Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) recua após “virada” do mercado, mas se segura acima de US$ 23 mil; empresas mostram balanços negativos 

Ethereum (ETH) se mantém acima dos US$ 1.700; investidores avaliam possibilidade do inverno no mercado de criptomoedas ter chegado ou não ao fim
Gráfico de mercado

Shutterstock

O mercado de criptomoedas mudou de tendência e passou a operar em terreno negativo na manhã desta terça-feira (9), após registrar valorização durante a madrugada. O Bitcoin (BTC) perde 1,9% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 23.742,87, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) recua 1,8%, para US$ 1.744,17. 

No Brasil, o Bitcoin é negociado com baixa de 2%, a R$ 122.051,59, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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Altcoins também operam no vermelho, entre elas Binance Coin (-3,1%), Cardano (-3,4%), XRP (-1,7%), Solana (-1,6%), Polkadot (-3,4%) e Shiba Inu (-1,1%). Dogecoin vai na contramão e ganha 1,7%. 

token AVAX,  da rede Avalanche, despenca 7,2% nas últimas 24 horas, mas sobe cerca de 17% em sete dias, impulsionado pelo maior volume de tokens não fungíveis (NFTs) desenvolvidos na plataforma de contratos inteligentes. 

Bitcoin hoje 

“O Bitcoin permanece perto de suas máximas recentes, já que traders buscam checar se o inverno cripto acabou”, escreveu o analista sênior de mercado da Oanda, Edward Moya, em nota publicada pelo CoinDesk. 

À Bloomberg, o bilionário Michael Novogratz, fundador da empresa de serviços financeiros cripto Galaxy Digital, disse que o Bitcoin deve permanecer dentro da faixa de preço recente e que os fluxos de capital institucional não têm sido significativos, embora não tenha observado grandes saídas. “O Bitcoin vai ultrapassar US$ 30 mil nesta subida? Veremos – tenho dúvidas”, afirmou Novogratz. 

Apesar do prejuízo de US$ 554 milhões no segundo trimestre, o CEO da Galaxy disse em teleconferência com analistas que a empresa tem US$ 1 bilhão em caixa para aquisições. 

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Balanços de empresas 

A mineradora de Bitcoin Marathon Digital registrou prejuízo líquido de cerca de US$ 192 milhões durante o segundo trimestre, provocado principalmente pela queda do preço da criptomoeda e problemas relacionados à manutenção e uso de energia, informou a empresa na segunda-feira (8). 

O SoftBank, conglomerado japonês com investimentos em empresas cripto, teve perda trimestral recorde de US$ 23,4 bilhões, conforme o CoinDesk. O grupo atribuiu o prejuízo à onda vendedora de ações de tecnologia e rápida desvalorização do iene. 

Em 2021, 28,3% dos R$ 50,22 bilhões aplicados por investidores em startups brasileiras, o equivalente a R$ 14,2 bilhões, vieram dos fundos Latin America I e II, do SoftBank, em 25 rodadas de investimentos, segundo dados da plataforma Distrito divulgados pelo Valor. Essas rodadas deram origem a unicórnios, entre eles o MB e a varejista MadeiraMadeira. 

Fusão do Ethereum 

A programada Fusão da rede Ethereum em setembro tem causado grande divergência nos mercados de opções e futuros, aponta estudo da Glassnode. Ambos os mercados estão em “backwardation” (quando os preços à vista são negociados acima das cotações futuras) após setembro, sugerindo um posicionamento de “compre no boato, venda no fato”, de acordo com o relatório, que destaca a evidência de negociações mais sofisticadas de investidores institucionais no mercado cripto. 

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Crise de liquidez 

Mais uma plataforma de empréstimos de criptomoedas sucumbiu à crise de crédito. A Hodlnaut, com sede em Singapura, suspendeu saques, depósitos e transações de tokens em razão das “recentes condições” do mercado. 

E um comitê de credores da Celsius divulgou um comunicado para avisar que quer investigar a conduta do diretor-presidente da plataforma de crédito cripto, Alex Mashinsky, e de outros “insiders”. A Celsius suspendeu saques em 12 de junho e um mês depois entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA. 

Desafios da Coinbase 

acordo fechado entre Coinbase e BlackRockmaior gestora global de ativos, não garante a reversão do desempenho negativo da corretora cripto número 1 dos EUA, segundo reportagem do Financial Times. O jornal destaca o peso da desvalorização das criptomoedas nos resultados da Coinbase e as investigações conduzidas pela SEC, a CVM dos EUA, sobre supostas práticas irregulares. 

“Incerteza regulatória” teria sido o principal motivo para a venda de ações da Coinbase, disse à Bloomberg Cathie Wood, gestora-estrela da Ark Investement Management, cujos fundos venderam mais de 1,4 milhão de papéis da exchange americana em 26 de julho, o equivalente a US$ 75 milhões na época. 

