Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) avançam; mais uma corretora bloqueia saques de criptomoedas

Principais criptomoedas caminham para fechar a semana em alta; ataque rouba quase US$ 100 milhões de bridge da blockchain Harmony
Grafico Bitcoin subindo

Foto: Shutterstock

O mercado de criptomoedas dá sinais de estabilização nesta sexta-feira (24) e acompanha a valorização da maior parte dos índices acionários mundiais. O Bitcoin (BTC), que chegou a dar um salto de 5% nas últimas 24 horas, agora sobe 1,9%, cotado a US$ 20.839, mostram dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) avança 4%, para US$ 1.139.

No Brasil, o Bitcoin registra ganho de 2,5%, negociado a R$ 109.449, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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As principais altcoins operam no azul, com destaque para XRP, que dispara 17%.  Outras moedas digitais em alta incluem Binance Coin (+3,1%), Cardano (+3,5%),), Solana (+4,9%), Polkadot (+3,3%), Dogecoin (+1,3%) e Avalanche (+10%) e Shiba Inu (+0,3%).

No entanto, em meio à manhã positiva, o mercado ainda enfrenta reflexos da recente queda de preços, com mais uma empresa na indústria cripto anunciando a suspensão de saques. Desta vez, foi a exchange de futuros CoinFLEX, que citou “condições extremas de mercado”, além da incerteza em torno de uma determinada “contraparte”, disse o CEO Mark Lamb em nota de blog na quinta-feira.

Lamb disse que a contraparte não é o hedge fund cripto Three Arrows Capital ou “qualquer empresa de empréstimo”. A CoinFLEX espera retomar os saques quando estiver em uma melhor posição “o mais breve possível”.

Hora de comprar?

Muitos analistas se perguntam se chegou a hora de comprar diante da forte desvalorização das criptomoedas. O BTC acumula baixa de 54% desde janeiro, enquanto o Ethereum registra queda de 68% no período, mostram dados do CoinDesk. Em sete dias, as duas maiores criptomoedas mostram recuperação, com alta de 1,9% para o Bitcoin e de 6,4% para o ETH, de acordo com o CoinGecko.

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Durante conferência em Toronto, o fundador da SkyBridge, Anthony Scaramucci, disse que o Bitcoin está “tecnicamente sobrevendido” nos níveis atuais, considerando seu uso crescente em diversas áreas e o crescimento exponencial da atividade nas carteiras.

‘Incondicional’

Caso a economia americana de fato entre em recessão, um provável cenário é a desaceleração dos preços. Com isso, traders começam a considerar que o banco central dos Estados Unidos poderia encerrar o ciclo de altas dos juros em dezembro e, quem sabe, começar a cortar as taxas até o fim de 2023. Essa perspectiva impulsionou as bolsas americanas na quinta-feira (23) e ajudou a animar investidores nos mercados asiáticos nesta sexta (24).

Em audiência no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quinta, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou que seu compromisso de frear a inflação é “incondicional”. A governadora do Fed, Michelle Bowman, afirmou que apoia elevar os juros em 0,75 ponto percentual novamente em julho, o que seria seguido por mais alguns aumentos de meio ponto.

Quando perguntado sobre os próximos passos do Fed em relação ao desenvolvimento de um dólar digital, Powell respondeu: “É algo que realmente precisamos explorar como país” e que “não deve ser uma coisa partidária”, acrescentando que a autoridade monetária poderá enviar uma recomendação ao Congresso sobre o assunto futuramente.

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Crise de liquidez

A corretora de criptomoedas Voyager Digital, que foi socorrida com um empréstimo de US$ 200 milhões da gigante FTX, reduziu em 60% os limites de saque em sua plataforma. Conforme atualização em sua página de suporte, o limite agora passa a ser de US$ 10 mil, ante os US$ 25 mil anteriores, limitados a 20 operações.

E já faz mais de uma semana que Alex Mashinsky, fundador e CEO da Celsius, que também travou saques, não dá as caras nas redes sociais. Um sumiço pouco usual, levando em conta que até pouco tempo atrás o executivo era um ávido usuário do Twitter. A rival Nexus parece não perder tempo e contratou o Citigroup de olho em aquisições no segmento, de acordo com o CoinDesk.

Em artigo no Financial Times, a editora Gillian Tett diz que “as empresas em implosão são as que ostentam uma ou todas as seguintes características: alta alavancagem, oposição à regulamentação, inovações exageradamente complexas e altos gastos em expansão. As outras estão se saindo melhor”.

Salva-vidas

Depois do bilionário Sam Bankman-Fried, dono da FTX, foi a vez do CEO da Binance, Changpeng ‘CZ’ Zhao, prometer ajuda. Em nota no blog da empresa, o executivo afirmou que a exchange continuará comprometida em ajudar projetos cripto com problemas solucionáveis e forte potencial. “Com nossa posição como um dos maiores players do setor com reservas de caixa saudáveis, temos o dever de proteger usuários”, escreveu.

Em extensa reportagem sobre os bastidores da Binance e as estratégias adotadas por CZ para transformar a exchange cripto na maior do mundo, a revista Bloomberg Businessweek traz detalhes da operação mundial da corretora com base em documentos regulatórios, litígios e entrevistas com mais de 40 pessoas, entre empregados, ex-funcionários e parceiros de negócios.  A empresa está na mira da agência reguladora SEC por uma suposta oferta inicial de moeda digital irregular (ICO) nos EUA, possível uso de informações privilegiadas e questões sobre a relação entre a Binance.US e a exchange global.

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“Entendo que você esteja tentando construir algo, mas regras contra a lavagem de dinheiro são importantes”, diz Todd White, sócio-gerente da Rulon & White Governance Strategies, empresa de lobby de Washington focada em criptomoedas. A Binance, por sua vez, vê as investigações como parte de uma negociação de boa fé em andamento com os governos, segundo o artigo.

