A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (5) a operação Lanterna Verde para derrubar uma organização criminosa que captava Bitcoin de investidores com a promessa de entregar altos lucros por meio de um falso esquema de extração de esmeraldas. O prejuízo deixado pelo esquema é estimado em cerca de R$ 500 milhões.
A apuração do Portal do Bitcoin indica que a empresa alvo da PF foi a Pietra Verdi, que prometia entregar um lucro de 1,2% ao dia sobre o Bitcoin do investidor por meio da extração e comercialização de esmeraldas.
Em imagens divulgadas pela PF dos bens apreendidos na operação de hoje, é possível ver que as joias estavam em sacos que traziam o logo da Bellaver Joias, uma empresa aberta em Itapema/SC em setembro de 2018 por Maicon Bellaver.
O empresário era um dos líderes da Pietra Verdi e atuava na empresa como COO, junto de Márcio Guindani (CEO) e Laydi Laura, presidente da empresa, conforme mostram vídeos de divulgação do esquema no YouTube.
Prejuízo de R$ 500 milhões
A quadrilha baseada em Balneário Camboriú/SC captava investimentos em vários países através de depósitos em Bitcoin, mas nunca entregou os lucros prometidos.
Durante a operação desta manhã, os agentes federais cumpriram três mandados de prisão preventiva. Outras cinco pessoas também foram indiciadas por associação criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra o sistema financeiro nacional e a economia popular. A condenação por esses crimes pode chegar à pena máxima de 30 anos.
A PF também cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nos municípios de Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema, Ilhota em Santa Catarina, bem como nas cidades de Farroupilha/RS e Paraíso do Tocantins/TO. A operação também envolveu o bloqueio e o sequestro de bens dos investigados.
Imagens da operação da PF mostram que entre os bens apreendidos estavam pedras preciosas, barras de ouro, carros de luxo incluindo Ferrari, bem como uma aeronave.
Como funcionava o esquema
A Polícia Federal descobriu durante a investigação que os golpistas utilizavam vídeos para mostrar as falsas funcionalidades da empresa, que incluía bancos digitais próprios.
“Para promover uma maior credibilidade ao falso investimento, a Orcrim [organização criminosa] convidava pessoas em destaque na mídia para viajarem ao Brasil, onde participavam de eventos, recebiam valiosos prêmios e lhes eram apresentadas supostas áreas de mineração e lapidação de pedras preciosas”, diz o comunicado.
Na estimativa das autoridades, o esquema fez cerca de 2,5 mil vítimas diretas em pelo menos 18 países, principalmente das Américas do Sul e Central, incluindo o Brasil. No total, a estimativa é que cerca de 25 mil pessoas tenham sido lesadas pelo esquema fraudulento.
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