*Atualização: após a publicação, a reportagem incluiu um pedido de resposta de Philip Han.
A vida de luxo do paranaense Philip Han, líder da FX Trading, foi construída com patrimônio erguido graças às suas empreitadas de sucesso no marketing multinível, segundo investigadores da Polícia Federal e representantes da Procuradoria da Fazenda.
De acordo com uma reportagem especial do Estadão, Han, suspeito de coordenar um dos maiores casos de pirâmide financeira do país, persuadia seus investidores adornado com um medalhão de ouro 24 quilates no pescoço com o símbolo de um bitcoin.
O brasileiro filho de sul-coreanos construiu, então, seu império graças a uma promessa “milagrosa” de multiplicação de dividendos, diz a reportagem.
‘Quem não conseguir US$ 50 mil por dia é um fracassado’, disse o empresário a sua equipe durante um jantar, antes de um evento no Credicard Hall, em São Paulo, que reuniu 7.000 pessoas em maio deste ano.
A empresa não existe mais, ao menos em teoria. Han relançou a empresa em Dubai, nos Emirados Árabes, que agora se chama F2 Trading.
É por meio dela que o empresário quer pagar sua dívida com investidores brasileiros. Segundo o Estadão, ele estaria vinculando o pagamento dos líderes ao cadastro da rede de parceiros em uma nova empresa.
Segundo relatos de alguns líderes da Fx Trading, Han já teria pago os investidores menores.
Conforme a reportagem, uma pessoa que pediu para não ser identificada disse que participou de uma reunião fechada num condomínio em Alphaville, bairro nobre dos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba.
“O Han ainda vai montar uma empresa ‘legal’, sem multinível, para captar investimento e supostamente pagar os prejudicados na FX”, disse a fonte.
Passado de Han
O currículo do empresário de 37 anos foi construído no setor de venda direta, onde ele passou por várias empresas e aprendeu sobre motivação.
O foco era na atividade autônoma — tanto que ele também passou pela empresa de cosméticos Jeunesse para aprender a empreender.
No entanto, outras empresas por onde passou deixou claro seu objetivo. Ele seguiu com WCM777, Mr. Link e iFreex — todas são investigadas, diz a reportagem.
Inclusive a reportagem do Estadão verificou que a maior parte dessas empresas clandestinas são conduzidas por pessoas já conhecidas pela polícia. Han mostrou sua cara pela primeira vez por meio da iFreex.
Aliás, a iFreex teria sido a fonte de inspiração de Han. “Foi como uma espécie de laboratório para o modelo atual da FX Trading”.
Contudo, o esquema foi descoberto em 2016 e o suposto dono, conhecido por Sann Rodrigues — ex-Telexfree — foi preso, segundo o G1.
CVM alertou sobre FX Trading
Para a CVM, aqueles que vinham oferecendo aplicações de Forex no Brasil como espécies de agentes locais de corretoras estrangeiras captando clientes e recursos para viabilizar aplicações no exterior, estariam atuando ilegalmente no mercado.
O órgão disse, por meio de sua cartilha, que esses agentes atraíam pessoas “com a promessa de uma rentabilidade maior, de ‘lucro fácil’, de ‘ganho certo’”, utilizando “todos os meios disponíveis, mas priorizam a divulgação pela internet, com páginas especializadas, fóruns de discussão, chats, e-mails de marketing, entre outros”.
E alertou sobre os riscos:
“O investidor brasileiro que decidir investir nesse tipo de ativo estará lidando com pessoas ou instituições não registradas na CVM ou no Banco Central do Brasil, o que traz riscos adicionais para o seu investimento, como fraudes, dificuldade de obter ressarcimento em caso de prejuízo, operações não autorizadas e roubo de dados pessoais”.
