Com o processo de falência da FTX avançando, um personagem inesperado surge na história: o campeão mundial de jiu-jitsu Rashit Makhat é um dos maiores beneficiários dos gastos alucinados de Sam Bankman-Fried. O ex-atleta recebeu US$ 500 milhões da corretora em troca do comando de uma startup de mineração de Bitcoin no Cazaquistão, seu país natal.
A história foi contada em reportagem do The Wall Street Journal e mostra como SBF gastou boa parte do dinheiro que pegou dos clientes e usou de forma indevida em negócios de suas empresas. Segundo os promotores do processo judicial que terminou na condenação de SBF, o empresário gastou US$ 8 bilhões dos fundos de consumidores aplicando em startups e outros investimentos.
Makhat era um dos donos da Genesis Digital Assets, uma companhia de mineração de Bitcoin vendida no início de 2022 ao fundo de investimentos do criador da FTX. O cazaque não é acusado de nenhuma irregularidade até o momento e o dinheiro que recebeu ainda não virou alvo de clawback (quando pessoas e empresas têm que devolver dinheiro recebido de empresas que estavam à beira da falência).
O auge de Makhat como atleta foi em 2011, ano em que ficou em primeiro lugar na categoria até 90 quilos no Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu de 2011, sediado em Lima (Peru).
O campeão conheceu o mundo das criptomoedas em 2016, quando dois alemães foram até o Cazaquistão buscar parceiros para uma operação de mineração de Bitcoin. O país asiático é um dos maiores produtores de BTC do mundo pelo fato de o custo da energia ser muito baixo em comparação com a maioria dos países do mundo.
A reportagem do Wall Street Journal afirma que, apesar do talento como atleta, Makhat não é novo no mundo dos negócios: fez parte do conselho de um banco, da empresa estatal de defesa, de uma telecom e de uma grande companhia de meios de pagamento.
Com 47 anos, Makhat agora dirige uma firma de investimentos de risco em Dubai. Mas sua conexão com o mundo cripto parece ainda forte. Em uma entrevista à imprensa local em 2022, disse sobre o Bitcoin: “Eu não preciso de banco, não preciso de intermediário. Posso transacionar com você de forma direta”.
Caso Sam Bankman-Fried
Segundo o jornal, Sam Bankman-Fried teria comprado a Genesis e colocado mais US$ 500 milhões na firma, que passou a ser avaliada em US$ 5 bilhões. Agora, os especialistas apontam que a companhia se desvalorizou em mais de 80%.
Em novembro do ano passado, um júri de Nova York considerou Sam Bankman-fried culpado de sete acusações, incluindo diferentes tipos de fraude e conspiração para cometer lavagem de dinheiro.
Ainda não se sabe qual será a sentença final de Bankman-Fried, que está prevista para ser divulgada apenas em 28 de março de 2024, como revelou o juiz responsável pelo caso, Lewis Kaplan. O executivo enfrenta o risco de pegar uma sentença máxima de 115 anos de prisão.
De todo modo, a decisão estabelece que Sam Bankman-Fried é culpado de ter cometido os seguintes crimes:
- Conspiração para cometer fraude eletrônica contra clientes da FTX
- Fraude eletrônica contra clientes da FTX
- Conspiração para cometer fraude eletrônica contra credores da Alameda Research
- Fraude eletrônica contra credores da Alameda Research
- Conspiração para cometer fraudes de commodities
- Conspiração para cometer fraudes de valores mobiliários
- Conspiração para cometer lavagem de dinheiro
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