recolher, barato para quem paga e recebe, com alíquota pequena. Na vida real essa situação não é possível”, lamentou Skaf.
O empresário e político acredita que em um único imposto teríamos que ter alíquotas absurdas na casa de 35%.
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