Manhã Cripto: Ethereum decola 6% e encosta em US$ 2 mil após Shanghai; Twitter fecha parceria para negociação de criptomoedas

Segunda maior criptomoeda vai no sentido contrário ao previsto, enquanto o Bitcoin anda de lado; usuários do Twitter terão acesso ao preço em tempo real de criptomoedas e outros ativos financeiros
Imagem de cima de lançamento de foguete

Shutterstock

As maiores criptomoedas seguem em terreno positivo nesta quinta-feira (13), na esteira da atualização Shanghai da rede Ethereum, que teve sucesso e, ao contrário do esperado, não causou uma pressão vendedora sobre o segundo maior token. 

No mercado de renda variável, investidores globais tentam decifrar os dados da inflação nos EUA, que continua alta, mas dá sinais de desaceleração.  

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O Bitcoin (BTC) anda de lado nas últimas 24 horas, em alta de 0,7% e cotado a US$ 30.229,99, segundo dados do Coingecko.  

Em reais, o BTC recua 0,8%, para R$ 149.727,51, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) avança 6% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 1.983,17.  

As principais altcoins operam no azul, com destaque para BNB (+1,2%), XRP (+1,3%), Cardano (+3,7%), Dogecoin (+2,7%), Polygon (+3%), Solana (+3,1%), Polkadot (+3,1%), Shiba Inu (+1,8%) e Avalanche (+4,4%).  

FTT, o token nativo da exchange cripto FTX, que está em recuperação judicial desde novembro passado, dispara 74% nas últimas 24 horas, mostram dados do CoinMarketCap. A moeda digital chegou a subir 100% na quarta-feira (12) depois que advogados disseram em audiência nos EUA que a corretora poderia voltar a operar já no segundo semestre deste ano. 

Atualização Shanghai 

A tão aguardada atualização Shanghai da rede Ethereum ocorreu na época 194048, exatamente às 19h27 de Brasília da quarta-feira (12) — cada ‘época’ é representada por 32 blocos. 

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Agora, validadores de transações que ajudam a garantir a segurança da rede estão livres para retirar mais de 18 milhões de tokens ETH que foram “travados” desde o final de 2020 em troca de rendimento. 

Dados on-chain rastreados pelo explorador de redes Rated mostram que, de todos os validadores com intenção de desbloquear seus ETHs, a exchange cripto americana Kraken lidera com 62% da fila de saída, informou o CoinDesk. O número de validadores na fila para retiradas superava a marca de 15 mil por volta das 5h de Brasília, de acordo com a Parsec Finance. 

A liderança da Kraken já era esperada, dado que a corretora foi obrigada pela SEC, a CVM dos EUA, a encerrar seu serviço de staking de criptomoedas no país, que foi considerado valor mobiliário não registrado. 

A Binance, maior exchange cripto do mundo, informou nesta quinta-feira que vai liberar as retiradas de ETH a partir de 19 de abril. 

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A corretora disse que as solicitações de retirada, uma vez enviadas, não poderão ser canceladas e o processo pode ser lento inicialmente, exigindo de 15 dias a várias semanas para a conclusão. 

No geral, o impacto inicial da Shanghai no protocolo Ethereum e em seu token nativo parece ser limitado, aponta o CoinDesk. Dados on-chain da Nansen.ai sugerem que um volume muito baixo foi retirado, com uma queda de 0,25% no total de “staked Ether”. 

Blocos perdidos 

No momento da atualização na quarta-feira, houve um momento de tensão por conta da perda de blocos na época 194048. 

“Não pode perder 10 blocos”, comentava o analista Rony Szuster durante uma live da equipe do MB Research acompanhada pelo Portal do Bitcoin. Àquela altura, dados transmitidos em tempo real pela plataforma Beacoin Chain mostravam que cinco blocos já haviam sido perdidos. 

Apenas no final da atualização é que veio o alívio, com oito blocos perdidos. “Não é o ideal”, disse Szuster, “mas está dentro do aceitável”. 

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O desenvolvedor Tim Beiko, líder de suporte de protocolo do Ethereum, escreveu no Twitter que o número de blocos perdidos foi “um pouco maior do que o usual”, mas argumentou que esse problema pode ter ocorrido pelo elevado número de mudanças no processo de assinatura digital BLS logo depois do update, segundo informações do Valor Econômico

Bitcoin hoje 

Nem a esperada atualização Shanghai nem os dados da inflação ao consumidor nos EUA mexeram muito com o Bitcoin, que segue oscilando entre US$ 29 mil e US$ 30 mil. 

