O Impacto da BlackRock no mercado de tokenização de ativos do mundo real | Opinião

O autor comenta sobre o novo fundo da maior gestora de ativos do mundo e os próximos passos da economia tokenizada
Fachada de um prédio da BlackRock na Califórnia, EUA

Shutterstock

No artigo de hoje vou trazer uma análise da importância para a economia global do fundo tokenizado lançado pela BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, em março deste ano. 

Para quem acompanha, está vendo que a tokenização de ativos do mundo real (Real World Assets), se tornou uma das tendências mais promissoras para empresas e instituições financeiras.

Esta inovação que utiliza a tecnologia blockchain e smart contracts promete democratizar o acesso a investimentos que antes eram limitados apenas para instituições financeiras e investidores qualificados.

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Mas os benefícios não estão limitados a isso. 

O que é tokenização e o que o fundo da BlackRock representa?

A tokenização de ativos do mundo real traz vantagens para todos os lados e isso fica claro ao ver a entrada da BlackRock neste mundo dos ativos tokenizados, demonstrando que o cenário está pronto para uma transformação significativa.

Além disso, com a gestora neste mercado pode servir como catalisador para uma adoção mais ampla e rápida dessa tecnologia inovadora. 

A principal vantagem da tokenização de ativos do mundo real é a capacidade de fracionar e representar ativos como imóveis, ações, obras de arte, commodities, em tokens digitais. 

Isso não apenas contribui para a divisão e a transferência de propriedade, mas também permite liquidez, redução de custos, mais transparência e também segurança. 

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Exemplificando, o mercado de capitais e de crédito já vêm sendo tokenizados pela Liqi. Dessa forma, recebíveis estão sendo tokenizados, trazendo benefícios para o emissor do token, como liquidez e redução de custos com a operação.

Já para o investidor, acesso a investimentos que talvez não teria, além de maior transparência, segurança e rentabilidades mais interessantes. 

Então, com a BlackRock entrando neste mercado, provavelmente vamos ver nos próximos meses e anos mais empresas e investidores aderindo a tokenização, isso porque a presença da gestora pode trazer mais segurança e escalabilidade para esse setor já que é uma companhia estabelecida e com uma grande reputação na gestão de ativos.

Então, instituições que têm preocupações com questões regulatórias, de segurança e de governança tendem a olhar para a tokenização de uma outra forma. 

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Os próximos passos da economia tokenizada

CitiBank e JP Morgan divulgaram recentemente relatórios apontando que esperam que o mercado de tokenização atinja trilhões de dólares até 2030. 

No entanto, apesar das notícias estarem impulsionando a tokenização, é necessário estar ciente que ainda temos desafios regulatórios já que reguladores do mundo inteiro estão buscando entender essa inovação.

Porém, quando se trata desse assunto, o Brasil está bem à frente, já que o Banco Central e a própria CVM vêm se aprofundando muito no assunto. Inclusive através do DREX, o Banco Central estará tokenizando a nossa economia. 

O importante é que as empresas envolvidas no setor de tokenização trabalhem juntas para colaborar com os reguladores a fim de garantir que as melhores práticas sejam estabelecidas.

Concluindo, a entrada da BlackRock e de grandes players olhando para ativos tokenizados é um marco significativo e mostra que a tokenização não é uma possibilidade, mas sim é uma evolução tecnológica que traz diversos benefícios e já está acontecendo. 

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O importante agora é manter o compromisso em educar empresas e pessoas sobre os benefícios existentes, porque essa ferramenta já está democratizando o acesso a investimentos além de estar proporcionando a inclusão financeira em todo o mundo. 

Sobre o autor

Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Brasil.