Líder da G44 imita Unick Forex e promete pagamentos via acordos com vítimas

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Saleem Ahmed Zaheer com a esposa (Foto: Reprodução/YouTube)

Em uma nova transmissão pelo YouTube na terça-feira (26), o fundador da G44 Brasil, Saleem Ahmed Zaheer, fez uma nova promessa às cerca de 10 mil pessoas que estão com capital retido na empresa — suspeita de ser uma pirâmide financeira.

Desta vez, Zaheer prometeu que em 72 horas — prazo que acaba na sexta-feira (29) — vai enviar uma proposta de acordo, e que os pagamentos começam a partir da semana seguinte.

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“Nas próximas 72 horas o acordo vai estar no e-mail. Pagamentos se Deus quiser vão começar na próxima semana para todos os que entrarem em acordo”, prometeu.

No entanto, o líder da G44 condicionou o pagamento à retirada dos processos que já correm contra a empresa na Justiça. O próprio Saleem admitiu — e se queixou — na transmissão que está com bens e contas bloqueadas. E segundo ele, essas atitudes apenas dificultaram os pagamentos devidos.

“Minhas contas estão bloqueadas. Minha intenção é pagar. Como tenho outros meios, vou conseguir pagar”. Zaheer não entrou em detalhes sobre como seriam esses “outros meios”, mas agradeceu a “amigos e orações” que o ajudaram.

Velha tática

A oferta de um acordo em troca da retirada do processo é um procedimento que já foi adotado no passado recente por outras empresas acusadas de pirâmide financeira.

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Unick Forex, BWA e Bitcoin Banco são casos conhecidos de empresas que propuseram acordos para pagamentos de dívidas. No entanto, mesmo nos casos nos quais houve assinatura, os pagamentos não aconteceram e milhares de pessoas ficaram no prejuízo.

Nos grupos de vítimas da G44, a postura predominante é de descrédito com a oferta de Zaheer. A maioria crê que o acordo é apenas uma forma de os líderes ganharem tempo e de não realizar pagamento algum no final.

Outros ainda acreditam que os pagamentos podem até ser feitos num primeiro momento, mas que esse montante pode servir como pretexto para uma nova quebra

Na última vez em que apareceu em uma live, em 6 de maio, Zaheer já falava de um acordo “com respaldo jurídico” a ser feito com quem tem dinheiro a receber da G44, mas sem entrar em detalhes. Um dia depois, em áudio enviado a associados, sugeriu um prazo de cinco anos para devolver o capital investido.

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A transmissão também contou com a presença da esposa de Zaheer e também diretora da G44, Joselita Escobar.

Zaheer também criticou as reportagens publicadas na mídia sobre a situação da empresa. De forma vaga, disse que vai agir contra o que chamou de “fake news”.

“Quando chegar a hora, vão ter que explicar. Tudo o que se faz se paga aqui. Não vai ter só defesa, vai ter ataque também”.

Ascensão e queda da G44

Sediada em Taguatinga (DF), a G44 opera no Brasil desde 2017. Ela se define como uma “holding empresarial que faz gestão de empresas do segmento de tecnologia em criptomoedas, mineração de pedras e metais preciosos e prestação de serviços”.

O crescimento do grupo, somado às estratégias binárias de captação de investidores, chamou a atenção das autoridades. Ainda em 2018 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) emitiu um alerta ao público de que a empresa estava operando de forma irregular no Brasil.

Em 11 de outubro, a G44 divulgou em seu site que promoveu uma festa de gala em área nobre de Brasília para celebrar os dois anos de atuação. No entanto, nessa época já eram numerosos os relatos de calotes em pagamentos e de bloqueios em saques de investidores, que já acusavam a empresa de ser uma pirâmide financeira.

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Junto com as denúncias das vítimas vieram ainda investigações da Polícia Civil e do Ministério Público. E nas últimas semanas, a pressão ganhou o reforços de ações judiciais contra o grupo empresarial.

Em abril, a 23ª Vara Cível de Brasília deferiu o pedido de tutela de urgência feito pelos autores e determinou o bloqueio de bens e de contas em nome das empresas G44 Brasil S.A e G44 Brasil SCP.

Em seu site, a G44 afirma que “trata-se de um boato de difamação considerá-la como uma empresa que opere por pirâmide”. Ela diz ainda que não oferece valores mobiliários e que já há um processo de dispensa de regulação junto à autarquia aguardando julgamento.


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