Bitcoin e Ethereum voltam a andar de lado nesta quarta-feira (17), em meio às vendas de ações e títulos nos mercados globais, puxadas por dúvidas sobre a disposição de autoridades monetárias em reduzir os juros.
Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse à Bloomberg que as apostas agressivas de traders em cortes das taxas têm complicado a batalha contra a inflação.
Também em Davos, Howard Lutnick, CEO da Cantor Fitzgerald, que custodia os ativos da Tether, fez questão de destacar que as reservas da empresa de fato existem. A emissora do USDT, a maior stablecoin do mundo, aproveitou o fórum para rebater um relatório da ONU sobre o suposto uso do token em atividades ilícitas.
Após a conversão de seu fundo GBTC em um ETF de Bitcoin à vista, a Grayscale enviou mais 9 mil BTC para uma exchange na terça-feira (16), mostram dados da Arkham Intelligence, em um sinal de vendas futuras.
O Bitcoin recua 0,5% em 24 horas, para US$ 42.651,95, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 0,3%, negociado a R$ 212.010,05, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
Atualização Decun do Ethereum
O Ethereum (ETH) também mostra estabilidade, cotado a US$ 2.540,71.
A tão esperada atualização Dencun do Ethereum foi lançada na rede de testes Goerli nesta quarta, mas não foi finalizada no tempo esperado, conforme o CoinDesk.
A atualização ocorreu às 6h32 UTC (3h32 de Brasília), mostram dados blockchain, mas não alcançou consenso e não pôde ser finalizada na chamada testnet. Desenvolvedores esperam que os problemas sejam corrigidos nos próximos dias.
As falhas podem ter sido causadas pela baixa participação e pelo fato de validadores não terem atualizado segmentos do software, o que teria ajudado na finalização, de acordo com a reportagem.
A atualização Decun na Goerli faz parte de uma abordagem de três fases para posteriormente implementar um método novo e mais barato de armazenamento de dados na blockchain Ethereum.
Entre as altcoins, Solana avança 4% após a confirmação do lançamento de um segundo smartphone mais barato, o “Saga Chapter 2”, na esteira do sucesso de vendas do primeiro celular da Solana Mobile.
Outros tokens operam em direções opostas, com destaque para BNB (-2,5%), XRP (-0,5%), Cardano (-0,5%), Dogecoin (-1,4%), TRON (-0,7%), Chainlink (+6%), Avalanche (+0,7%), Polkadot (-4,1%), Polygon (-1,2%) e Shiba Inu (-1%).
Juiz adia julgamento de ex-CEO da Terraforms
O julgamento do cofundador da Terraform Labs, Do Kwon, foi adiado para o dia 25 de março, após obstáculos citados por seu advogado para extraditar o ex-CEO, que se encontra detido em Montenegro, de acordo com o The Block.
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Kwon, que é acusado de fraude pela SEC e de ser responsável pelo colapso da stablecoin algorítmica Terra USD e do token LUNA, seria julgado em 29 de janeiro.
“Apesar da declaração de Kwon de que ele consentiu com a sua extradição de Montenegro, onde está atualmente detido, não há garantia absoluta de que será libertado a tempo de comparecer a um julgamento no final de março”, disse na terça-feira (16) o juiz Jed Rakoff, do Tribunal para o Distrito Sul de Nova York.
Pais de fundador da FTX tentam anular processo
Também está prevista para março a definição da sentença de Sam Bankman-Fried (SBF), ex-CEO da exchange cripto FTX, condenado no fim do ano passado por diversos crimes, entre eles o desvio de fundos de clientes.
Joseph Bankman e Barbara Fried, pais de SBF, pediram a um tribunal que anule um processo aberto pelos novos administradores da FTX para a recuperação de “milhões de dólares” supostamente transferidos de forma fraudulenta, informou o CoinDesk.
Bankman e Fried, ambos professores da Stanford Law School, argumentaram que Bankman não tinha uma relação fiduciária com a FTX e não atuou “como diretor, executivo ou gerente”, de acordo com documento judicial de 15 de janeiro.
O pai de Bankman-Fried recebia um salário anual de US$ 200 mil como consultor sênior da fundação da corretora cripto, segundo dados do processo aberto pela FTX em setembro do ano passado.
Outros destaques das criptomoedas
A mineradora Core Scientific recebeu sinal verde da Justiça dos EUA para encerrar seu processo de recuperação judicial no fim deste mês e implementar uma reestruturação, informou a Bloomberg. Sob o plano, a empresa reduzirá suas dívidas em cerca de US$ 400 milhões e reembolsará integralmente os credores, uma medida possível em grande parte devido à valorização do Bitcoin no último ano.
As ações da Core Scientific, que havia pedido proteção contra credores em dezembro de 2022, serão listadas novamente na Nasdaq em 24 de janeiro.
Semanas após o burburinho causado por uma nova lei que poderia resultar em prisão pela não divulgação de transações comerciais com criptomoedas acima de US$ 10 mil, o IRS, órgão equivalente à Receita Federal, e o Departamento do Tesouro dos EUA esclareceram que a medida não entrará em vigor imediatamente. Como observado por especialistas, embora a regra devesse ser aplicada no começo deste ano, ainda será preciso um período de consultas e revisão, o que poderia durar anos, de acordo com o Decrypt.
Na União Europeia, a agência reguladora do setor bancário divulgou um guia na terça-feira (16) para que empresas cripto cumpram as regras de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. O objetivo da Autoridade Bancária Europeia (ABE) é “harmonizar a abordagem” que prestadores de serviços de criptoativos na UE devem adotar para combater crime financeiros, segundo comunicado.
Os volumes do chamado “wash trading” nos mercados de tokens não fungíveis (NFTs) baseados em Ethereum atingiram os menores níveis desde maio de 2022, mostram dados do The Block Pro. A prática consiste em transações entre indivíduos com o objetivo de manipular os preços dos ativos e níveis de liquidez.
Os volumes em dólares de transações fraudulentas nos mercados de NFTs baseados em Ethereum atingiram 1,8% em 9 e 13 de janeiro. O percentual se compara a 36,2% em 1º de janeiro de 2023, e também é o nível mais baixo desde a taxa de 0,35% observada em 1º de maio de 2022.
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