Para o colunista Jared Dillian, da Bloomberg, a reação morna do mercado à parceria Coinbase-BlackRock envia um sinal de alerta: “Se nem mesmo um voto de confiança da maior gestora de ativos do mundo pode estimular um rali, então o mercado baixista está longe do fim”. 

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Outros destaques  

queda de braço entre a Binance e a exchange indiana WazirX continua. A maior corretora cripto do mundo anunciou que vai deixar de oferecer suporte a transferências de fundos “off-chain” à WazirX a partir de 11 de agosto. As transações “off-chain” ocorrem fora de uma rede blockchain e usam mecanismo semelhante ao das plataformas de pagamento. 

Em entrevista ao CoinDesk, Nischal Shetty, cofundador da WazirX, refutou várias alegações feitas pelo CEO da Binance, Changpeng Zhao, no Twitter, como a de que a empresa indiana não é controlada por CZ. 

Xtage, plataforma de criptomoedas da XP, mira 1 milhão de clientes até o começo de setembro e 10 tokens listados até o fim do ano. “O Xtage nasce com a possibilidade de transação de 3,6 milhões de clientes”, afirmou Lucas Rabechini, diretor de Produtos Financeiros da XP, em entrevista ao Portal do Bitcoin

O número de caixas eletrônicos de criptomoedas ao redor do mundo já soma 39 mil unidadesmostra o ranking com 78 países do “Coin ATM Radar”. Os EUA lideram a quantidade de máquinas, com 34.716 caixas, enquanto o Brasil possui apenas 22 caixas. 

O MB Tokens lança nesta terça-feira (9) mais uma oferta de cotas de consórcio contempladas. Parte do décimo lote de ativos na modalidade, o token CSCONS05 terá valor unitário de R$ 100,00 e rentabilidade estimada de 17,98% ao ano, com liquidação integral prevista em 180 dias corridos. Serão oferecidos 19 mil tokens. 

Regulação e CBDCs 

Com foco em potenciais benefícios econômicos, a autoridade monetária da Austrália decidiu iniciar um programa de pesquisa de um ano para o possível lançamento de uma moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês), informou a Reuters. 

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Na Tailândia, o governo planeja reformular a legislação cripto para conferir mais poderes ao banco central e reforçar a supervisão de plataformas em meio ao colapso de várias corretoras, disse Arkhom Termpittayapaisith, ministro das Finanças do país, em entrevista à Bloomberg. 

No Brasil, assuntos como o marco legal das “startups”, a agenda ESG, influenciadores digitais e criptoativos estão no radar do novo presidente da CVM, João Pedro Nascimento. 

“Embora hoje não exista uma lei específica regulando os criptoativos no Brasil, já é possível estabelecer alguns limites em relação aos contextos em que uma operação que envolve criptoativos na realidade está travestida de uma operação de investimento coletivo”, disse Nascimento em entrevista ao Valor. 

Cibersegurança 

O Tesouro dos EUA proibiu cidadãos e empresas do país de utilizar o Tornado Cash, um serviço de “mixing” de criptomoedas baseado na rede Ethereum. Usuários do serviço, que ajuda a apagar o rastro de transferências de tokens, teriam lavado mais de US$ 7 bilhões com as operações desde 2019. O Lazarus Group, uma organização de hackers apoiada pelo governo norte-coreano, teria usado o Tornado para a lavagem de dinheiro, segundo uma autoridade do Tesouro americano.

A entidade adicionou o Tornado Cash e outras 44 carteiras de Ethereum e USDC à lista que rastreia pessoas, companhias e endereços de criptomoedas sancionados.  O token TORN despenca com a notícia, em baixa de 25% nas últimas 24 horas. 

Greg Dwyer, ex-diretor de desenvolvimento de negócios da corretora BitMEX, decidiu se declarar culpado em vez de inocente em um processo que o acusa de violar a lei contra lavagem de dinheiro nos EUA, mostram documentos judiciais divulgados pelo The Block. 

No Brasil, bancos têm reforçado os investimentos para se protegerem contra invasões de hackers, de acordo com o Valor. Esse e outros temas serão discutidos durante a Febraban Tech, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina que começa nesta terça-feira (9). 

Metaverso, Games e NFTs 

Um grupo de mulheres formado por executivas, empreendedoras e artistas das áreas de tecnologia e mercado financeiro se reuniu para criar uma organização autônoma descentralizada (DAO), chamada Eve. O objetivo é viabilizar investimentos em NFTs, criptoativos e iniciativas no metaverso e web3, além de promover atividades sociais, segundo o Valor