Cornelius Johannes Steynberg, do MIT, em vídeo no Youtube
(Reprodução/Youtube)

Morreu nesta semana o sul-africano Cornelius Johannes Steynberg, que estava preso em Goiás desde 2021 por ter aplicado um golpe de cerca de R$ 5 bilhões com criptomoedas em investidores dos Estados Unidos e outros países através da empresa Mirror Trading International (MTI), da qual era fundador e CEO.

Steynberg, que tinha 41 anos, cumpria prisão domiciliar em uma chácara no município de Pirenópolis (GO) onde aguardava o julgamento de um pedido de extradição para seu país de origem, onde também ficava a sede da MIT.

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A data da morte de Steynberg não foi divulgada, mas segundo a reportagem do JA 1ª Edição, ele foi enterrado na quarta-feira (24) no Jardim das Palmeiras, em Goiânia, cidade onde mora sua esposa.

De acordo com informações de seu advogado, Steynberg sofreu um infarto fulminante durante a estadia na casa da esposa, que o acolheu após ele passar por tratamento médico devido a sintomas de síndrome do pânico.

Cornelius Johannes Steynberg estava preso desde 2021, mas no fim do ano passado ele conseguiu prisão domiciliar e foi viver na chácara de Pirenópolis. Lá, diz a reportagem, apenas sua esposa o visitava.

Condenado por golpe nos EUA

Conforme apurou o Portal do Bitcoin na época, o sul-africano teria coordenado um esquema bilionário de pirâmide financeira com criptomoedas nos Estados Unidos, onde teria faturado US$ 1,7 bilhão. Lá, ele foi condenado pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities a pagar uma multa de US$ 3,4 bilhões.

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Isso porque entre 2018 e 2021, Steynberg captou 29.421 bitcoins de pelo menos 23 mil investidores nos EUA e em outros países, para participação em um pool de commodities não registrado operado por sua empresa.

No golpe, Steynberg cobrava um depósito de no mínimo US$ 100 em Bitcoin dos investidores, com a promessa de oferecer a eles 10% do valor todos os meses. “Tudo que você precisa fazer é sentar e relaxar”, informava a Mirror Trading International em seu site.

A empresa dizia operar um “software digital avançado e inteligência artificial (IA) para negociar nos mercados internacionais de Forex”. O modelo de negócio era parecido com o de outras empresas brasileiras suspeitas de pirâmide, como Atlas Quantum e Binary Bit.

Em setembro de 2021, no entanto, Steynberg parou de pagar os investidores. Poucos meses depois, a Financial Sector Conduct Authority (FSCA, a Comissão de Valores Mobiliários da África do Sul) entrou com ações criminais contra a MTI.

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Depois descobriu-se que ele estava escondido no Brasil desde dezembro de 2020. Procurado pela Interpol na época, Steynberg foi capturado pela Polícia Militar de Goiás durante uma abordagem em que apresentou documentos falsos. Ele foi então encaminhado à Polícia Federal.

Já na prisão em Aparecida de Goiânia, Steynberg passou a ser investigado por ter regalias após uma denúncia do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal no Estado de Goiás (SINSEP-GO). Segundo informações na época, além de o detento ter acesso a um computador, sua esposa entrava e saia da penitenciária sem agendamentos para ver o marido.

Procurada pelo Portal do Bitcoin na época, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) do Estado de Goiás informou que instaurou um procedimento de apuração interna, pela Corregedoria da Polícia Penal, para apurar a denúncia do presidente do Sinsep, de que um custodiado teria direito a regalias não autorizadas dentro do Núcleo de Custódia.

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