O Bitcoin (BTC) recebeu com volatilidade a decisão desta quarta-feira (22) do FED de aumentar a taxa básica de juros da economia dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual.
A maior criptomoeda por valor de mercado chegou a registrar queda de 0,7% após o anúncio, mas logo após passou a oscilar entre altas e baixas em torno do patamar de US$ 28 mil.
A taxa básica de juros dos Estados Unidos agora é de 5% ao ano, a mais alta desde 2007. A expectativa do mercado é de que a escalada na alta de juros esteja chegando ao fim e isso foi confirmando em parte pelo FED. Pela primeira vez em meses, no comunicado após a decisão, o Banco Central não disse que espera mais altas.
Conforme reportagem da Forbes, o mercado de derivativos tinha precificados o aumento de 0,25 ponto em cerca de 90% de suas operações. Apenas 10% apostavam que a taxa fosse ficar estática – esse grupo imagina que o FED poderia buscar aliviar as condições dos bancos no meio da crise que se espalha no setor.
Apesar de não dizer que novos aumentos são esperados, o próprio Banco Central americano já projetou que tem a meta de chegar ao final do ano com uma taxa de juros de 5,1%. Isso é ainda ligeiramente maior do que o atual nível.
Uma parte dos analistas de mercado acredita que a valorização recente do Bitcoin está ligada ao fato de existir uma expectativa de disponibilidade de crédito mais barato no país em breve – embora outra ala defenda que a recente crise bancária esteja colocando a criptomoeda como um “porto seguro” dos investimentos.
Após a inflação nos Estados Unidos ter se mostrado mais que um contratempo passageiro em ao longo do ano passado, o FED passou a aumentar a taxa básica de juros para encarecer a tomada de crédito e dificultar o consumo e, assim, conseguir segurar a alta de preços.
Nessa toada, a taxa de juros do país, que era de 0,25% foi para os atuais 5%, já levando em conta o aumento desta quarta-feira. Em junho do ano passado, o FED fez o maior salto percentual feito de uma vez em 30 anos: elevou em 0,75 ponto de um dia para o outro.
Cenário diferente: medo da recessão
Já em fevereiro deste ano, o FED já havia aumentado os juros também em apenas 0,25 ponto. O cenário já era diferente: o temor com a inflação diminuiu e o medo de uma recessão aumentou.
Isso começa a colocar uma pressão contrária, agora no sentido de que o Banco Central dos Estados Unidos deve baratear a tomada de dinheiro e aquecer a economia.
Uma taxa básica de juros mais alta nos Estados Unidos faz com que investidores vejam como mais atrativo colocar dinheiro em títulos da dívida pública, com renda fixa, ao invés de investir em outros mercados vistos como mais arriscados, como bolsa de valores e criptomoedas.
Quanto menor a taxa de juros, mais aquecido ficam os mercados de risco, em especial ações de companhias do setor de tecnologia e também criptomoedas, como o bitcoin.
O Bitcoin tem se mostrado altamente correlacionado com as ações de empresas de tecnologia. Esse setor, em geral, é o que mais se beneficia de juros baixos, pois atrai boa parte do dinheiro que os investidores resolveram aplicar.
Da mesma forma, quando os juros sobem, o setor de tecnologia é visto como muito arriscado e suas fontes começam a secar. Por conta dessa correlação, o Bitcoin tende também a cair – algo que não parece estar sendo seguido pelo ativo digital, pelo menos nesse primeiro momento.
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