Enquanto as sardinhas se desesperam com o preço do Bitcoin (BTC) caindo para a região dos US$ 22 mil, as baleias vão às compras.
A nona maior baleia — termo que se refere a um investidor que detém grandes quantias de criptomoedas — de bitcoin do mercado adquiriu 7.000 BTCs na manhã desta segunda-feira (13), equivalente a R$ 880 milhões no momento da compra.
A transação aconteceu por volta das 5h30 da manhã (horário de Brasília), um momento em que o preço do bitcoin estava em torno de US$ 24.660. Poucas horas depois, a cotação da moeda recuou ainda mais até atingir US$ 22.812, o pior preço desde dezembro de 2020.
A hipótese de que essa transação se tratou de uma compra ganha força ao analisar a origem e o destino dos 7.000 BTCs. De acordo com os dados públicos da blockchain, os ativos saíram de uma carteira em posse da corretora Bitfinex (múltiplos endereços) para uma carteira (bc1q…rzr) cujo seu detentor é desconhecido.
Transações desse formato geralmente são de investidores que compram as criptomoedas em uma corretora e logo realizam o saque para fazer a autocustódia.
A carteira de destino dos 7.000 BTCs está atualmente na 9ª posição da Bitcoin Rich List do BitInfoCharts, que rastreia os maiores acumuladores bitcoin do mercado.
Retirando da lista as carteiras cujos detentores são corretoras de criptomoedas, a baleia desconhecida que fez a compra desta manhã é a quarta mais rica do mundo.
Baleia misteriosa
Os padrões de compra e venda sugerem que a carteira pode pertencer a um único investidor ao invés de uma organização empresarial, como uma exchange ou gestora de investimentos.
Desde que foi criada, em outubro de 2021, a carteira só realizou 14 transações. Todas elas foram entradas de bitcoin, sem nenhuma retirada que sinalize a venda de parte do patrimônio.
A carteira está comprando bitcoin de forma recorrente ao longo de 2022, ano em que o preço do ativo estagnou e caiu para metade do que valia em novembro passado.
A compra de hoje foi uma das maiores registradas desde que a carteira foi criada. É menor apenas do que a compra de 9.000 BTCs de fevereiro e 7.200 BTCs de dezembro de 2021.
Ao todo, a baleia misteriosa é detentora de 64.300 BTCs, cerca de R$ 7,7 bilhões na atual cotação do bitcoin.
Bitcoin deixando as corretoras
A forte queda do bitcoin nas últimas 24 horas representa um momento de dor para a maioria dos investidores — principalmente os de pequeno porte, apelidados de “sardinhas”. Em contrapartida, parte das baleias veem o momento como oportunidade de acumular mais bitcoin.
O Whale Alert, um perfil do Twitter que rastreia grandes transações nas principais blockchains do setor, mostra que a baleia citada acima não foi a única que foi às compras nesta segunda.
O perfil mostrou que pelo menos 9.496 BTCs deixaram a Coinbase nesta manhã em apenas quatro transações que tinham como destino carteiras de baleias desconhecidas.
O número de saques em corretoras por investidores menores também cresce. Porém, essas movimentações podem representar mais uma mudança de custódia do que a compra de moedas na baixa.
A Celsius, uma empresa de empréstimos de criptomoedas, espalhou desconfiança no mercado após suspender os saques de todos os clientes na noite passada (12).
A Binance, por exemplo, precisou pausar os saques de bitcoin hoje citando um problema causado por uma “transação travada” que gerou um backlog na plataforma, ou seja, uma lista de pedidos de saques não atendidos.
Os saques foram interrompidos às 08h43 e ficaram suspensos por quase quatro horas, voltando ao normal às 12h30, segundo a Binance.