Imagem da matéria: ‘Matrix Resurrections’ e o nascimento do Metaverso
Foto: Reprodução

O gênero da ficção científica é no cinema talvez o maior campo de discussões ideológicas e filosóficas sobre a nossa sociedade, e principalmente, um painel de consequências de atitudes que podem trazer problemas na vida real e que são transpostas no telão do cinema, numa sala escura onde espectadores compartilham o vislumbre na maioria das vezes distópicos dessas propostas.

E hoje o debate do metaverso talvez seja para a maioria das pessoas a materialização de muita coisa exposta e debatida dentro do cinema de ficção-científica como uma sociedade virtual e alternativa ao que restou do “mundo real”, seja como escapismo do indivíduo à realidade crua que lhe impõe, ou como uma evolução de instrumentos de controle na nossa sociedade sob o indivíduo, agora através de um mundo fabricado na tecnologia onde o indivíduo mergulha e é controlado através da inovação.

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A novidade sempre amedronta e choca, mas não precisa seguir estritamente a fantasia do cinema, e talvez ela nos traga lições.

Nesta semana chega em cartaz o quarto filme da saga “Matrix”, chamado “Matrix Resurrections” (2021, Lana Wachowski), onde o protagonista Neo (Keanu Reeves) é localizado e despertado na nova versão da matrix através de um modal oculto ao controle das máquinas encontrado pela militante da resistência humana Bugs (Jessica Henwick) — e que mais tarde se descobre que foi criado pelo inconsciente do protagonista em sua atual ocupação dentro da matrix.

Cabe destacar que nos filmes de “Matrix” os humanos são impostos a um metaverso através do controle total e centralizado das máquinas.

Os filmes tratam muito da busca pela liberdade individual de cada um poder ser o que quiser e fazer aquilo que deseja — o que talvez seja a verdadeira mensagem que a evolução do metaverso aqui na nossa vida real deva caminhar. Ou seja, um metaverso descentralizado e livre de obstáculos de integração tecnológica.

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Nos filmes, a resistência humana se insere em tempo limitado à matrix, em conexões descentralizadas e próprias, na busca pela conscientização humana contra a sua inserção forçada e centralizada pelas máquinas naquele ambiente como mera fonte de energia daquele metaverso criado para esconder a realidade desumana em que todos vivem.

A liberdade do indivíduo em traçar suas operações dentro de um mundo virtual é uma qualidade importantíssima para o sucesso do metaverso como ambiente de socialização e novas formas de atividades econômicas através da tecnologia. 

E esta constatação fica ainda melhor amparada quando a Goldman Sachs elogia a tecnologia blockchain “pela inovação e potencial que possui para mudar o mundo, e que as implicações de investimento são difíceis de prever neste momento.

As empresas que dependem do controle centralizado da identidade do usuário provavelmente terão seus modelos de negócios desafiados pela adoção do blockchain”. Ou seja, o mercado tradicional já começa a assumir essa tecnologia como a evolução necessária para abarcar o metaverso como ambiente de interseção entre a internet e a realidade virtual na economia.

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Talvez a coexistência pacífica entre humanos e máquinas em “Matrix Resurrections” através das “máquinas boas” na cidade de IO, comandada por Niobe (Jada Pinkett Smith), possa ser a representação daquilo que a tecnologia blockchain traz para a construção de um metaverso sem distorções graves a serem trazidas por interesses maiores que buscam sempre o controle dos indivíduos, seja através da violência, dinheiro ou algoritmos. Que seja no mínimo um pontapé de uma nova economia digital e descentralizada que auxilie nossa sociedade.

Sobre o autor

Cadu Moura é consultor esportivo no Grupo 2TM, formado em Direito na UFRJ, roteirista e crítico de cinema nas horas vagas.

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