Imagem da matéria: Por que o ETF do Bitcoin demora tanto pra ser aprovado?
(Foto: Shutterstock)

Os EUA possuem mais de 2.200 ETFs listados, dentre eles COW: boi gordo e porco; BUZ ações de empresas mencionadas nas redes sociais; GRN: créditos de carbono e GCE: fundos fechados ao público. Já o ETF do Bitcoin, que vem sendo solicitado desde Jul/2013 – isso mesmo, mais de 6 anos – nunca saiu do papel.

Foram inúmeras rejeições, postergações, audiências, tentativas através de produtos sintéticos via futuros CME (bolsa de Chicago), precificação por mesas de OTC (mercado de balcão) e afins. A verdade é que pouca coisa mudou no discurso da SEC, agência reguladora dos EUA: manipulação de preços e custódia (armazenamento), conforme recente comentário de Jay Clayton.

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Pode ser lobby anti-criptos dos governos e bancos? Sim, possível e provável. Nos EUA este tipo de atuação é legalizada, inclusive Facebook, Coinbase, Ripple Co e até a Fundação Bitcoin admitem publicamente esforços nesta direção. Obs: antes que você tenha uma ideia errada, a Fundação Bitcoin não possui nenhum tipo de vínculo oficial com os desenvolvedores do projeto ou qualquer tipo de poder.

Verdade seja dita, os argumentos pela rejeição são válidos: a maior parte do volume ocorre em exchanges não-reguladas: Binance, Bitfinex, OkEX, Huobi e afins. Isto sem contar as mesas de OTC (mercado de balcão) espalhadas pelo mundo. Já em relação a custódia não existe uma definição clara no aspecto regulatório por se tratar de uma classe de ativos tão diferente.

Fonte: relatório da BitWise entregue à SEC

A imagem acima, que consta no relatório da Bitwise, um dos proponentes a emissão de um ETF de Bitcoin, demonstra claramente como algumas exchanges inflam seus números. Repare como o volume supostamente transacionado é quase constante ao longo das horas do dia na exchange Chaoex. A conclusão do relatório é que ~95% do fluxo reportado é falso, sendo o volume real concentrado em poucas exchanges.

No aspecto de custódia já existem soluções reguladas aceitas por alguns departamentos ou Estados nos EUA. Podemos citar Wyoming atráves sua definição de “custodiante qualificado”, além do Departamento de Serviços Financeiros – DFS de Nova Iorque. No entanto, há uma carência de regulação Federal, de forma a possibilitar a oferta em caráter nacional de tais serviços.

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Em linhas gerais, parece que estamos cada vez mais perto do destino final. No início do mês tivemos o anúncio da oferta pela VanEck e SolidX de um fundo voltado pra investidores qualificados (fundos de investimento e gestores de fortunas) nos EUA, um modelo semelhante ao ETF. Neste caso, não é necessária aprovação da SEC, porém não pode ser ofertado ou negociado pelo grande público.

Resumindo: ficar short (apostar contra) o Bitcoin é muito perigoso. Não é possível determinar se o ETF será aprovado em 4 meses ou 2 anos, mas tudo indica que estamos cada vez mais próximos.

Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017 faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC

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