A plataforma de ativos digitais Mercado Bitcoin (MB) e a Fintech Magalu – braço de serviços financeiros da gigante nacional do varejo – fecharam uma parceria para negociação de criptomoedas e fornecimento de cartões.
O acordo terá duas iniciativas. Por um lado, os 9 milhões de clientes da conta digital MagaluPay – que faz parte do superApp da companhia – poderão comprar e vender criptomoedas, através da integração com a infraestrutura do MB. A marca da exchange não será exibida na conta digital; segundo Reinaldo Rabelo, CEO do MB, a tecnologia será fornecida no formato de “crypto as a service”.
Inicialmente, estarão disponíveis três criptoativos para negociação na MagaluPay. Já está definido que Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) estarão nesse primeiro lote. O terceiro token ainda está sendo negociado. Não está descartada a escolha de uma stablecoin para a essa posição.
No entanto, a exemplo do modelo seguido por outras empresas como Nubank e BTG — e, até pouco tempo, a XP —, o sistema prevê apenas a compra e venda de criptoativos. Em um primeiro momento não será possível fazer o saque e a transferência dos tokens para carteiras externas. Isso significa que o usuário não poderá inicialmente fazer a autocustódia dos ativos.
“Há um processo natural de evolução do produto, para permitir que os clientes obtenham todo conhecimento necessário pra explorar os criptoativos”, explica Rabelo. “Saque e autocustódia poderão ser integrados à experiencia futuramente, se essa for a demanda dos clientes”.
Já a segunda iniciativa será o acesso dos cerca de 4 milhões de usuários do MB a um cartão de débito gratuito, da bandeira Mastercard, que poderá ser carregado com os criptoativos mantidos nas contas da corretora. O sistema fará uso da tecnologia de APIs da Fintech Magalu.
O novo cartão, emitido e processado pelo braço digital da varejista – que atua como processadora homologada para mais de 50 companhias do país – será pré-pago e virtual. Clientes do MB poderão converter em reais as criptomoedas que possuem na corretora para carregar e utilizar o cartão, aceito em qualquer estabelecimento que negocie com a bandeira Mastercard.
A intenção é que em breve o meio de pagamento ganhe a função crédito, oferecendo mais conveniência para os clientes.
Esta será a primeira vez que os clientes do MB terão um cartão à disposição para movimentar seus saldos. “A parceria traz mais usabilidade para as reservas em criptoativos e praticidade aos nossos milhões de clientes, que poderão usar o cartão em qualquer compra”, diz Rabelo, do MB.
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As empresas estão trabalhando no desenvolvimento dos sistemas que serão usados no negócio e a expectativa é que os produtos sejam disponibilizados até o final do primeiro semestre.
Planos cripto da Magalu
Para a Fintech Magalu, a parceria também representa a chance de aumentar a cesta de serviços disponíveis aos usuários:
“O Magalu tem como objetivo digitalizar o Brasil. Colocar criptomoedas dentro do nosso sistema contribui com a inclusão e a educação financeira, já que para muitos clientes esse será o primeiro contato com criptoativos”, diz Leandro Hespanhol, diretor comercial e de novos negócios do setor.
Segundo o executivo, nem mesmo o bear market atual do mercado cripto chega a assustar. “É mais um ciclo. O mercado vai se recuperar, assim como a economia do país”. Segundo ele, a recente aprovação da Lei das Criptomoedas pelo Congresso também trouxe mais tranquilidade aos players para criarem novas iniciativas no setor.
Esses projetos não devem parar por aí. Não apenas o potencial de crescimento da compra e venda de criptomoedas é grande dentro do próprio sistema do grupo – a conta digital MagaluPay está inserida dentro do superApp do Magalu, que conta com 37 milhões de usuários – como abre caminho para novas ampliações da adoção dos ativos digitais.
Estão em estudo planos mais a longo prazo, como a adoção oficial de criptomoedas como meio de pagamento dentro do Magalu e também a disponibilização dessa nova modalidade para as empresas que usam o marketplace que opera dentro do aplicativo do grupo.
“Queremos levar a muitos o que hoje é privilégio de poucos”, resume Hespanhol.
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