Letras que formam a sigla ETF próximas a uma moeda dourada de Bitcoin (BTC)
Foto: Shutterstock

Uma empresa brasileira de gestão de fundos de investimentos em criptomoedas tem chamado a atenção na corrida para conseguir a aprovação dos reguladores norte-americanos para um ETF de Bitcoin à vista. A Hashdex acredita ter como grande trunfo uma proposta de solução para a maior preocupação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC): o receio de que o ativo subjacente do ETF, que no caso é o Bitcoin, tenha seu preço manipulado.

A empresa propõe que em seu ETF, os bitcoins sejam comprados apenas na Bolsa de Chicago (CME) e que sejam usados os índices dos contratos futuros negociados na instituição para calcular os preços que irá pagar pelos ativos. 

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Assim, em seu pedido de aprovação do produto para a SEC, a Hashdex afirma que a única possibilidade de que os preços do Bitcoin em seu ETF sejam manipulados é em um caso no qual os criminosos consigam fraudar a Bolsa de Valores de Chicago – vale lembrar que a Bolsa de Chicago está próxima de superar a Binance como maior plataforma de negociação de contratos futuros de Bitcoin no mundo. 

O pedido da companhia tem como prazo o dia 17 de novembro para ser apreciado pela entidade norte-americana, com a possibilidade de um adiamento para até o fim de maio. 

A companhia brasileira tem um parceiro peso pesado na empreitada: a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Ambos tentam em conjunto aprovar o Hashdex Bitcoin Futures ETF. 

O nome dá a entender que se trata de um ETF de futuros, produto que já existe no mercado. Mas na prática se trata de um fundo híbrido, com uso de preços à vista do Bitcoin e de valores de contratos futuros da criptomoeda para chegar na precificação da exposição do fundo ao ativo.

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A SEC tem em sua mesa 12 pedidos de ETF de Bitcoin à vista das empresas: Hashdex, Grayscale, 21Shares (Ark), BlackRock, Bitwise, VanEck, Wisdomtree, Invesco (Galaxy), Fidelity, Valkyrie, Global X e Franklin Templeton.

Furor na comunidade internacional

A abordagem da Hashdex tem chamado atenção no mercado internacional de criptomoedas. James Seyffart, especialista em ETFs para a Bloomberg, compartilhou recentemente um trecho do documento da Hashdex no X e comentou: “O pedido da Hashdex foi feito para atender cada pedido já feito pela SEC no passado. Eu não acho que eles irão conseguir negar este”.

O comentário de Seyffart foi feito em um compartilhamento de uma mensagem de Nate Geraci, outro especialista em ETFs que está entusiasmado com o projeto da empresa brasileira.

Em outra publicação no X, Geraci disse que a proposta é “muito interessante” e destacou que, diferente das outras propostas de ETF, a da Hashdex não usa a Coinbase como referência para o preço, mas sim a Bolsa de Valores de Chicago.

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Outro analista de ETF para a Bloomberg, Eric Balchunas, recompartilhou o texto de Nate Geraci e disse: “De fato, muito interessante”.

Como o ETF de Bitcoin da Hashdex funcionaria

No pedido de autorização para criação do ETF, a Hashdex define sua estratégia de investimento: “O fundo investiria em bitcoin à vista e futuros, aumentando as medidas anti-manipulação e se diferenciando de outros ETF que estão limitados apenas ao mercado à vista”. 

Ao detalhar a questão da manipulação de preços, a Hashdex aponta que todas as suas operações se darão por meio da Bolsa de Chicago. Esse será o único “mercado relevante” do negócio, sendo um ambiente altamente regulado. 

“Embora o fundo possa manter bitcoins, ele não depende de nenhuma informação ou serviço de corretoras não reguladas. Portanto, nenhuma corretora de bitcoin à vista pode se tornar um ‘mercado de tamanho relevante’ em relação ao fundo”. 

Em sua conclusão, a Hashdex afirma que as preocupações da SEC foram atendidas: “Acreditamos que as características únicas do nosso pedido atendem as preocupações da Comissão sobre manipulação e a vontade da SEC de fornecer grandes salvaguardas para os investidores”.

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