Marco Luque tem 4 milhões de seguidores no Instagram e 9 milhões no Twitter. E vendeu só 17 NFTs

A multidão de seguidores do ex-apresentador do CQC não se refletiu em sucesso de coleção de NFTs Esquentaverso, lançada em setembro
Imagem da matéria: Marco Luque tem 4 milhões de seguidores no Instagram e 9 milhões no Twitter. E vendeu só 17 NFTs

NFTs da coleção do humorista Marco Luque (Imagem: Esquentaverso)

O humorista e ex-apresentador do CQC, Marco Luque, lançou em setembro a própria coleção de tokens não fungíveis (NFT) chamada Esquentaverso. Um mês depois, no entanto, o projeto parece ter flopado, levando em conta os números de vendas.

Dos 2 mil NFTs que compõem a coleção, apenas 17 foram vendidos nos quase dois meses no ar. E não é por falta de pessoas interessadas no trabalho do humorista. No Twitter, Marco Luque acumula 8,9 milhões de seguidores. No Instagram, são 4,6 milhões de pessoas que o seguem.

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Essa multidão de seguidores, no entanto, não refletiu no sucesso da coleção de NFTs, criada com apenas 2 mil peças — número limitado frente a outras coleções similares — como forma de dar um ar de exclusividade ao projeto.

A baixa oferta era a esperança dos próprios criadores da coleção em aumentar o interesse dos investidores, como mostra a descrição do projeto no OpenSea.

“SÃO APENAS 2 mil peças no primeiro drop! […] Mas são só 2000, na hora que abrir, quem comprar, comprou! Tem que correr! COMPRE AGORA.”

A pressa trazida no anúncio não se provou verdadeira após o lançamento, já que 99% das artes da coleção ainda não foram vendidas.

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Cada NFT da coleção está sendo vendido por 0.06 ETH, cerca de R$ 470 na atual cotação da criptomoeda.

A pessoa disposta a pagar esse preço pode mintar  —  termo que significa criar novos tokens por meio de contratos inteligentes — um NFT da coleção na blockchain do Ethereum e receber uma arte única gerada por um algoritmo, com características aleatórias que remetem a personagens criados ao longo da carreira do humorista.

O Portal do Bitcoin procurou Marco Luque para obter um comentário sobre as vendas de sua coleção de NFTs, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

Benefícios ignorados

O nome por trás da coleção de NFTs de Marco Luque é Angelo Whosoever, fundador do Esquentaverso, que se define como o primeiro Artist’s Alley do metaverso.

Junto com Luque, eles investem na divulgação do projeto de NFT por onde passam. Na última segunda-feira (24), o humorista esteve no Podpah, um dos maiores podcasts do Brasil, e aproveitou a oportunidade para pedir que seus fãs comprassem NFTs da sua coleção.

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“NFT é tipo criptomoedas, eu sinto que é o futuro chegando para a gente. Tá todo mundo entendendo, o meu convite é pra quem curtir o meu trabalho vir comigo descobrir o que é NFT”, disse Luque, acrescentando que foi até Miami participar de conferência para entender melhor a tecnologia.

No podcast, ele tentou convencer os ouvintes vendendo os benefícios de se ter um NFT, dizendo que o ativo concede acesso a encontros exclusivos depois dos shows, 30% de desconto em tudo que ele vender, inclusive em produtos da marca Chilli Beans, bem como o direito de comprar uma segunda coleção que Luque planeja lançar em breve.

Essa segunda leva de NFTs será composta por 35 ilustrações de artistas convidados que também vão retratar personagens da carreira do humorista — resta ver se a segunda coleção terá mais sucesso que a primeira.

Inverno NFT?

Embora muitos famosos brasileiros estejam prestando atenção nos NFTs agora — só nesta semana, Neymar e Danilo Gentili lançaram suas coleções — o hype parece ter deixado esse setor há algum tempo, com número de seguidores não mais se refletindo em número de compradores.

O fenômeno também acontece com celebridades lá de fora. Chris Brown, por exemplo, tem mais de 123 milhões de seguidores no Instagram, mas sua coleção de NFT lançada em junho vendeu 861 peças — apenas 8% da oferta total da coleção.

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O fim do hype dos NFTs se uniu ao atual momento de queda do mercado cripto, que gerou desvalorização no preço das principais criptomoedas ao longo dos últimos meses.

Mas há de se destacar as exceções. Outros artistas de carreiras consolidadas, mesmo que não tenham números tão expressivos de seguidores nas redes sociais, tiveram sucesso nas suas aventuras no mundo NFT.

A coleção do ator Anthony Hopkins, por exemplo, foi totalmente vendida em sete minutos, quando foi lançada no início do mês. Já a coleção lançada em setembro por Bill Murray teve um sucesso parecido, embora o ator tenha sido alvo de um hacker logo em seguida.

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