Imagem da matéria: "Minha mulher tem câncer de mama, preciso do dinheiro preso no Bitcoin Banco", conta investidor
Foto: Shutterstock

Com esposa diagnosticada de câncer e o dinheiro para custear o tratamento preso há mais de três meses no grupo Bitcoin Banco, o investidor Alexandre Mattos Pereira perdeu todas as esperanças e disse que hoje se sente “muito frustrado com toda essa situação”.

A batalha de Pereira vem sendo travada desde maio, quando notou que não consegui fazer o saque. Ele relatou ao Portal do Bitcoin que dois meses depois disso decidiu, desesperado, viajar para reaver o dinheiro que seria usado em tratamentos de quimioterapia e intervenções cirúrgicas para sua esposa Claudete Pereira, que desde 2012 se trata contra o câncer de mama.

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Ele não foi sozinho. Nessa viagem de Santa Catarina até a capital de Curitiba, foram com ele, o filho Guilherme, bem como o seu irmão Marcelo, que também haviam investido dinheiro nas empresas ligadas ao grupo econômico.

O objetivo, que era de levantar fundos para o tratamento da esposa de Pereira, resultou em mais gastos com passagens, hospedagens e alimentação, além da amarga sensação de frustração diante daquilo que ele chamou de “promessas com intuitos protelatórios”.

Bitcoin Banco e as promessas

Foram diversas conversas por meio de WhatsApp com a advogada Aline Correa que, “no início se mostrou bastante preocupada com a situação e prometeu que o pagamento seria feito logo”, devido a gravidade do caso.

Pereira ainda conversou com o atual presidente do Bitcoin Banco, Johnny Pablo Santos, que respondeu no dia 02 de julho por meio do mensagem que estava “tudo encaminhado”.

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O fato é que todas as conversas foram em vão. Ele explicou que primeiro foi dito que teriam de passar o caso para o compliance da empresa.

Mesmo com tudo certo, o saque não foi liberado, pois antes “precisavam da liberação do delegado que estava cuidando do caso de fraudes” que o Bitcoin Banco estava passando.

Assim como Pereira há outros investidores na mesma situação, o que fez com que muitos movessem ações contra o grupo empresarial.

Recentemente, um grupo de investidores insatisfeitos como Pereira chegou até a organizar uma manifestação que aconteceria no último dia 12, mas a realidade foi que poucos apareceram na frente do prédio do GBB.

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A desilusão

Esse prédio é bem conhecido por Pereira. Ele que afirma ter ido três vezes ao “luxuoso e bem localizado prédio do relógio em Curitiba”.

A imponência do edifício contrasta com a situação da sala de espera na qual “havia muita gente e todos insatisfeitos com o tratamento desrespeitoso”, disse.

O atendimento era sempre com os advogados. Era oferecido um café numa espécie de antessala, até que a pessoa era chamada para uma sala de reunião na qual sempre havia dois seguranças na porta. “Acho que era para evitar que alguém perdesse o controle ali dentro”, diz.

Ele contou que saía de Santa Catarina com seu filho e irmão até Curitiba (PR), onde ficava a sede da empresa e que bancava tudo de suas próprias economias.

“Foi tudo às nossas custas. Hotel, passagens, gastos com comida. Eles não nos deram nada”.

Revolta

Na primeira visita ao prédio, Pereira disse ter sido recebido pelo advogado Milton Pinheiro Junior, do escritório Nelson Wilians, que representava a empresa antes de haver a quebra contratual por parte do GBB.

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Ele ainda conversou com o diretor da empresa, após ter conversado com a advogada Aline Correa, que finalmente no terceiro e último dia, desiludiu Pereira, dizendo que ele não conseguiria sacar seu investimento naquele momento.

Esse fato fez o irmão de Pereira se revoltar no grupo de WhatsApp que foi criado pelo investidor e que participava a advogada.

Ele afirmou:

“Não podemos mais gerar despesas, pois estamos com recursos financeiros representativos para nós retidos pelo GBB”.

Investindo uma vida

Pereira explicou que investiu na plataforma de arbitragem do grupo econômico a fim de levantar capital para custear o tratamento da sua esposa, que devido ao câncer de mama, tem passado por inúmeros procedimentos médicos incluindo a quimioterapia.

“Ela passaria pelo processo do SUS de aguardar na fila ou a família faria frente as despesas. Nós, então, fizemos parte SUS e outra parte resolvemos encaminhar para tratamento particular para ela não ficar esperando tanto.”

Pereira mostrou por meio de laudos e exames que o seio direito de sua esposa foi extraído com todos os linfonodos da axila.

“Como ela foi diagnosticada com metástase, teve de retirar a mama do lado direito que estava com carcinoma. Ela ficou basicamente num tratamento bastante invasivo com vários processos cirúrgicos de correção de retirada de nódulos”.

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De acordo com um dos documentos enviados à reportagem, ela está aposentada pelo INSS desde 2016 por conta da doença, que já foi diagnosticada em fase acelerada em 2012. No último dia 10, Pereira apontou que ela teria de fazer uma cirurgia, a qual “foi desmarcada depois que Bitcoin Banco se negou em liberar o meu saque”.

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