Imagem da matéria: “Ouro e Bitcoin não atendem necessidades básicas”, diz Professor de Finanças da FGV
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‘O ouro e o bitcoin não atendem nossas necessidades básicas’. A premissa é do professor Fábio Gallo, em seu artigo ‘O fim do dinheiro’, publicado no Estadão na segunda-feira (18).

Conforme a publicação, Gallo não concorda com teorias “vinda de pesos-pesados do mercado” que em tempos de crise vale mais a pena possuir terras, ouro e bitcoins.

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Segundo ele, apesar das discussões sobre os problemas trazidos pela pandemia terem sido “muitas e muito ricas”, há também as ilusórias.

“Há de tudo, desde cavaleiros do apocalipse até Polianas que acham que o mundo é belo”, escreveu.

Conforme explicou o motivo de tratar do tema, é que depois de algumas certas análises de alguns “pesos-pesados do mercado” houve um queda acentuada do bitcoin, mais precisamente no dia 12 de março.

“Comprar bitcoins sempre é de muito risco. A moeda virtual abriu o ano em US$ 7,3 mil, em 11 de março atingiu US$7,9 mil, mas no dia seguinte caiu 39%”, detalhou.

Provavelmente ele se referiu aos dias de quedas seguidas do bitcoin, quando o assunto também gerou questionamentos dentro de fora do mercado de criptomoedas. Fernando Ulrich e Samy Dana foram alguns destaques.

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Alguns especialistas discutiram — e sempre discutem — sobre o bitcoin ser tratado como um ‘ouro digital’, uma teoria muito difundida no meio criptoeconômico.

Mas Gallo não falou tudo. Na ocasião, o bitcoin teve uma queda de 50% em menos de 24h e o mercado todo ficou em alerta.

Sobre tal teoria — sem citar qualquer autor — Gallo diz que tais análises foram feitas dentro de um contexto e que não foram levianas. No Entanto, disse, que aquilo foi entendido por alguns como um presságio, de que deve-se investir em ouro e bitcoins.

Logo, para ele, fazer com que alguns levem em conta o tal presságio foi sim leviano, se não maldoso. “Comprar bitcoins sempre é de muito risco”, argumentou.

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“Sem polemizar, acredito que temos de entender melhor o assunto e propor uma orientação mais correta”, disse.

Bitcoin e ouro em tempo de crise

Para retomar à premissa de que o ouro e o bitcoin não atendem a necessidades básicas. Gallo fez uma analogia sobre um assunto em alta no mundo, a ‘impressão de dinheiro’, citando a Alemanha na 2ª Guerra Mundial.

Segundo ele, alguns estão interpretando que está havendo emissão desproporcional de moeda ‘nova’, mas que não é bem verdade. “As emissões apontadas no site do Fed estão dentro da programação”, disse.

Isso porque, segundo ele, as autoridades monetárias não são tolas e sabem os efeitos desastrosos que a ‘impressão de dinheiro’ pode trazer.

É neste ponto que ele bate. Se houver emissão de moeda de forma desproporcional no final ninguém consegue comprar mais nada, pois a moeda vai perder seu valor.

De acordo com ele, a imagem agora colocada é de que a humanidade estaria mergulhada num caos total e por isso seria melhor ter ativos reais — ouro e bitcoin , por exemplo.

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Só que, segundo ele, para chegar a este ponto a característica fiduciária da moeda também seria nula, ou seja, os países perderiam totalmente a credibilidade e não haveria moeda de curso forçado em lei. “Fim de tudo”, escreveu.

O autor concluiu o artigo com o seguinte questionamento:

“Nessa condição, de que adianta ter ouro ou bitcoin? O ser humano não come e não bebe ouro. Ativos como esses não atendem nossas necessidades básicas”.

No entanto, ele acredita que em algum tempo a forma de se manter reserva de valor e realizar transações serão totalmente transformadas, bem como a substituição das atuais moedas.


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