Imagem da matéria: Polícia Federal faz operação contra Indeal e estima arrecação de R$ 700 milhões
Dinheiro encontrado na apreensão da InDeal (Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal e a Receita Federal realizaram na manhã desta terça-feira (21) uma operação contra uma empresa de criptomoeda que arrecadou R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Segundo os jornais NH e ZH, o alvo da operação Egyto é a Indeal.

A reportagem do NH chegou a presenciar o momento em que os agentes da PF chegavam à sede da Indeal em Novo Hamburgo, que atua sem autorização do Banco Central.

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Conforme a nota enviada pela assessoria de imprensa da PF, participaram da operação 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal do Brasil e seis policiais civis.

No total, estão sendo cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre (3), Novo Hamburgo (13), Esteio (1), Estância Velha (2), Campo Bom (1); Laguna (1) e Florianópolis (1), em Santa Catarina, e em São Paulo (3), capital paulista.

Além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.

O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019 para apurar a atuação de uma empresa com sede em Novo Hamburgo que estaria captando recursos de terceiros, sem a autorização dos órgãos competentes, para investimento no mercado de criptomoedas. A empresa assumia o compromisso de retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação.

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Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de R$ 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.

Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.

A operação foi denominada Egypto pela similaridade dessa palavra com o termo “cripto” e pelo fato de que o negócio da empresa foi classificado por terceiros como de “pirâmide financeira”.

Olho na Unick Forex e na InDeal

Desde pelo menos o final de fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) vinha investigando um possível esquema de pirâmides instalado em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Dentre as empresas envolvidas estavam a Unick Forex e a InDeal.

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O procurador da República Celso Tres, numa entrevista cedida ao programa Gaúcha, da Rádio Gaúcha, disse que a criptomoeda não ter regulação não justifica essas empresas multiplicarem esses rendimentos da noite para o dia.

Apesar de serem alguns elementos iniciais, como afirma o próprio Procurador Federal, ele disse que tudo indica se tratar de “um caso clássico de pirâmide financeira”, como foi a Telexfree — que em 2013 foi desmantelada.

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