A Justiça de Goiás acatou a denúncia do Ministério Público contra os três policiais civis acusados de extorquir R$ 1 milhão em bitcoin de um investidor que visitava a cidade de Alto Paraíso de Goiás (GO), no início de fevereiro.
Além dos três policiais, um guarda civil da cidade de Cristalina (GO) também se tornou réu após as investigações indicarem seu envolvimento no crime. Segundo informações divulgadas pelo G1 na sexta-feira (25), o guarda emprestou o carro utilizado pelos policiais durante a extorsão.
No dia 5 de fevereiro, o trio de policiais sequestraram um empresário em Alto Paraíso de Goiás quando ele saia da pousada em que estava hospedado no horário do almoço.
Sob ameaça de arma de fogo, a vítima foi forçada a entrar no carro dos policiais e transferir para eles 4,485 BTC, o que no momento do roubo era equivalente a cerca de R$ 1 milhão.
Os policiais sabiam que o empresário que visitava a cidade era do ramo de cassinos e ao sequestrá-lo, o obrigaram a mostrar as contas bancárias e carteiras de criptomoedas que tinha no celular.
Após a extorsão, o empresário foi até a delegacia local para denunciar o ocorrido. No boletim de ocorrência ele descreveu que o trio de policiais estavam armados com pistola, fuzil e metralhadora.
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Além de roubar sua reserva de bitcoin, os policiais deram um prazo de 24 horas para a vítima mandar mais dinheiro, ameaçando de morte seus familiares caso o empresário não cumprisse o combinado.
Os policiais se mostraram propensos a repetir a extorsão de criptomoedas uma outra vez no futuro, já que quando sequestraram o empresário, o forçaram a revelar o nome de pessoas que ele conhecia e que possuíam bitcoin.
Policiais têm dez dias para se defender
Segundo o G1, os policiais civis envolvidos no esquema, Wiliam Da Silva Ribeiro, Reges Alan Alves dos Santos e Antônio Henrique Afonso Alves, vão responder pelo crime de extorsão mediante sequestro.
O guarda civil Patrick Carneiro Caetano de Sousa também se tornou réu por ajudar os policiais a executar a extorsão.
Os quatro homens envolvidos no esquema terão dez dias para responder por escrito sobre a acusação.
A defesa dos policiais Reges Alan e Antônio Henrique disse ao G1 que irá apresentar as provas da inconsistência dos fatos no processo, mas alegam que a transferência das criptomoedas feita pela vítima foi rastreada e não aconteceu no mesmo horário dos fatos.