Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) e altcoins enfrentam correção com US$ 400 milhões em liquidações

Cenário macroeconômico dita o ritmo, com US$ 400 milhões em liquidações de posições que apostavam na alta dos preços de criptomoedas
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Foto: Shutterstock

 O mercado de criptomoedas acentua a queda nesta terça-feira (2), influenciado pelo recuo nas apostas de cortes de juros nos EUA, onde a economia deu novos sinais de aquecimento. Esse clima de incerteza tira força dos contratos futuros dos índices acionários em Nova York e também traz perdas ao mercado global de renda fixa.

Após cair 5% na madrugada, o Bitcoin registra baixa de 3,7% em 24 horas, cotado a US$ 66.973,04, segundo dados do Coingecko.   

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Em reais, o BTC cai 3,7%, negociado a R$ 338.270,19, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB). 

Ethereum (ETH) recua 4,5%, para US$ 3.379,48. 

As principais altcoins também operam em terreno negativo, entre elas BNB (-4,1%), XRP (-2,1%), Solana (-6%), Cardano (-4,7%), Dogecoin (-8,5%), TRON (-2,9%), Chainlink (-2,9%), Avalanche (-7,3%), Polkadot (-5,8%), Polygon (-5%) e Shiba Inu (-5,9%).

Bitcoin hoje

O cenário macroeconômico dita o ritmo dos mercados nesta manhã, com US$ 400 milhões em liquidações de posições que apostavam na alta dos preços de criptomoedas.

 Nos EUA, a atividade manufatureira se expandiu pela primeira vez desde setembro de 2022, o que poderia levar o Federal Reserve, o banco central americano, a pisar no freio em seu plano de afrouxamento monetário.

Na sexta-feira (5), investidores vão acompanhar de perto os números do mercado de trabalho americano para buscar pistas sobre os próximos passos do Fed.

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A menor demanda por fundos de índice (ETFs) de Bitcoin à vista nos EUA também pesa sobre as cotações.

Na segunda-feira (1), traders sacaram US$ 86 milhões de 10 ETFs, que atraíram cerca de US$ 12 bilhões desde que foram lançados em 11 de janeiro, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Enquanto isso, gigantes reforçam a aposta na maior criptomoeda. A Tether, emissora da stablecoin USDT de mesmo nome, agora possui 75.354 bitcoins, o equivalente a mais de US$ 5 bilhões, depois de comprar 8.889 BTC no primeiro trimestre deste ano, mostram dados da Arkham Intelligence.

Desempenho do Ethereum

Em meio à marca de 1 milhão de validadores da rede Ethereum, a segunda maior criptomoeda não tem conseguido acompanhar o rali do Bitcoin.

Enquanto a criptomoeda número 1 quebra recorde após recorde, o ETH está cerca de 30% abaixo de sua máxima histórica de US$ 4.878,26 atingida em novembro de 2021, mostram dados do CoinGecko.

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“O Ethereum é persistentemente perseguido pela falta de reconhecimento de seu nome entre investidores não endêmicos”, disse à Reuters Joseph Edwards, chefe de pesquisa da empresa cripto Enigma Securities. “Há muito mais atividade econômica em comparação com 2020”, mas a criptomoeda deve demorar para alcançar máximas, acrescentou.

O preço do ETH também é afetado pela incerteza em relação à aprovação de ETFs com exposição direta à criptomoeda, devido ao seu “status legal ambíguo”, destacaram analistas à Reuters.

Mas alguns bancos estão otimistas. O Standard Chartered projeta que um ETF de Ethereum deve ser aprovado em 23 de maio – prazo para a resposta à gestora VanEck, a primeira na fila de pedidos –, o que deve elevar o ETH para US$ 8 mil até o fim de 2024 e para US$ 14 mil até dezembro de 2025.

Remorso de fundador da FTX

Condenado a 25 anos de prisão, o ex-CEO da FTX, Sam Bankam-Fried (SBF), foi criticado por não expressar remorso pelo colapso de seu império no dia da sentença.

No entanto, em e-mails enviados à ABC News no último fim de semana, Bankman-Fried disse que se sente “arrependido” por seus atos, mas insistiu que agiu de boa fé.

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“Nunca pensei que o que estava fazendo fosse ilegal”, escreveu em mensagens trocadas com o canal de TV americano. “Tentei manter um padrão elevado e, certamente, não atingi esse padrão.”

SBF também demonstrou empatia pelos clientes lesados. “Ouvi e vi o desespero, a frustração e a sensação de traição de milhares de clientes”, escreveu. “Eles merecem ser pagos integralmente ao preço atual” dos ativos, afirmou, acrescentando que a empresa tinha dinheiro suficiente para pagar suas dívidas.

Outros destaques desta terça

Em projeto de lei que será encaminhado ao Congresso nos próximos dias, o governo brasileiro propõe cobrar o Imposto de Renda sobre operações com criptoativos de acordo com seu equivalente, apurou o Valor Econômico. Assim, um token de renda fixa será tributado de acordo com as regras da renda fixa, por exemplo.

A isenção para transações de até R$ 35 mil deixará de existir dependendo do criptoativo, de acordo com o jornal. O governo também propõe que o IR para vendas de pequenos investidores na bolsa seja calculado a cada trimestre, e não mensalmente como ocorre hoje.

Ainda no campo da regulação, o diretor da Comissão de Valores Mobiliários, Daniel Walter Maeda Bernardo, participará de uma rodada de reuniões com representantes dos segmentos financeiro e de criptoativos/tokenização a partir da próxima semana em Nova York, segundo publicado no Diário Oficial da União.

Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, e Circle, emissora da stablecoin USDC,criticaram partes de uma proposta do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia que introduz critérios mais rígidos para tratamento regulatório preferencial em relação à exposição de bancos a stablecoins, conforme o The Block. De acordo com o documento apresentado pelo comitê em dezembro, determinados padrões precisam ser cumpridos, incluindo baixa volatilidade e liquidez suficiente. Comentários sobre esse documento deveriam ser entregues até 28 de março.

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“Muitos dos requisitos não se baseiam no risco desses ativos para um banco, mas refletem outros objetivos políticos que o Comitê normalmente não incorpora nos requisitos de capital”, disse a Coinbase em carta aos reguladores.

Em Singapura, o banco central incluiu serviços de custódia de criptoativos entre as atividades regulamentadas pela instituição. A Autoridade Monetária de Singapura também incluiu transferências transfronteiriças de dinheiro, mesmo quando os recursos não são aceitos ou recebidos na cidade-estado, e a facilitação da transmissão de criptomoedas entre contas e exchanges, segundo anunciado nesta terça-feira (2).