Traders de criptomoedas fazem uma pausa nesta terça-feira (12), mas o apetite segue alto depois de o Bitcoin romper a marca de US$ 72 mil na sessão anterior. Investidores de renda variável vão às compras enquanto aguardam o relatório de inflação ao consumidor dos EUA, que pode dar pistas sobre os próximos passos do banco central americano.
O Bitcoin mostra estabilidade em 24 horas, cotado a US$ 71.930,22, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe 0,75%, negociado a R$ 361.105,00, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
À espera da próxima atualização nesta semana, o Ethereum (ETH) recua 0,8%, mas ainda perto do nível recorde, a US$ 4.002,20.
XRP avança 10% em 24 horas depois de dar um salto de 20%. Cerca de 300 milhões de tokens XRP (US$ 187 milhões) foram transferidos de um endereço na Binance e depositados em uma carteira desconhecida, mostram dados do rastreador de blockchains Whale Alert.
Outras altcoins mostram desempenho misto, entre elas BNB (+0,4%), Solana (+1,5%), Cardano (-0,1%), Dogecoin (-3,9%), TRON (-1,1%), Chainlink (-4,8%), Avalanche (+1,2%), Polkadot (-2,9%), Polygon (-2,9%) e Shiba Inu (-5%).
Bitcoin hoje
A demanda por fundos de índice (ETFs) de Bitcoin à vista nos EUA parece insaciável, tendo elevado o Bitcoin para US$ 72.881 na segunda-feira (11), mostram dados da Bloomberg.
Os fundos com exposição a criptomoedas bateram um novo recorde de captação, mantendo o cenário positivo registrado há várias semanas. E o Brasil é um dos três países com os maiores fluxos de entrada em fundos cripto em 2024.
Diante de tanto interesse, a gestora VanEck chegou até a reduzir a taxa de seu ETF de Bitcoin à vista para zero, em uma promoção relâmpago.
Rivais buscam aumentar a competição com a gigante BlackRock, que domina o mercado de fundos com exposição direta ao BTC ao lado da Fidelity.
E não são apenas os investidores de varejo que puxam os preços. A MicroStrategy, maior investidora corporativa de Bitcoin, voltou a aumentar suas reservas da maior criptomoeda na segunda-feira (11). Em entrevista à CNBC, Michael Saylor, fundador da empresa de software de análise, disse que, nesse ritmo, o Bitcoin “vai engolir o ouro”, porque tem todos os atributos positivos do metal precioso, mas “nenhum dos defeitos” do ativo.
Com esse cenário, analistas da empresa de investimento AllianceBernstein veem uma probabilidade cada vez maior de que o BTC alcance US$ 150 mil ainda neste ano e não apenas em 2025 como na estimativa anterior.
“Havíamos estimado entradas de US$ 10 bilhões para 2024 e outros US$ 60 bilhões para 2025”, disseram os analistas em nota. “Nos últimos 40 dias de negociação desde o lançamento dos ETFs em 10 de janeiro, os fluxos de ETFs de Bitcoin já ultrapassaram US$ 9,5 bilhões.”
Propostas de Biden para 2025
O presidente dos EUA, Joe Biden, que deve disputar a reeleição contra Donald Trump, revelou sua proposta de orçamento para o ano fiscal de 2025, que inclui um imposto especial sobre mineração de criptomoedas e aplica regras contra o chamado “wash sale” no setor de ativos digitais. As informações são do CoinDesk.
No ano passado, o governo Biden propôs impostos semelhantes, mas que não foram aprovados pelo Congresso.
A regras contra o chamado “wash sale” visam impedir a liquidação de um investimento no prejuízo para em seguida recomprá-lo rapidamente, uma prática que tem prevalecido nos mercados de tokens não fungíveis (NFTs).
Regulação da indústria cripto nos EUA
Travis Hill, vice-presidente do Federal Deposit Insurance Corp., órgão que regula o setor bancário nos EUA, criticou as restrições às instituições financeiras que administram ativos digitais para seus clientes.
Hill, número 2 do FDIC, disse em evento na segunda-feira (11) que as autoridades deveriam adotar uma abordagem mais proativa em relação à tecnologia blockchain. Para ele, a postura atual está impedindo a inovação.
Hill também criticou uma polêmica orientação contábil da SEC para que empresas que custodiam criptomoedas de clientes registrem esses ativos como passivos nos balanços.
O vice-presidente do FDIC destacou o efeito da regra sobre o mercado de ETFs, já que a norma impediria bancos regulados de custodiar criptoativos para gestoras e concentraria esses serviços em uma exchange.
Outros destaques desta terça
A carteira cripto MetaMask testa um cartão de pagamentos totalmente baseado em blockchain e executado na rede da Mastercard, de acordo com materiais promocionais e uma plataforma de testes vistos pelo CoinDesk. O cartão seria emitido pela fintech Baanx e representaria “a primeira solução de pagamentos em web3 verdadeiramente descentralizada”, permitindo o uso de criptomoedas “em compras diárias, em todos os lugares onde os cartões são aceitos”, segundo o material de marketing.
A Consensys, desenvolvedora da MetaMask, não comentou, enquanto a Mastercard apenas disse que a empresa continua focada em sua abordagem de buscar produtos e soluções inovadoras para ativos digitais.
Seguindo os passos de sua rival Circle, a emissora da stablecoin Tether (USDT) também vai lançar o token no protocolo Celo, um ecossistema compatível com a máquina virtual da rede Ethereum. Com a expansão, a USDT passa a estar disponível em diversas blockchains, como Polygon, Solana e Avalanche. A empresa ainda não definiu uma data, mas disse ao The Block que o lançamento deve ocorrer “em breve”. A Celo foi lançada em 2020 com foco em facilitar pagamentos para usuários de smartphones.
O Estado Islâmico está usando cada vez mais criptomoedas como a Tether para captar e movimentar fundos globalmente, inclusive na África, de acordo com o Counter ISIS Finance Group, um grupo de países criado para combater o financiamento da organização terrorista. Segundo nota publicada no site do Tesouro dos EUA e compartilhada pela Bloomberg, o Estado Islâmico tem acesso a cerca de US$ 10 milhões a US$ 20 milhões em dinheiro e outros ativos líquidos.
Em resposta à reportagem, a emissora da Tether disse em e-mail que trabalha com as autoridades para rastrear todas as atividades online e criminosos.
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