Um homem acusado de liderar um esquema de pirâmide financeira com ramificações por todo o Brasil foi preso pela Polícia Civil de Santa Catarina na última quarta-feira (22) em Videira, região centro-oeste do Estado. Na casa do suspeito, foi encontrado dinheiro escondido até dentro de sapatos.
Na ação foram apreendidos pelo menos R$ 5 milhões em bens, incluindo R$ 105 mil em dinheiro vivo que estavam na casa do suspeito. Um imóvel na zona rural pertencente ao suspeito, cujo nome não foi revelado, também foi alvo dos policiais.
As cédulas estavam dentro de caixas, de calçados e até dentro do estojo de um violino. Além do dinheiro, a ação da polícia apreendeu dois carros (um SUV e uma picape), artigos de luxo, documentos e propriedades que teriam sido usadas pelo suspeito para lavagem de dinheiro. Ativos financeiros e criptomoedas também são investigados como meios usados pelo suspeito para dissimular os ganhos ilícitos.
Por questões de saúde, o alvo da ação teve a prisão preventiva convertida para o regime domiciliar, mediante uso de tornozeleira eletrônica.
Histórico com pirâmides
Ainda segundo as investigações, o suspeito têm ainda um largo histórico de participação em outros esquemas: Telexfree, Bbom, Click Dreams, AFTB (Associação Frutos da Terra Brasil) e Biticolibri.
A partir dessa experiência, o suspeito ainda montava os próprios esquemas de pirâmides. Uma delas ainda está em atividade, mas o nome também é mantido em sigilo pelos policiais.
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As ações começaram no final de 2019, quando a polícia cumpriu mandados judiciais em algumas residências de investigados. Com a documentação apreendida foi possível planejar a etapa seguinte, deflagrada nesta última quarta-feira.
Segundo os delegados Felipe Orsi, Eduardo Defaveri e Henrique Valadão, que conduzem as investigações, os crimes praticados pelo investigado lesaram financeiramente milhares de vítimas. O caso segue em apuração para identificar outros braços do esquema, bem como o total do prejuízo.
Crime comum
O levantamento “Fraudes em Investimentos no Brasil”, conduzido pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, ajuda a dar uma ideia do alcance que esse tipo de prática tem no país.
De acordo com a pesquisa, 11% dos brasileiros já foram afetados por algum tipo de fraude financeira, atraídos pela promessa de retorno rápido do capital investido, sem precisar entender de investimento. As pirâmides financeiras respondem por mais da metade desses esquemas (55%).
No caso das pirâmides, segundo a pesquisa, as principais vítimas são homens (58,3%), pessoas na faixa de 35 e 54 anos (64,9%) e indivíduos das classes A e B (59,9%).
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