Contraponto
Após a publicação da reportagem, os advogados de Philip Han enviaram a seguinte resposta em favor de seu cliente:
No dia 27 de julho de 2019, foi veiculada no site “Portal do Bitcoin” uma matéria com o seguinte título: “Polícia Federal diz que Philip Han, criador da FX Trading, fez carreira em esquemas suspeitos”, reportagem que foi assinada por Wagner Riggs e publicada sobre a URL: https://portaldobitcoin.uol.com.br/policia-federal-diz-que-philip-han-criador-da-fx-trading-fezcarreira-em-esquemas-suspeitos/ A matéria além de atribuir erroneamente ao Sr. Philip a “criação” da empresa FX Trading, imputa ao mesmo, falsamente à prática de fato definido na lei como crime, ao alegar que o Sr. Philip seria: “suspeito de coordenar um dos maiores casos de pirâmide financeira do país”. Pontua-se primeiramente, que o Sr. Philip Han não é o criador, fundador, tampouco sócio da empresa FX Trading Corporation, empresa esta, sediada na Coréia do Sul com regras extremamente rigorosas em sua atuação no mercado multinível e operações com criptoativos. Apenas a título de esclarecimentos, a empresa FX Trading Corporation não admite em seu quadro societário sócios de outras nacionalidades, ressaltando que o Sr. Philip Han é brasileiro e natural do estado do Paraná, o que só reforça o engano dos fatos veiculados. A atividade do Sr. Philip junto à FX, limita-se, tão somente à atuação como coaching, investidor e entusiasta, sem quaisquer poderes de intervenção administrativa por parte deste, sendo a sua atuação apenas como um simples “porta voz” da empresa. Nesta esteira, importa frisar que a FX Trading Corporation vem honrando com todos os seus compromissos financeiros, como sempre o fez e continuará fazendo em relação a todos os seus investidores. Sobre o alerta da Comissão de Valores Imobiliários em relação à FX Trading, de fato o alerta é verídico, todavia, importa esclarecer que a CVM faz regulação do mercado de valores mobiliários e que a empresa FX não atua com valores mobiliários, mas sim, com criptoativos na modalidade “exchange” regulada pelas Instruções Normativas n.os 1.8881 e 1.8892 da Receita Federal do Brasil. A matéria citada e veiculada pelo “Portal do Bitcoin” com as inverdades que são aqui expostas, ainda menciona como fonte de informações uma outra reportagem divulgada no sítio eletrônico do “estadão.com”. Nesse ponto, importa pontuar que já estão sendo tomadas todas as devidas medidas iniciais cabíveis contra o sítio eletrônico, com o igual intuito de resolver a questão extrajudicialmente. Sobre o “passado de Han” citado na reportagem, vale pontuar que o Sr. Philip escreveu uma autobiografia sobre a sua vida 3 , sendo ele um exemplo de pessoa que decidiu vencer na vida apesar de todas as suas inúmeras dificuldades.
A sua infância humilde na cidade de Foz do Iguaçu no Estado do Paraná, onde cresceu sem o cuidado da mãe, não o impediu de trilhar um caminho de sucesso. Philip Han decidiu trabalhar desde os 14 anos de idade após ser barrado na escola devido ao seus pais não conseguirem mais pagar a sua mensalidade. Depois de alguns anos e com apenas 130 dólares e umas fotos na mala, despediu-se da sua família e decidiu sair de casa para trabalhar no México como gerente de uma Lan House com o salário de mil dólares mensais. Depois, ao não conseguir mais equilibrar a sua vida e adaptar-se ao comércio local, decidiu reerguer-se e passou a trabalhar como tradutor e liderar um grupo com 120 funcionários. Do México obteve o visto americano e na cidade de Dallas no Texas, exerceu a função hoje conhecida como “marketing de relacionamentos” no ramo das franquias de celulares. Após cerca de 6 anos, retornou ao Brasil com apenas 25 dólares no bolso, quando novamente decidiu reerguer-se e dedicar-se à leitura e a prática dos diversos ensinamentos dos livros que influenciaram a sua vida, tais como: “A Ciência de Ficar Rico” de Wallace Wattles e o audiolivro chamado “La Vaca”, do escritor Camilo Cruz. Foi então, que como num passe de mágica, as coisas começaram a prosperar. O Sr. Philip Han conheceu e casou-se com a mulher da sua vida, a Srta Carla Moreira Han, e diante dos muitos tropeços e fracassos, aprendeu e decidiu ser uma pessoa bem-sucedida. Ressalta-se do mesmo modo, que as supostas (em verdade inexistentes) investigações alegadas pela reportagem do “estadão.com” e igualmente citadas pelo site “Portal do Bitcoin”, referem-se ao fato crime definido na lei como “pirâmide financeira”. Vale esclarecer, que a específica tipificação criminal, apenas configura-se nos termos da lei, quando se obtém em detrimento das pessoas, ganhos ilícitos. O que evidentemente não é o caso do Sr. Philip e da empresa FX Trading, que conforme já dito, realizam as suas operações na modalidade denominada “exchange”, que além de não ser proibida tampouco ilícita, é totalmente legal e amparada pelas Instruções Normativas 1.888 e 1.889 da Receita Federal do Brasil.