Investidores devem agora focar no cenário macro para uma possível consolidação do rali da maior criptomoeda, que já subiu mais de 80% este ano. 

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,1% em março na taxa mensal e 5% na comparação anual. Embora ainda acima da meta de 2% do Federal Resserve, o banco central dos EUA, há sinais contínuos de desaceleração. 

Antes do relatório do CPI, uma baleia transferiu 11 mil Bitcoins para a Bitfinex e assustou o mercado. 

A ata da reunião do Fed de março mostrou que as autoridades antecipam que a economia americana entrará em recessão após a recente turbulência bancária. 

Apesar dos riscos, alguns pesos-pesados da indústria cripto seguem otimistas. 

O fundador da Galaxy Digital Holdings, Mike Novogratz, espera que o ouro, o euro e criptomoedas como Bitcoin e Ethereum superem o desempenho de outros investimentos à medida que o Federal Reserve alivie o aperto monetário devido ao estresse financeiro, conforme a Bloomberg

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Criptomoedas no Twitter

A plataforma de negociação de criptomoedas eToro anunciou nesta quinta uma parceria com o Twitter, a rede social do bilionário Elon Musk.

A companhia disponibiliza a partir de hoje um novo serviço chamado “$Cashtags”, que vai fornecer aos usuários do Twitter os preços em tempo real para criptomoedas, ações e outros ativos financeiros. Casos os usuários queiram investir nos produtos, eles serão redirecionados para a plataforma de negociação da eToro.

Para buscar as cotações e gráficos, basta procurar a “cashtag” na busca da plataforma, colocando um sinal “$” na frente do ticker, como “$ TSLA” para ações da Tesla.

Segundo o CoinDesk, o novo serviço $Cashtags se alinha aos planos de Musk de integrar serviços financeiros à plataforma, como parte de suas intenções de criar um “superaplicativo”. O empresário já declarou anteriormente que deseja que o Twitter permita o uso tanto de criptomoedas quanto de moedas fiat.

Outros destaques das criptomoedas  

A plataforma Qinv planeja estrear suas operações no segundo semestre com a oferta de opções de investimento quantitativo em criptomoedas para investidores de varejo no mercado brasileiro, informou o Valor.

Para Lendel Lucas, presidente do conselho da Qinv, no Brasil, a oferta de fundos quantitativos, que se baseiam em algoritmos, parece ser muito maior para investidores institucionais do que para pessoas físicas. A Qinv foi avaliada em R$ 20 milhões em sua rodada de investimentos mais recente. 

O juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª vara cível de São Paulo, determinou na quarta-feira (12) o bloqueio de R$ 7,8 milhões das contas do jogador Willian Bigode e de suas sócias, Loisy de Siqueira, mulher do atleta, e Camila Moreira de Biasi na empresa de consultoria financeira WLJC, segundo o Estadão.  

William, atacante do Athletico-PR, está sendo processado pelo lateral-direito Mayke Rocha, do Palmeiras, que teve perdas milionárias com criptomoedas por supostamente seguir os conselhos da empresa de William para investir na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. 

Um bug em um token emitido pelo Yearn Finance, um protocolo de finanças descentralizadas (DeFi), abriu caminho para uma invasão nesta quinta-feira (13), de acordo com tuíte da empresa de segurança PeckShield, causando um rombo que pode superar US$ 11 milhões. Dados apontam que a vulnerabilidade ocorreu na versão 1 da plataforma Aave. As perdas envolveram as stablecoins indexadas ao dólar Dai (DAI), Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance USD (BUSD) e TrueUSD (TUSD), conforme o CoinDesk

Autoridades federais americanas têm executado prisões e confiscado fundos com a ajuda de novas ferramentas para identificar criminosos por meio de transações com criptomoedas, segundo reportagem do Wall Street JournalFoi assim que as autoridades chegaram a James Zhong, da Geórgia, que detinha o equivalente a US$ 3,4 bilhões em Bitcoins na época da apreensão, em 2021, obtidos em transações no Silk Road, um mercado ilegal na “dark web”.  

Nos últimos dois anos, os EUA apreenderam mais de US$ 10 bilhões em moedas digitais por meio de processos bem-sucedidos, de acordo com o IRS, o equivalente à Receita Federal no país. Em vez de intimações a bancos ou outras instituições financeiras, os investigadores podem consultar dados na blockchain para obter uma imagem da trilha do dinheiro.