Imagem da matéria: Popular mixing de bitcoin passará a bloquear endereços ligados à atividades ilegais
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O CoinJoin da Wasabi Wallet, um dos serviços de mixing de criptomoedas mais populares da atualidade, vai começar a bloquear endereços de bitcoin vinculados a atividades ilegais. Esses endereços serão adicionados a uma lista negra e não poderão mais interagir com o serviço da empresa.

O CoinJoin é um serviço de privacidade da Wasabi Wallet utilizado para ofuscar o rastro do bitcoin na blockchain ao “misturar” as moedas em diversas transações, dificultando assim a identificação do seu destino final — embora empresas de análise forense estejam encontrando formas de rastrear essas moedas.

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O breve comunidado da empresa na semana passada diz que “o coordenador do zkSNACKs começará a recusar que certos UTXOs se registrem em coinjoins”. Um UTXO (Unspent Transaction Output)  é criado toda vez que alguém transfere bitcoin e é o que resta na carteira depois que uma quantia é gasta, explicou o The Block.

A lista negra se aplica àqueles que usam o coordenador zkSNACKs executado pela Wasabi, cuja função é organizar a “mixagem” de bitcoin entre as carteiras de várias pessoas.

De forma geral, isso quer dizer a Wasabi Wallet vai poder impedir que usuários usem o serviço de CoinJoin caso seja identificado que os ativos que eles tentam movimentar sejam frutos de alguma atividade ilegal, como um roubo ou golpe.

CoinJoin é muito utilizado na lavagem de dinheiro com criptomoedas. Foi usado, por exemplo, pelos criminosos que roubaram mais US$ 200 milhões da corretora KuCoin, pelo hacker que orquestrou o maior ataque da história do Ethereum, entre muitos outros casos famosos no setor. 

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Comunidade critica restrição

Rafe, um dos desenvolvedores da Wasabi Wallet identificado no Twitter como @BTCparadigm, trouxe mais esclarecimentos sobre a restrição após ser indagado se a empresa estaria se juntando a Chainalysis para rastrear criptomoedas, algo que ele nega:

“Estamos tentando proteger a empresa e o projeto minimizando a quantidade desses hackers e golpistas usando o coordenador e nos colocando em apuros. Isso deveria estar nos direitos da empresa, mas acredite, nenhum de nós está feliz com isso”.

O usuário do Twitter que fez a pergunta contra-atacou, acusando a Wasabi Wallet de ceder a ameaças de punição dos reguladores, “espionando seus usuários” que usam seu produto para privacidade.

“Ninguém se infiltrou na Wasabi e não há necessidade de espionar ao proibir entradas”, finalizou Rafe.

O desenvolvedor falou a verdade quando disse que “ninguém estava feliz” com as novas restrições. O fundador da Wasabi Wallet, Adam Fiscor, lamentou que as listas negras chegaram ao CoinJoin. “Na minha opinião, isso é um grande revés para a fungibilidade do bitcoin”, escreveu.

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