Nasdaq abandona plano para criptomoedas e culpa ambiente regulatório dos EUA

Bolsa de valores de empresas tecnológicas planejava lançar serviço de custódia para criptoativos, mas suspende os esforços em meio à falta de clareza dos reguladores
moeda do bitcoin com logo da nasdaq ao fundo

Shutterstock

Os planos da Nasdaq de lançar um serviço de custódia de criptomoedas, anunciado pela primeira vez em setembro de 2022, não vai sair do papel tão cedo.

Em uma teleconferência que aconteceu nesta quarta-feira (19), a CEO da operadora da bolsa de valores, Adena Friedman, disse que suspendeu os esforços para buscar a licença necessária para o serviço de custódia cripto, “considerando a mudança no ambiente regulatório e de negócios nos EUA”.

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De acordo com o CoinDesk, essa nova posição da executiva contraria os planos divulgados para a Nasdaq em março deste ano, quando sinalizou que a empresa estava montando a infraestrutura do serviço e buscando a aprovação regulatória necessária, chegando inclusive a solicitar ao Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS) a abertura de uma sociedade fiduciária de propósito limitado, que supervisionaria o oferta da custódia cripto.

No pronunciamento de hoje, Friedman garantiu que a Nasdaq vai continuar apoiando a indústria de criptomoedas, fechando, por exemplo, parcerias com potenciais emissores de ETFs ligados a ativos digitais — um produto que atrai muita expectativa dos investidores americanos.

De toda forma, a desistência da Nasdaq de lançar um serviço de custódia mostra que o cenário regulatório para as criptomoedas nos EUA está longe de ser um assunto resolvido. 

Nos últimos tempos, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) abriu processos polêmicos e criticados por boa parte do mercado cripto contra algumas das maiores exchanges do mundo, Coinbase e Binance, bem como acusou mais de 70 criptomoedas de serem valores mobiliários.