Mais da metade das negociações de Bitcoin em corretoras são falsas, diz pesquisa

Segundo estudo da Forbes, 51% do volume diário de negociação de bitcoin nas 157 maiores corretoras do mundo representa “wash trading”
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Mais da metade de todas as negociações de Bitcoin (BTC) reportadas por corretoras de criptomoedas são falsas, ou seja, não são feitas por pessoas reais que querem comprar ou vender o mesmo ativo. Pelo menos essa é a conclusão de uma análise publicada pela Forbes nesta sexta-feira (26)

De acordo com o estudo, 51% do volume diário de negociação de bitcoin relatado pelas 157 maiores corretoras do mundo representa o que é chamado de negociação de lavagem (“wash trading”).

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“Wash trading” é um tipo de operação financeira em que uma pessoa está em ambos os lados de uma negociação, ou seja, um investidor vende um ativo para si mesmo, usando diferentes contas ou carteiras. Isso cria a ilusão de um alto volume de operações.

Esse mecanismo pode ser usado tanto por corretoras para fingir que possuem um volume maior do que o real, ou por traders que podem lucrar ao manipular o volume de um token e lhe conceder uma popularidade artificial. Neste último grupo, o wash trading é mais usado em criptomoedas menores, ou shitcoins, para facilitar a aplicação de golpes como pump and dump por exemplo.

Outras análises indicavam que o wash trading era ainda maior no passado. A Bitwise, por exemplo, apontou em um estudo de 2019 que 95% do volume de negociação de bitcoin informado no CoinMarketCap era falso e/ou não econômico.

A Forbes, por sua vez, estima que o volume diário de bitcoin nas 157 exchanges analisadas foi de US$ 128 bilhões no dia 14 de junho, contra os US$ 262 bilhões relatados pelas próprias corretoras.

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Do total de plataformas analisadas, 21 movimentaram US$ 1 bilhão ou mais em volume diário de trade de bitcoin, com outras 33 exchanges movimentando entre US$ 200 milhões e US$ 999 milhões, seja no mercado à vista (spot) ou outros tipos de trade, como negociações de contratos futuros e perpétuos.

A revista diz ter chegado a esses números através de análises quantitativas e qualitativas, usadas para ajustar o volume relatado pelas exchanges. Para isso, usaram dados de quatro agregadores (CoinMarketCap, CoinGecko, Nomics e Messari) além das próprias exchanges e dois outros provedores de dados de terceiros.

Quanto maior, menos confiável

Já na análise qualitativa, a credibilidade de uma empresa foi analisada avaliando cinco critérios que aumentam ou diminuem a confiança nos dados reportados.

As empresas de confiança mais baixa, de acordo com a Forbes, são aquelas que usam seu grande volume como um atrativo, mas operam com pouca ou nenhuma supervisão regulatória que garanta a confiabilidade nos números reportados, citando nominalmente Binance, MEXC Global e Bybit. 

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“Ao todo, as exchanges menos regulamentadas em nosso estudo respondem por aproximadamente US$ 89 bilhões do volume real, mas reivindicam US$ 217 bilhões”, diz a reportagem.

O problema de wash trading foi reconhecido pela própria Binance no mês passado, após ocorrer um boom do fenômeno quando a corretora removeu taxas para as negociações de bitcoin.

Na ocasião, o CEO da Binance, CZ, disse que o wash trading estava sendo praticado por clientes que queriam aumentar sua classificação dentro da corretora para ter acesso às categorias VIP, que possuem taxas mais baixas de trade e limites maiores de saque.

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