Imagem da matéria: Mãe e esposa de dono da Minerworld vão explicar venda de Porsche na Justiça
Modelo do Porsche arrolado no processo. Foto: Reprodução

A Justiça de Campo Grande (MS) intimou Mirna Saad Cruz e Yslanda Maria Alves Barros, mãe e esposa do criador da Minerworld, Cícero Saad, para uma audiência em setembro. Elas terão que explicar a venda de um carro de luxo arrolado na ação contra a empresa investigada por pirâmide financeira.

No entanto, a intimação se refere a um processo que segue sobre a venda do veículo, um Porsche Cayenne V6.

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O juiz titular da 2ª Vara de Direitos Difusos Individuais e Coletivos Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho, determinou nova restrição de venda no dia 25 de julho.

Segundo a defesa da empresa 7 Reis, ela teria comprado o veículo da mãe de Saad, Mirna, antes da determinação do bloqueio de bens dos acusados no caso Minerworld — nove dias antes, alegam.

Eles pediram, então, que o carro fosse liberado para o comprador, que afirma ter pago. O valor teria sido enviado para uma conta de Yslanda, esposa de Saad.

A família terá então que apresentar a documentação comprobatória do que foi alegado na ação sob pena de considerar verdadeiros os fatos trazidos pelo promotor, que serão possivelmente refutados com os documentos.

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Juiz do caso Mineworld nega isenção

A Justiça também negou a isenção de encargos jurídicos a Mirna. O magistrado entendeu que ela vendeu um carro por R$ 230 mil e, portanto, a suposição é de que não há pobreza.

“A Sra. Mirna não faz jus aos benefícios da Justiça Gratuita. Ela afirma ter vendido um Porsche Cayenne V6 por R$ 230 mil. Ora, só este bem, que é de luxo e de cara manutenção, afasta qualquer presunção de pobreza da embargada. Uma pessoa pobre, sem dinheiro para pagar custas de processo, não possui um carro de luxo como este”, escreveu o juiz.

Como não foi encontrado o valor do veículo na conta de Mirna, a Justiça crê que esse dinheiro está disponível para ela em outro lugar.

“E nem se alegue que o valor foi arrestado, pois a Justiça não o encontrou na conta da embargada, o que faz crer que estava em outro lugar e ainda disponível à ela”, argumentou o juiz.

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 E acentuou o que determina a lei:

“Registro que os benefícios da Justiça Gratuita estão reservados às pessoas efetivamente necessitadas e que não podem ser reclamados por quem, à toda evidência, não se enquadra na acepção jurídica do termo ‘pobre’, previsto na lei”.

Ex-líder Minerworld

A última movimentação no caso da Minerworld foi no final de julho, quando Ivan Felix de Lima teve seu pedido de agravo de instrumento negado pela Justiça. Ele é apontado como um dos líderes da empresa.

Por meio de sua defesa, o investigado havia pedido a retirada de seu nome da lista de réus em uma ação de crime contra a economia popular movida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

No agravo, ele sustenta que mostrou novos documentos que comprovam que ele não era sócio da empresa e sim um investidor com os demais clientes, e que essas provas não foram analisadas pelo juiz de primeiro grau.

O investigado ressalta, também, que o envolvimento do seu nome tem acarretado diversos transtornos e prejuízos irreparáveis à sua imagem e aos seus relacionamentos.

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