A Netflix vai contar uma das histórias mais misteriosas no mercado das criptomoedas: a morte de Gerry Cotten, criador da corretora canadense QuadrigaCX.
O empresário supostamente morreu de forma súbita durante uma viagem à Índia no final de 2018. Por ser o único detentor das chaves privadas da exchange, todos os clientes da QuadrigaCX tiveram um prejuízo de cerca de R$ 1,3 bilhão ao perderem acesso as suas criptomoedas armazenadas na plataforma.
O popular serviço de streaming disse no Twitter que vai contar a história acompanhando um grupo de investidores que acreditam que Gerry Cotten ainda está vivo e falsificou a própria morte para encobrir a fuga com os fundos da corretora.
O documentário se chamará “Não confie em ninguém: a caça ao rei das criptomoedas” e está previsto para ser lançado em 2022. Ao divulgar um trailer que compila as produções que serão lançadas na plataforma nos próximos meses, a Netflix mostrou trechos do documentário que mostram cenas de mineração de bitcoin, fugas em iates e cirurgias plásticas.
A suposta morte de Gerry Cotten
O empresário canadense Gerry Cotten supostamente morreu aos 30 anos por complicações da doença de Crohn durante uma viagem à Índia. A sua morte se tornou pública de forma tardia quando a sua esposa, Jennifer Robertson, entrou com pedido de proteção ao credor na Suprema Corte.
Uma série de evidências levaram os investidores que perderam dinheiro na exchange a suspeitar que a morte. Dias antes de morrer, R$ 3,7 milhões em Ethereum (ETH) foram transferidos das carteiras da QuadrigaCX para outras corretoras. Outro sinal foi que Gerry Cotten fez seu testamento duas semanas antes de morrer.
O caso começou a ser investigado pela empresa de auditoria Ernst & Young, responsável por localizar e gerenciar os fundos remanescentes. A Comissão de Valores Mobiliários do Canadá também investigou o caso e revelou em um relatório de junho de 2020 que a QuadrigaCX era na verdade um esquema Ponzi, e não faliu por causa da morte de Cotten, mas sim como resultado das atividades fraudulentas que o empresário praticou quando estava vivo.
