Imagem da matéria: Polícia conecta operador de criptomoedas a mortes de líderes do PCC e esquema de US$ 100 milhões
Pablo Borges está sendo procurado pela polícia (Foto: Divulgação)

As evidências apontam que recentes mortes de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) estão ligadas ao universo das criptomoedas. A Polícia Civil de São Paulo lançou uma operação na segunda-feira (14) para investigar o caso e acabou chegando na casa de Pablo Henrique Borges, que se propagandeava como corretor de cripto, conforme noticiou o SBT NEWS.

Tudo teria começado quando Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Magrelo, buscou o corretor de imóveis Antônio Vinícius Lopes Gritzback para que o ajudasse na lavagem de US$ 100 milhões por meio de criptomoedas. Ambos eram parceiros de negócios desde 2015. O caso foi noticiado pelo portal R7.

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Após um tempo, Magrelo teria cobrado o paradeiro do dinheiro. Vinícius disse à policia que devolveu. Mas as autoridades trabalham com a tese de que o corretor não devolveu e, temendo o início de uma extorsão, encomendou a morte do membro do PCC.

Magrelo tinha uma alta posição na hierarquia do PCC e a facção criminosa iniciou uma investigação para saber o que ocorreu. Primeiro, assassinou o matador de aluguel que fez o serviço para Vinícius. Depois sequestrou o corretor (que após ficar rico com imóveis passou a investir no mercado financeiro e em criptomoedas) e o fez revelar o paradeiro do dinheiro.

Foi nesse momento que Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, foi chamado para depor no tribunal do crime e revelou que havia dado US$ 40 milhões para investimento em cripto. Vinícius então teria devolvido o dinheiro ali mesmo.

Django defendeu a soltura do corretor, o que, segundo a polícia, selou sua morte: o PCC considerou deslealdade com Magrelo e estabeleceu uma sentença de morte que foi cumprida semanas depois.

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Vinícius está preso de forma temporária por 30 dias. A investigação da morte de Magrelo foi parar na casa de outro notório golpista que opera com criptomoedas.

A Polícia Civil foi na segunda-feira (14) na casa (uma mansão estimada em R$ 15 milhões no Morumbi) de Pablo Henrique Borges com mandado de prisão, busca e apreensão. O corretor não estava e agora é foragido da Justiça.

As autoridades esperam que provas encontradas em computadores da casa ajudem a solucionar a morte das lideranças do PCC – já que Pablo parece estar no centro do esquema.

Do boleto ao bilhão

A história de Pablo Henrique Borges é um capítulo à parte. Reportagem do jornal O Globo publicada em outubro de 2018 revela como ele ficou milionário ao levar para São Paulo o esquema criminoso “pague apenas 50% do seu boleto”.

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Por meio de ataques hackers, ele conseguia obter logins e senhas de clientes de banco. Isso em uma ponta. Na outra, ele oferecia o serviço do boleto: a pessoa interessada mandava a conta para ele, pagava 50% do valor; Pablo usava os dados de sua base para quitar o boleto.

Isso rendeu milhões, que foram convertidos em casas, carros de luxo e uma vida regada à champagne e viagens internacionais.

Para legitimar seu negócio, Pablo criou uma empresa chamada E-Price, como sede no bairro nobre de Itaim Bibi em São Paulo, pagando R$ 200 mil de aluguel por mês e indo ao escritório apenas de helicóptero.

O criminoso começou então uma guinada na sua imagem pública: passou a se vender como corretor de criptomoedas.

O curioso é que a reportagem do jornal O Globo foi publicada em outubro de 2018. Isso não fez com que eles se escondesse. Em novembro de 2019 pagou para publicar um texto no espaço de conteúdo patrocinado da revista Exame.

No texto, o corretor fala sobre mineração, blockchain e meios de pagamento com cripto. “Nos preocupamos muito em integrar um meio de pagamento inovador a vida das pessoas desde suas idas ao supermercado até suas redes sociais, pois bitcoin além de transcrever o futuro, é nitidamente um meio de pagamento”.

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A reportagem da TV Record sobre a operação de segunda-feira (14) afirma que Pablo foi preso em 2017, mas ficou apenas três dias atrás das grades e saiu após um acordo de delação premiada. Na época foi feita uma apreensão de meio bilhão de reais em joias e carros na mesma mansão onde agora as autoridades buscam provas sobre a morte de Magrelo.

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