O Bitcoin apresenta um leve recuo de 2% na manhã desta quinta-feira (24), porém mantém sua cotação em um dos patamares mais altos vistos nas últimas semanas, em cerca de US$ 92.268. Em reais, o BTC é negociado a R$ 529.897, de acordo com dados do Portal do Bitcoin.
A criptomoeda engatou uma alta expressiva no início da semana, impulsionada pelo alívio nos temores de uma guerra comercial e pelos sinais de flexibilização na política monetária dos EUA, que reacenderam o apetite dos investidores por ativos de risco.
Do Salão Oval, Trump disse a repórteres na quarta-feira (23) que as tarifas sobre a China “vão cair substancialmente, mas não chegarão a zero”, segundo a Fox Business. O presidente não especificou quão baixas as novas tarifas poderiam ser, mas demonstrou otimismo de que um acordo poderia “dar muito certo”.
Além da valorização do Bitcoin, os sinais de uma possível trégua na guerra tarifária entre EUA e China também se refletem nas fortes entradas de capital nos ETFs da criptomoeda.
Na quarta-feira, investidores injetaram mais de US$ 916 milhões nos 12 ETFs de Bitcoin negociados nos EUA, segundo dados da Sosovalue. Esse foi o quarto dia consecutivo de entradas e o segundo em que o volume captado se aproximou de US$ 1 bilhão.
O IBIT da BlackRock, maior ETF de Bitcoin à vista do mundo, captou sozinho US$ 643 milhões na quarta-feira — sua maior entrada diária desde 21 de janeiro.
Apesar do bom momento dos ETFs, o analista da Coinbase Institutional, John D’Agostino, disse à CNBC que a alta do Bitcoin está sendo impulsionada por instituições com grande poder de compra, e não por investidores de varejo via ETFs.
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O rali começou no início de abril, quando investidores institucionais e fundos soberanos passaram a acumular BTC silenciosamente com seus “pools de capital pacientes”, enquanto os investidores de varejo ainda retiravam recursos dos ETFs à vista.
“Instituições, soberanos, pools de capital pacientes estavam entrando com força”, afirmou ele. “O varejo via ETF estava saindo. Então você precisa se perguntar: o que as instituições sabem?”
Na visão de D’Agostino, três fatores explicam esse movimento. Primeiro, a redução de exposição ao dólar por instituições em meio a guerra tarifária; segundo, o distanciamento do Bitcoin do setor de tecnologia; e terceiro, a adoção do Bitcoin como um ativo de proteção contra inflação, usado por traders veteranos de commodities.
“O Bitcoin está sendo negociado com base em suas características essenciais, que são semelhantes às do ouro. Você tem escassez, imutabilidade e portabilidade como ativo não soberano. Ou seja, está sendo negociado da forma que os defensores do Bitcoin sempre desejaram”, concluiu D’Agostino.
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