Membro do Partido Comunista chinês confessa suborno para apoiar mineradores de Bitcoin

O ex-secretário do Partido Comunista teria recebido cerca de R$ 100 milhões em subornos no período de três anos em meio à proibição da mineração no país asiático
Xiao Yi diante do tribunal chinês - Reprodução Weixin

Ex-secretário do Partido Comunista da China diante do tribunal (Imagem: Reprodução/Weixin)

Xiao Yi, ex-secretário do Partido Comunista da China da cidade de Fuzhou, província de Jiangxi, confessou na semana passada em um tribunal de Zhejiang que recebeu suborno para apoiar empresas de mineração de bitcoin entre os anos de 2017 e 2021. Segundo o site Weixin, o funcionário teria recebido no período cerca de R$ 100 milhões (125 milhões de yuans).

Conforme descreve a reportagem, o período se refere ao mandado de Xiao Yi, que, como representante do governo Xi Jinping, forneceu apoio a empresas na forma de subsídios, ajuda de capital e garantia de eletricidade.

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“Esses atos foram contrários aos regulamentos nacionais, à teoria do Novo Desenvolvimento, e levaram a perdas maciças de propriedade pública, levando a consequências adversas”,  afirma o veículo, acrescentando que Xiao Yi abusou de seu poder de introduzir e apoiar tais empresas.

Exonerado do cargo desde 2021, Xiao Yi deve enfrentar a corte mais uma vez para então saber qual será a punição por suas ações. Fora isso, ele perdeu sua posição como membro do corpo de liderança do Partido Comunista Chinês decisão da Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCDI), principal órgão no combate ao suborno no governo da China.

Conspiração contra o governo

Xiao Yi deverá enfrentar agora acusações de conspiração contra o governo, abuso de autoridade, suborno, obstrução judicial e “decadência moral”, que é quando uma ação fere os valores morais de um país.

A China já foi o maior hub global de mineração de criptomoedas até o governo proibir totalmente a atividade há cerca de três anos após uma onda de repressão cujo argumento era para prevenir crimes e preservar o yuan, além de esforços para atingir metas de carbono neutro.

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No entanto, mesmo com a proibição — e uma onda de empresas deixando o país asiático e migrando principalmente para os Estados Unidos — mineradores clandestinos continuam a produzir moedas.

Um relatório divulgado no ano passado, por exemplo, mostrou que a China voltou a ser responsável por cerca de 21% da mineração de bitcoins do mundo, burlando a proibição governamental. Os mineradores ‘ilegais’ usam redes VPN que disfarçam a origem da conexão para esconder a sua localização. 

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