Imagem da matéria: Plano da Receita Federal pode destruir o mercado de criptomoedas, diz advogado do setor
Rafael Steinfeld, advogado e CEO da Bitwolf, durante palestra na Bitconf Summer (Foto: Marília Camelo/Portal do Bitcoin)

“A falta de regulamentação de criptomoedas leva a Receita Federal fazer como bem entender nesse mercado”. Essa foi a frase dita por Rafael Steinfeld, advogado e CEO da Bitwolf, na manhã dessa sexta-feira (16), na Bitconf Summer Edition, que está sendo realizada em Fortaleza, no Ceará.

O advogado palestrou sobre os riscos trazidos da minuta de uma instrução normativa feita pela Receita Federal. O órgão visa tributar qualquer operação com criptomoedas e, em face da ausência de regulamentação, pretende fazer isso por analogia de regras utilizadas no mercado de ações.

Publicidade

O problema, contudo, é que esse projeto de instrução normativa prevê penalidades que podem afetar negativamente o mercado cripto por inteiro. A obrigação de se fazer declaração mensal das operações acima de R$10 mil, na visão de Steinfeld, é algo absurdo e pode afastar investidores.

“Isso não é feito nem no mercado de ações”, disse o advogado que ainda apontou um outro problema grave. Mesmo sem qualquer previsão legal e, desta forma, violando o princípio da legalidade, a Receita Federal ainda impôs uma multa em caso de declarações desconexas.

A sanção de pagamento de 1,5% para pessoas físicas e 3% para as pessoas jurídicas sobre o total que deve ser tributado, é um absurdo.

“Esse tipo de penalidade não pode ser imposta por essa instrução normativa”, afirma o advogado. Ela deve advir de lei conforme está até previsto no artigo 97 do Código Tributário Nacional. “Não se pode criar penalidade sem lei. Essa instrução normativa viola o princípio da legalidade”.

Publicidade

“O banco só tem de informar suas declarações uma vez por ano. Isso é destruir o mercado. As associações que estão aí têm de brigar firme contra esse absurdo”.

A questão é que não há clareza nem do momento em que deve ocorrer a tributação e ainda acaba onerando tanto as exchanges quanto os investidores em se certificar sobre os detalhes das suas operações com criptomoedas.

Steinfeild afirma que esses 3% é muito além do que as exchanges ganham com as transações e isso vai acabar com o mercado.

Apesar de declaração não significar tributação, o advogado explica que isso trará custos para exchanges e investidores, os quais terão de contratar advogados e ainda garantir a execução fiscal (em outros termos pagar o valor para se defender).

Publicidade

O que motivou essa minuta da instrução normativa foi a suspeita de que as criptomoedas estariam sendo usadas para lavagem dinheiro. Steinfeld não discorda de que criptomoedas devem ser tributadas, mas critica a Receita federal pela falta de conhecimento sobre o tema.

“A receita precisa entender mais sobre o assunto. A blockchain é totalmente auditável. Eles estão em outro mundo. Não sei o que eles pensam. O mercado não é assim”.


Cointrade

Cadastre-se e confira todas as novidades da ferramenta, acesse: https://cointrade.cx

VOCÊ PODE GOSTAR
Foto de rosto de Elon Musk

Elon Musk muda nome no X e faz preço de memecoins dispararem; entenda

Elon Musk mudou o nome de sua conta no X para ‘Harry Bōlz’ após defender um seguidor, o que gerou uma onda de memecoins cunhadas na rede Solana
CEO da corretora de criptomoedas Coinbase, Brian Armstrong, participa de palestra

Coinbase mira USDT da Tether com meta de expandir o USDC em US$ 86 bi

O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, disse na quinta-feira (13) que o…
Imagem da matéria: Manhã Cripto: Bitcoin cai 2% enquanto mercado aguarda dados de inflação dos EUA

Manhã Cripto: Bitcoin cai 2% enquanto mercado aguarda dados de inflação dos EUA

Bitcoin pode se beneficiar caso os dados de inflação dos EUA venham abaixo do esperado
Imagem da matéria: Bybit enfrenta onda de saques após roubo de R$ 8 bilhões, diz CEO

Bybit enfrenta onda de saques após roubo de R$ 8 bilhões, diz CEO

O CEO da Bybit, Ben Zhou, disse que a plataforma está lutando para lidar com os pedidos de saque após um hack de US$ 1,4 bilhão