As duas maiores criptomoedas voltam a ganhar força nesta terça-feira (19) e são acompanhadas pelas altcoins. Após cair para o menor nível em um mês, o Bitcoin sobe 4,3% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 40.866,11, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum ganha 4,4%, negociado a US$ 3.039,49.
No Brasil, o Bitcoin também se recupera e avança 2,9%, para 190.565,19, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
Em uma sessão de pouca variação dos índices acionários dos Estados Unidos na segunda-feira, o mercado de criptomoedas também teve pouca oscilação. Há meses o Bitcoin tem sido negociado na faixa entre US$ 36.000 e US$ 48.000, segundo o CoinDesk. Em newsletter, Jeff Dorman, diretor de investimentos da gestora cripto Arca, disse que “em ativos digitais, um mercado entediado é frequentemente visto como um mercado fraco, porque, se não está subindo, tem que cair”.
A recente desvalorização do Bitcoin também pode ser atribuída a oscilações na indústria de mineração, o que colocou mais pressão sobre os preços, segundo dados da Blockchain.com.
O cenário macro não ajuda. As bolsas europeias abriram a terça-feira em baixa depois do feriado, e os índices futuros americanos apontam leves ganhos. Na segunda-feira, o presidente do Federal Reserve de St. Louis. James Bullard, não descartou um aumento dos juros de 75 pontos-base para combater a inflação, conforme a Bloomberg. No campo geopolítico, a Rússia intensificou os ataques no leste da Ucrânia.
TerraUSD, a terceira maior stablecoin
Luna, o token de governança do ecossistema Terra, deu um salto de 17% nas últimas 24 horas. A TerraUSD (UST), stablecoin da blockchain Terra, agora é a terceira maior do mercado depois da USDT, da Tether, e da USD (USDC), da Circle. O valor de mercado da UST aumentou de US$ 180 milhões no início de 2021 para mais de US$ 17 bilhões em 18 de abril, de acordo com o CoinMarketCap.
Para Paolo Ardoino, diretor de tecnologia da Tether, a crescente popularidade da UST traz alguns riscos por causa de sua dependência de algoritmos para se manter atrelada ao dólar. Em entrevista ao CoinDesk, Ardoino disse que, quanto maior a capitalização, maior o risco.
Aliás, Do Kwon, CEO da Terraform Labs, empresa por trás da rede Terra, se tornou a “baleia” mais acompanhada pelo mercado devido às crescentes compras de Bitcoin com o objetivo de acumular reservas para sua stablecoin, aponta a Bloomberg.
A manhã de terça-feira também é de recuperação para as principais altcoins como Binance Coin (+5,5%), XRP (+4%), Solana (+5,6%), Cardano (+5,3%), Avalanche (+6,2%), Polkadot (+5%), Dogecoin (+3,2%) e Shiba Inu (+3,5%), segundo dados do CoinGecko.
Outros destaques
Thales Araújo de Freitas é o novo country manager da Bitso no Brasil, segundo anúncio da exchange de criptomoedas mexicana na segunda-feira. Antes na plataforma de remessas internacionais Global66, o executivo também teve passagens pelo Citibank e HSBC. Em entrevista à plataforma Bússola, Freitas disse que a empresa pretende lançar outros serviços no Brasil, como a compra de ingressos para jogos de futebol com criptomoedas.
Fernando Beyruti, head global do Itaú Private Bank, disse em entrevista à Forbes que aposta na transformação digital. O Itaú avalia ampliar as opções de investimentos em criptomoedas além dos fundos de índice (ETFs). Beyruti afirmou que existe uma busca cada vez maior pela recomendação e venda direta de produtos cripto.
A Blockchain.com conversa com bancos para uma oferta pública inicial ainda este ano, pessoas a par do assunto disseram à Bloomberg. Em março, o serviço de wallets de criptomoedas disse que foi avaliado em US$ 14 bilhões em uma rodada de financiamento.
