O famoso investidor brasileiro Luiz Barsi, considerado por parte dos analistas o “Warren Buffett brasileiro”, voltou a atacar o mercado de criptomoedas em entrevista publicada no jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (25).
Quando questionado sobre a sua opinião sobre esse tipo de investimento, Barsi foi direto: “criptomoeda é uma fantasia”.
O investidor 83 anos declarou que ter criptoativos como o Bitcoin “não é bom como investimento nem como aplicação”, chegando a dizer que quem investir nesse setor vai perder dinheiro. “É uma questão de tempo”, alertou o investidor.
No entanto, Louise Barsi, a filha do investidor – que também atua no setor financeiro através da plataforma Ações Garantem Futuro (AGF) – participou da entrevista e se mostrou mais contida ao expressar sua opinião sobre o mercado cripto.
“Eu acredito muito na tecnologia por trás. Como investimento, assim como qualquer outra moeda, a gente não investe”, disse a empreendedora. “Nada contra quem investe”, acrescentou.
Aversão ao Bitcoin
Essa está longe de ser a primeira vez que Luiz Barsi expõe sua aversão ao Bitcoin, a principal criptomoeda do mercado.
Em março de 2021, o investidor, que possui uma fortuna estimada em R$ 4 bilhões, disse que “Bitcoin atrai jogadores, não investidores” e que sequer pensa em criptomoeda, algo que na visão dele não tem estrutura nem significado.
“É uma criação de alguém que projeta um futuro nebuloso para poder tirar dinheiro das pessoas e enganar aqueles que não tem uma raiz forte, em termos de fundamento”, disse Barsi na época ao E-investidor.
Em outra ocasião, ele voltou a falar sobre o assunto, mas dessa vez admitiu não ter conhecimento sobre criptoativos.
“Eu sinceramente nem sei o que é o Bitcoin. O Bitcoin é um elemento criado para gerar interesses para alguém ou para um grupo. Não tem patrimônio, não tem estrutura, não tem origem”, declarou em uma live do canal Ações Garantem Futuro.
Os investimentos de Barsi
Barsi reiterou na entrevista ao Valor Econômico sua preferência por investir em ações de empresas que pagam regularmente bons dividendos com o objetivo de obter ganhos de longo prazo. Ele disse que lucrou R$ 300 milhões com essa estratégia só em 2021.
O investidor também revelou que aposta atualmente em empresas como a elétrica Auren, a companhia do setor sucroalcooleiro Cosan, e a Vibra Energia, dona das redes de postos BR e do Banco Mercantil.
Ele também aproveitou a ocasião para criticar a estratégia de investir em fundos de investimento imobiliário (FII), classificando os FIIs como “um conto do vigário”.
Barsi também comentou sua polêmica aposta nas ações do IRB Brasil (IRBR3), que caíram 50,9% em 2021, segundo o InfoMoney. Apesar das quedas, o investidor seguiu confiante na companhia, comprando mais 1,5 milhão de ações do IRB durante as quedas de fevereiro.
Naquele mês, a empresa sofreu um prejuízo líquido de R$ 50,9 milhões, de acordo com a Folha de S. Paulo.
Na entrevista dessa semana, Barsi voltou a defender o IRB e sua estratégia. “Essa empresa, que deveria ter uma situação diferente do que tem hoje, tem dois grandes acionistas, o Itaú e o Bradesco. Então, eles têm a obrigação de reerguer a empresa”, declarou ao Valor Econômico.
“Eu sei que IRB não vai ser boa para daqui a dois dias, mas será boa para daqui a um tempo”, finalizou.