Na quinta-feira (23), a corretora lançou a Binance Institutional, uma nova plataforma de negociação dedicada a atender usuários VIP e clientes institucionais.

Outros destaques

A equipe da blockchain Harmony informou que a Horizon, sua ponte para a rede Ethereum, foi invadida por hackers que roubaram quase US$ 100 milhões em ETH. A invasão ocorreu na manhã de quinta-feira (23), de acordo com tuíte da Harmony.

A Coinbase Derivatives Exchange, antes conhecida como FairX, vai lançar seu primeiro produto de derivativos de criptomoedas em 27 de junho com o objetivo de atrair mais traders de varejo. Em comunicado ao CoinDesk, a exchange, que é regulada pela CFTC, disse que o contrato futuro de Nano Bitcoin (BIT) tem como alvo um mercado que movimenta US$ 3 trilhões em volume globalmente.

A Uniswap, maior exchange cripto descentralizada do mundo, agora gera mais taxas de usuários do que a Ethereum, a blockchain onde foi lançada. Nos últimos sete dias, o total médio das taxas de usuários da Uniswap aumentou para cerca de US$ 4,1 milhões, superando os US$ 3,9 milhões da Ethereum, de acordo com dados da Crypto Fees publicados pela Bloomberg. Em 1º de janeiro, a rede Ethereum recebia cerca de 10 vezes mais em taxas do que a Uniswap.

A Solana Labs — que representa os fundadores e os principais contribuidores da rede blockchain Solana (SOL) — anunciou o lançamento do ecossistema de software “Solana Mobile Stack” (SMS) e um futuro smartphone chamado Saga, ambos focados no sistema operacional Android. O SMS é um kit de software de código aberto que permitirá o desenvolvimento de aplicativos desenvolvidos para a blockchain Solana.

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Um novo aplicativo cripto, o Beplix, foi lançado na quinta-feira (23) com o objetivo de facilitar o pagamento de boletos e de contas por meio do Pix, utilizando criptomoedas e sem a necessidade de liberação pela corretora, conforme o Valor.

A empresa de caixas eletrônicos de criptomoedas Coin Cloud irá instalar máquinas em 59 unidades da rede de supermercados Cardenas, que tem como foco consumidores hispânicos nos EUA. As máquinas terão suporte para Bitcoin e outras cerca de 40 criptomoedas, entre elas as moedas-meme Shiba Inu e Dogecoin.

A Aspen Creek Digital Corporation, relativamente novata na indústria de mineração de Bitcoin, abriu uma instalação de 6 megawatts no Colorado, alimentada por painéis solares. A ACDC está desenvolvendo outros projetos no Texas, como um centro de 30 megawatts que deve entrar em operação em meados do ano, segundo o The Block.

Regulação, Cibersegurança e CBDCs

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista coletiva na quinta-feira (23) que a entidade está preparada para atuar como órgão regulador do mercado de criptomoedas no Brasil. O projeto de lei que tramita no Congresso sobre o tema estipula que o Poder Executivo irá apontar o regulador. “Acho que a gente tem um trabalho amplo para ser feito. Esse PL é um marco inicial, a gente fala de como regular as corretoras. Temos ainda um caminho bastante longo para percorrer em termos de regulação de criptomoedas”, disse o presidente do BC.

Um dos mercados de maior expansão na adoção de criptoativos, a América Latina deve ganhar vantagem para se expandir com projetos que regulam o setor, segundo relatório da Chainalysis divulgado pelo Estadão.

Stablecoins podem se tornar uma ferramenta sistêmica do mundo financeiro, apesar do recente colapso da TerraUSD, disseram analistas da agência de classificação de risco S&P Global Ratings em webinar na quinta-feira. “O mesmo tipo de regras se aplica – a mesma centralidade de credibilidade se aplica” em criptomoedas como nas finanças tradicionais, observou Paul Gruenwald, economista-chefe da agência, segundo o CoinDesk.

Enquanto isso, pesquisadores do banco estatal russo VEB argumentam que, se o país emitir uma stablecoin lastreada em ouro para pagamentos internacionais, poderia evitar sanções impostas pelo Ocidente na esteira da invasão da Ucrânia em fevereiro. O estudo intitulado “Pagamentos Globais Sob Sanções: Estado Atual e Perspectivas” (PDF em russo) diz que o Ministério das Finanças deve criar um marco para que empresas russas sob sanções saibam como usar criptomoedas.

E por falar em sanções, a corretora cripto britânica Uphold anunciou sua saída da Venezuela. Em comunicado, a empresa justificou a medida devido à “crescente complexidade do cumprimento das sanções americanas”.

Metaverso, Games e NFTs

Cristiano Ronaldo fechou uma parceria com a Binance para lançar sua própria coleção de tokens não fungíveis, que será comercializada na plataforma. De acordo com informações da Reuters, a primeira coleção de NFTs do atacante do Manchester United deverá ser lançada ainda em 2022.

A Sky Mavis, desenvolvedora do videogame Axie Infinity que perdeu mais de US$ 620 milhões durante uma invasão de hackers em março, espera reembolsar usuários em 28 de junho e reabrir a Ronin Network, uma blockchain paralela que faz a ponte entre a rede Ethereum e os tokens do Axie, de acordo com a Bloomberg.

A marca Gucci decidiu fazer parte de uma DAO, sigla de organização autônoma descentralizada, por meio de uma parceria com a SuperRare, um mercado de tokens não fungíveis, segundo o The Block, que cita anúncio de executivos das empresas durante a conferência NFT.NYC.