Manhã cripto: FED determinado a conter inflação com remédio da recessão gera onda de vendas em ações, petróleo e Bitcoin

Banco Central dos EUA está determinado combater a inflação recorde nos Estados Unidos, mesmo que isso se traduza em recessão
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Foto: Shutterstock

As criptomoedas aceleram as perdas nesta terça-feira (11) e acompanham o mergulho de ativos globais. O Bitcoin (BTC), a maior criptomoeda, opera em baixa de 3,1% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 40.231, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH), segunda maior, tem queda de 1,9%, cotado a US$ 3.027.

No Brasil, o Bitcoin recua 4,5%, para R$ 190.313, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

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A onda vendedora é geral e atinge ações, títulos e até mesmo o petróleo, antes negociado perto de níveis recordes, em movimento semelhante às perdas provocadas pelo temor de aperto monetário em outubro de 2018, mostra análise da Bloomberg

A culpa seria do Federal Reserve, determinado a reduzir a liquidez e combater a inflação nos Estados Unidos, atualmente no maior nível em quatro décadas, mesmo que isso se traduza em recessão. Nesta terça-feira, o mercado fica de olho no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA de março. 

“Estamos vendo uma debandada para ações defensivas e uma aversão a ações economicamente sensíveis”, disse à Bloomberg Robert DeLucia, consultor econômico sênior da Empower, uma empresa de serviços de previdência. Como resultado, investidores se afastam de ativos vistos como mais arriscados, como as criptomoedas. 

Em entrevista ao Valor, Humberto Andrade, analista de trading do Mercado Bitcoin, destacou o índice “Fear & Greed” (Medo e Ganância), que caiu para 32 – abaixo de 50 o indicador sinaliza mais medo. 

Traders de futuros que apostam na contínua recuperação dos criptoativos foram surpreendidos com a queda do BTC abaixo de US$ 40.000 nas últimas 24 horas, o que resultou em US$ 430 milhões em liquidações, de acordo com o CoinDesk, que cita dados da Coinglass. 

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As altcoins também operam em baixa nesta terça-feira como Binance Coin (-02%), XRP (-1,4%), Solana (-2,6%), Cardano (-3%), Terra (-4,4%), Avalanche (-1,1%), Polkadot (-1,6%), Dogecoin (-2,5%) e Shiba Inu (-2,7%), segundo dados do CoinGecko.   

Métricas 

Entre métricas de atividade em blockchain, como contagens de transação e usuários ativos, a recuperação ainda é relativamente fraca e continua a sugerir que o Bitcoin está em um mercado dominado por quem aposta no longo prazo, à medida que bem menos investidores novos estão entrando, aponta análise da Glassnode.  

Produtos de investimento em ativos digitais registraram saídas de US$ 134 milhões na semana encerrada em 8 de abril, marcando o segundo maior volume de saques do ano, mostra relatório da CoinShares, segundo a qual a valorização dos preços na semana anterior pode ter levado investidores a realizarem lucro. Fundos em Bitcoin foram os mais atingidos, com saídas de US$ 132 milhões no período.  

O Bitcoin “ainda está se consolidando em um padrão triangular que remonta a meados de janeiro”, disse Jeffrey Halley, analista sênior de mercado da Oanda, e observou que o BTC ainda está dentro da faixa entre US$ 36.500 e US$ 47.500. 

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Para o diretor de pesquisa institucional da Coinbase, David Duong, uma explicação para a desvalorização das criptomoedas seria o prazo para a declaração do imposto de renda nos EUA, em meados de abril. “No ano passado, vimos players do mercado vendendo ativos digitais para fazer pagamentos relacionados a impostos”, escreveu em nota recente. 

Outros destaques 

Uma importante mudança para o mercado de criptomoedas do Brasil ocorreu no último dia 4 de abril. Os registros da Junta Comercial de São Paulo (JUCESP) relatam que a Binance Holdings entrou como sócia na B Fintech e que o CEO da corretora, Changpeng “CZ” Zhao, deixou a empresa como pessoa física, conforme o Portal do Bitcoin. A B Fintech é uma empresa brasileira que tem CZ como sócio-fundador. A Justiça brasileira vinha responsabilizando a companhia em ações de clientes da corretora contra a Binance no Brasil. 

O aplicativo colombiano Rappi, que oferece entregas de comida e outros produtos na América Latina, lançou um programa piloto de pagamentos com criptomoedas no México. A Rappi fechou uma parceria com as plataformas cripto Bitpay e Bitso para apoiar o novo serviço, segundo a Reuters

Itaú e Hashdex apresentaram o mais novo formato para investimento em criptoativos. Trata-se do primeiro produto cripto do banco brasileiro. O novo fundo será composto por diferentes ativos e tem como objetivo alcançar todo tipo de investidor, com aplicações a partir de apenas R$ 1,00. 

Nos EUA, uma nova pesquisa da Nasdaq revelou que 72% dos consultores financeiros estariam mais propensos a investir os ativos de seus clientes em criptomoedas se tivessem acesso a um de fundo de índice à vista. No entanto, apenas 38% dos consultores respondentes acreditam na probabilidade de a SEC aprovar o chamado “ETF spot” em 2022. 

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A IDEG Asset Management fechou uma parceria com a Coinbase Prime para lançar o Ethereum Enhanced Portfolio, um fundo com gestão ativa que acompanha o preço do Ethereum e também utiliza uma estratégia de arbitragem para elevar os retornos e reduzir a volatilidade, de acordo com comunicado

Mark Karpelès, ex-diretor da operadora de bitcoins Mt. Gox que faliu em 2014 após um roubo de BTC no valor de quase US$ 470 milhões, deseja criar uma agência de classificação de risco no setor das criptomoedas, disse em coletiva de imprensa em Tóquio, segundo informações da Folha e AFP. 

Regulação, Segurança e CBDCs 

O Real Digital deve ter um piloto no segundo semestre deste ano e já tem uma estrutura de como será montado. A versão brasileira da moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) será feita a partir de uma stablecoin e com base no STR (Sistema de Transferência de Reservas). As informações foram divulgadas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em live feita pela plataforma TC na segunda-feira (11). 

Outras iniciativas de digitalização para democratizar o sistema financeiro estão em análise, disse Campos Neto, que destacou o crescimento “exponencial” de operações no metaverso e novas formas de monetização. 

Metaverso, Games e NFTs 

A Volkswagen do Brasil lançou na segunda-feira (11) uma plataforma global de cards colecionáveis em tokens não fungíveis que começam com as icônicas versões do Gol GT e modelos que mesclam futurismo e carros conceito, noticiou o Estadão. 

O Bored Ape Yacht Club vai estrear em Hollywood com uma trilogia produzida pela Coinbase, que testa sua nova divisão de mídia para a produção de filmes. A série também vem em linha com o esperado marketplace de NFTs da Coinbase, que deve ser lançado “em breve”, disse o diretor de cultura e entretenimento da exchange de criptomoedas, William Swann, em entrevista ao CoinDesk

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Beeple, o artista digital que lançou a mania global por NFTs entre os brokers mais poderosos de arte há um ano, estreia no fim de abril no Museu de Arte Contemporânea Castello di Rivoli, em Turim, de acordo com o Wall Street Journal. 

A Epic Games, empresa responsável pelo jogo “Fortnite”, anunciou a captação de US$ 2 bilhões em financiamento com ambições de “desenvolver o metaverso”. A rodada teve aporte de US$ 1 bilhão tanto da Sony Group quanto da holding Kirkbi, que controla 75% do Lego Group e avalia a Epic em US$ 31,5 bilhões.