A Ethereum Foundation possui US$ 1,3 bilhão em ETH, mais de US$ 300 milhões em investimentos que não envolvem criptomoedas e US$ 11 milhões em outros criptoativos, de acordo com o relatório financeiro da entidade referente ao ano fiscal de 2021 divulgado na segunda-feira (18). Até 31 de março de 2022, o saldo em Ethereum da fundação totalizava quase 0,3% de toda a oferta de ETH disponível no mercado.
Regulação e CBDCs
Nesta terça-feira (19), o Senado tem programada a votação do projeto de lei (PL 3.825/2019) para regular o setor de criptomoedas, de autoria do senador Flávio Arns (Podemos-PR) e que tem o senador Irajá (PSD-TO) como relator, de acordo com a Agência Senado. Pablo Cerdeira, sócio do Galdino & Coelho Advogados, explica que o texto aprovado na CAE dialoga com o projeto de lei 2302/15, votado e aprovado na Câmara dos Deputados no ano passado, e que deverá ser absorvido por este do Senado, segundo o Valor Investe.
O BNDES e o Tribunal de Contas da União (TCU) firmaram parceria para criar a Rede Blockchain Brasil, segundo publicado no Diário Oficial da União. O projeto será feito por meio de um Acordo de Cooperação, no qual não há repasse de recursos entre as entidades. O prazo para a criação da rede será de quatro anos e dois meses e, conforme aponta o DOU, sem possibilidade de prorrogação.
Nos EUA, lobistas estão preocupados com propostas para regular o mercado de criptoativos que não identifiquem o setor como tal, como sinalizado nas duas propostas apresentadas pela SEC. Uma delas nem sequer menciona os termos “blockchain”, “cripto” ou “finanças descentralizadas”, segundo reportagem do CoinDesk.
No Japão, o governo planeja seguir o modelo de moeda digital do banco central desenvolvido em etapas como o da Suécia, em vez dos testes piloto em larga escala realizados pela China, disse Kazushige Kamiyama, chefe do departamento de sistema de pagamentos do BOJ, em entrevista à Bloomberg.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que as diferentes tecnologias adotadas pelos países são um desafio para o funcionamento de um sistema de pagamentos transfronteiriços, segundo a Folha.
Em carta vista pela Reuters e enviada a 27 ministros das Finanças da União Europeia em 13 de abril, mais de 40 empresas do setor de criptomoedas pediram a autoridades que a privacidade das transações seja mantida e que as regras se enquadrem no âmbito da Força-Tarefa de Ação Financeira global (FATF), que já estabelece padrões para o combate à lavagem de dinheiro.
Várias agências dos EUA alertaram na segunda-feira que hackers norte-coreanos ligados ao grupo Lazarus têm como alvo diversos segmentos do universo cripto, como empresas de blockchain, exchanges de criptomoedas, protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), jogos play-to-earn e indivíduos com grandes volumes de criptomoedas ou NFTs, conforme o CoinDesk. O governo americano associou o Lazarus ao roubo de criptomoedas da rede Ronin, conectada ao jogo Axie Infinity.
Metaverso, Games e NFTs
Executivos do Mercado Bitcoin vão marcar presença na Wired Conference Brasil 2022, evento realizado online a partir das 9h desta terça-feira (19). O MB também se destaca como patrocinador único da conferência da Wired, um dos principais veículos de comunicação sobre tecnologia, inovação e cultura geek.
A 9ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB), principal levantamento do setor, revela um crescimento de 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior com 74,5% da amostragem da população do Brasil afirmando jogar em 2022, conforme a Forbes.
Com volume de negociação recorde, a Moonbirds, nova coleção de tokens não fungíveis de PFPs (sigla em inglês para fotos de perfis), subiu para o topo do ranking do marketplace de NFTs OpenSea desde o lançamento no sábado (16), de acordo com o CoinDesk. A coleção de 10 mil artes digitais de corujas acumulou 69.000 ethers em vendas totais, ou cerca de US$ 207 milhões.