Imagem da matéria: MP da Bahia entra com ação de R$ 5 milhões contra suposta pirâmide de bitcoin que prometia lucro de 4% ao dia
Kleyton Alves Pinto, criador da A2 Trader. Foto: Reprodução/Youtube

O Ministério Público da Bahia entrou na semana passada com uma ação civil pública contra a empresa de investimentos A2 Trader, cuja sede ficava em Natal (RN). A suposta pirâmide financeira, que fechou as portas no final de 2019 e ficou com o dinheiro dos investidores, prometia rendimento fixo de 4% ao dia com bitcoin.

Também foram citados o sócio da A2 Trader, Kleyton Alves Pinto, e o contador Loilson Rodrigues; a empresa Pepper Hall Shows e Eventos, da qual Kleyton também fazia parte; e os sócios da Pepper Elias Gonçalves, Eros Henrique Miranda e Matheus Martins.

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No processo, que a reportagem do Portal do BItcoin teve acesso, o órgão pede que o esquema e os envolvidos paguem R$ 5 milhões a título de dano moral, além de devolverem os valores pagos por consumidores que acreditaram nas falsas promessas de lucro. O total do prejuízo gerado a terceiros não foi citado.

O MP também sugere para a Justiça pegar os passaportes dos participantes do suposto golpe; bloquear as contas bancárias deles; apreender pelo menos dois veículos usados pelo grupo; e obrigar a empresa a parar de oferecer Contratos de Investimento Coletivo (CIC) atrelados a criptomoedas.

“No caso concreto, vislumbra-se que a A2 Trader, após conquistar a confiança dos consumidores no investimento de criptomoedas, subitamente retirou-se do mercado, deixando diversos indivíduos em prejuízo. Os prejuízos sofridos pelos consumidores são evidentes e a fornecedora, bem como seu sócio administrador, não podem restar impunes pela prática perpetrada”, disse na ação a promotora de Justiça Joseane Suzart.

A reportagem não localizou a defesa dos acusados.

Em 2019, a CVM abriu processo administrativo para investigar a empresa. Desde 2020, a A2 Trader também é alvo de ação civil pública do Ministério Público do Rio Grande do Norte. O suposto golpe também responde a dezenas de processos individuais espalhados pelos tribunais de Justiça do país.

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Falsas promessas

A A2 foi criada por Kleyton em janeiro de 2019. O carro-chefe era a oferta de pacotes de investimentos em criptomoedas com supostos rendimentos diários de 4% sobre o aporte ou de 60% em apenas 40 dias.

A empresa não cumpriu a promessa e no final daquele ano encerrou as atividades. Na época, investidores invadiram a sede da A2, quebraram portas e saquearam o local. A invasão virou notícia na emissora local da rede Globo.

Logo após a confusão, o criador do esquema divulgou um vídeo no Instagram e prometeu pagar todo mundo. “Eu vou fazer meu nome como a primeira empresa que abriu e fechou e pagou todo mundo”, falou.

Ninguém, no entanto, foi pago. A página da A2 Trader na plataforma de defesa do consumidor Reclame Aqui tem pouco mais de 1.200 reclamações.