Depois de operar em terreno negativo pelo sétimo dia seguido durante a madrugada, o Bitcoin (BTC) se recupera e sobe 1,2%, cotado a US$ 23.166,31, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) tem alta de 2,5%, negociado a US$ 1.662,91.
No Brasil, o Bitcoin ainda opera estável, em baixa de 0,1%, cotado a R$ 121.065,57, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins avançam nesta sexta-feira (5) como Binance Coin (+6,9%), XRP (+1,4%), Cardano (+2,3%), Polkadot (+4,4%), Dogecoin (+4,3%), Shiba Inu (+2,1%) e Avalanche (+3,3%).
Já a Solana ganha 3,8% nas últimas 24 horas. Pesquisadores de segurança na Otter afirmaram ter encontrado o que poderia ter causado a falha que atingiu 8 mil carteiras de criptomoedas do ecossistema Solana, conforme o The Block.
O aplicativo da carteira Slope teria enviado frases semente de usuários para um servidor centralizado da empresa Sentry. Mas essas frases foram salvas na forma de texto legível, não criptografadas, o que teria dado acesso às chaves privadas.
Bitcoin hoje
O mercado de criptomoedas segue o bom humor de investidores de ações, encorajados por balanços positivos em Wall Street, apesar das constantes preocupações com a inflação e juros mais altos.
Na quinta-feira (4), o Banco da Inglaterra confirmou previsões e elevou a taxa básica em 0,5 ponto percentual, além de alertar para uma recessão no Reino Unido. Nesta sexta, o mercado aguarda o relatório dos dados de emprego nos EUA, que deve dar mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve, o banco central americano.
Ainda no cenário macro, a China anunciou sanções a Nancy Pelosi, na esteira da visita da presidente da Câmara de Deputados dos EUA a Taiwan.
Apesar da alta nesta manhã, o BTC mostra baixa de 2,8% em sete dias, enquanto o ETH acumula desvalorização de 3,7%, segundo dados do CoinGecko.
Outros destaques
Samir Kerbage, diretor de tecnologia da Hashdex, a maior gestora de investimentos em criptoativos do país, disse durante painel da XP Expert que, com oscilação anualizada de 80%, criptomoedas devem ser alocadas de forma estratégica, como forma de diversificação em percentuais entre 1% e 5%, como destacado em artigo do Valor.
Durante conferências na Expert 2022, especialistas disseram que o sistema financeiro deve embarcar na web 3.0. Rodrigo Borges, especialista em criptomoedas da OhmResearch, acredita que “todos os ativos que estão em Wall Street” podem ser tokenizados no futuro.
A Coinbase, corretora de criptomoedas líder nos EUA, e a BlackRock, maior gestora de ativos mundo, anunciaram uma parceria para disponibilizar acesso direto a Bitcoin a investidores institucionais. Segundo comunicado da Coinbase na quinta-feira (4), os beneficiados serão clientes da gestora Aladdin, uma divisão de gerenciamento de risco da BlackRock.
Com o anúncio, as ações da Coinbase chegaram a subir 44% durante a sessão em Nova York, e fecharam com alta de 10% na quinta, o que elevou o valor de mercado da exchange em US$ 2 bilhões. O papel ainda acumula baixa de 64% desde janeiro. “Após essa validação, é possível que a Coinbase consiga fazer parcerias com setores financeiros mais tradicionais”, disse à Bloomberg Owen Lau, analista da Oppenheimer & Co.
A corretora Binance lançou um cartão pré-pago para clientes na Argentina, o primeiro país da América Latina a receber o serviço. O Binance Card é um cartão que a corretora já oferece em outros países em parceria com a Mastercard, que permite a usuários usarem saldos em criptomoedas na corretora para fazer compras no dia a dia.
A Voyager Digital já recebeu várias ofertas por seus ativos além de uma proposta anterior da FTX e da Alameda, disse um advogado da plataforma de crédito cripto durante audiência na quinta-feira (4), informou a Bloomberg Law. O tribunal em Nova York que supervisiona a recuperação judicial da Voyager autorizou a plataforma a devolver até US$ 270 milhões a clientes.
Para aquecer um pouco o inverno cripto, a Revolut planeja aumentar a equipe dedicada a criptoativos em 20% na Europa, Reino Unido e EUA nos próximos seis meses, informou a Bloomberg. A fintech britânica atualmente tem 13 vagas abertas para profissionais cripto, e já contratou 43 pessoas na área neste ano, triplicando o time desde julho de 2021.
A queda do preço do Bitcoin impactou os resultados do Mercado Livre, que teve prejuízo de quase US$ 10 milhões no segundo trimestre. A empresa comprou US$ 7,8 milhões da criptomoeda no primeiro trimestre de 2021 como parte de estratégia de diversificação de carteira, segundo o InfoMoney CoinDesk.
A desvalorização do BTC também afetou os números da Block. A empresa de pagamentos digitais comandada por Jack Dorsey registrou US$ 52,5 bilhões em transações entre abril e junho, abaixo da estimativa de US$ 53,47 bilhões.
Traders de Bitcoin em breve terão a opção de negociar contratos futuros de BTC e ETH denominados pelo euro em uma bolsa regulamentada. A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME) anunciou na quinta-feira (4) que planeja lançar os contratos em 29 de agosto, pendente de aprovação regulatória.
O plano da Bolsa de Valores da Austrália (ASX) de substituir seus principais aplicativos de negociação por um sistema baseado em blockchain esbarrou em mais um obstáculo. A ASX e sua provedora de software, a Digital Asset, dizem que é preciso mais tempo para desenvolver o aplicativo. A bolsa contratou a consultoria Accenture para estudar o projeto, segundo comunicado.
Venture capital
A BH Digital, braço de criptomoedas e ativos digitais da Brevan Howard Asset Management, levantou mais de US$ 1 bilhão com investidores institucionais, informou o Blockworks. É o maior hedge fund cripto já lançado, com capacidade para até US$ 1,5 bilhão. Apesar da queda das criptomoedas, o fundo Brevan Howard Digital Asset Multi-Strategy havia registrado perda inferior a 5% até o fim de junho, disse uma fonte ao Blockworks.
A Coherent, uma startup de dados blockchain fundada por Carl Cortright, ex-Coinbase, levantou US$ 4,5 milhões em uma rodada de capital semente, disse a empresa ao The Block. A rodada foi liderada por Kindred Ventures, Matchstick Ventures e Foundry Group. A Coinbase Ventures também participou da captação.
Regulação e CBDCs
Instituições financeiras em Portugal, entre eles Santander e Banco Comercial, têm fechado contas bancárias de corretoras de criptomoedas que operam no país. As medidas atingiram a CriptoLoja, primeira exchange cripto portuguesa a receber licença do banco central para operar no país e controlada pela 2TM, holding que também é dona do MB no Brasil. Em entrevista ao Portal do Bitcoin, o CEO da CriptoLoja, Pedro Borges, classificou a medida como “um completo abuso” e disse que os bancos não deram uma razão clara para a medida.
“O que é difícil de entender é que nós somos regulados pelo banco central, como os bancos também são. Temos que seguir as regras que eles impõem, e nós seguimos. Ainda assim, preferem não ter negócio conosco e acham que o Estado não faz seu trabalho”, critica Borges.
Outras corretoras cripto portuguesas, como Mind the Coin e Luso Digital Assets, também tiveram contas encerradas.
A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (4) um projeto que aumenta a pena para estelionato e que tipifica o crime de estelionato sentimental. Reportagem recente da Folha revelou o caso de uma vítima em São Paulo que perdeu cerca de R$ 600 mil com um estelionato que começou no Tinder e terminou em uma corretora falsa de criptomoedas.
Nos EUA, uma coalizão de deputados liderada pela presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, Maxine Waters, da Califórnia, deu o prazo até 2 de setembro para que empresas cripto no país forneçam dados sobre suas práticas de diversidade, informou o The Block.
Cibersegurança
A ponte Nomad, que perdeu US$ 190 milhões em criptomoedas devido a uma invasão de hackers, recuperou US$ 19,4 milhões em fundos que foram devolvidos ao protocolo, que conecta diferentes blockchains, de acordo com o Blockworks. A Nomad criou um endereço de carteira para que “hackers do bem” e pesquisadores éticos devolvam os ativos digitais perdidos. Além disso, prometeu uma recompensa de até 10% se os hackers devolverem pelo menos 90% do valor roubado.
Relatório da Chainalysis estima que mais de dois terços de todos os fundos roubados no setor de criptoativos este ano foram resultado de ataques de hackers a pontes, as chamadas “bridges”. Esses protocolos perderam cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões) em tokens, 69% do total levado por invasores.
Metaverso, Games e NFTs
A transmissão de jogos de azar na plataforma Twitch tem atraído um público cada vez maior para cassinos online cripto como o Stake.com, revela reportagem da Bloomberg. No Stake, que tem licença em Curaçao, gamers podem trocar dinheiro por criptomoedas, que podem ser usadas para jogar roleta e blackjack, por exemplo.
Mas muitos usuários têm torrado as economias nos jogos. Apostas com criptomoedas são ilegais nos EUA, embora sejam permitidas em outros países. Um porta-voz do Twitch diz que a empresa conduz atualmente “uma análise profunda do comportamento de jogos de azar no Twitch”.
O Instagram, controlado pela Meta, está expandindo sua iniciativa de tokens não fungíveis (NFTs) para mais de 100 países, segundo anúncio divulgado na quinta-feira (4). A plataforma também vai oferecer suporte para NFTs criados na blockchain Flow. O token nativo da rede dispara 58% na esteira da notícia, mostram dados do CoinGecko.
Os NFTs da Tiffany, conhecidos como NFTiffs, já estão sendo revendidos para lucrar, conforme o The Block. Um usuário teria revendido um NFT “Tiffany x Punk” por 55 ETH, um ganho acima de 80% em relação ao preço quando foi cunhado.
O Match Group, empresa que controla o aplicativo Tinder, recuou em sua aposta no metaverso e token digital. Em carta a acionistas referente ao segundo trimestre, o novo diretor-presidente do Match, Bernard Kim, reconheceu que uma “experiência de namoro no metaverso” teria potencial de “capturar a próxima geração de usuários”, mas citou incertezas sobre o uso e nível de adoção como motivos para dar um passo atrás na estratégia.
“Will of the People”, o nono álbum de estúdio da icônica banda de rock Muse, será lançado em 26 de agosto no formato NFT, o primeiro do tipo a entrar nas paradas do Reino Unido e Austrália.