Falso Rei do Bitcoin, Claudio Oliveira, e a esposa Lucinara da Silva Oliveira, dando risada em uma festa
Luciana e Cláudio Oliveira (Foto: Divulgação)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou mais um pedido de Habeas Corpus feito pelo falso empresário Cláudio Oliveira, conhecido pelo apelido de Rei do Bitcoin. A decisão, tomada pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca, foi publicada nesta segunda-feira (30).

O ministro ressaltou que Oliveira foi condenado em instâncias inferiores e foi determinado que não pudesse recorrer em liberdade pelo “grave risco” que representa contra a ordem pública. O esquema criminoso liderado por ele teria lesado pelo menos seis mil pessoas.

Publicidade

O juiz do STJ afirma que o risco de Oliveira ser solto, somado a já ter uma condenação, são os fatores que o fazem negar o Habeas Corpus. “A gravidade concreta evidenciada pela excepcional escala dos crimes pode justificar a prisão preventiva, especialmente com o advento de sentença condenatória, na medida em que se corroboram os indícios de autoria e materialidade”, afirma.

O criador do grupo Bitcoin Banco está preso preventivamente desde o início de julho de 2021.

Em novembro do ano passado, o mesmo ministro Reynaldo Soares da Fonseca negou pedido anterior de HC feito por Cláudio Oliveira. Na ocasião, o membro do STJ disse: “Observa-se, de plano, que o feito mostra-se deficitário de peças essenciais para a completa compreensão da controvérsia”.

Condenação

Em abril deste ano, Cláudio Oliveira foi condenado a oito anos e seis meses de prisão por estelionato e crimes contra o sistema financeiro nacional. A sentença foi do juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba.

O magistrado ressaltou que Oliveira não poderá recorrer da sentença em liberdade, pois os fatos que motivaram a prisão preventiva do empresário continuam presentes: ele poderia dificultar as investigações.

Publicidade

Na decisão, o juiz aponta que a operação do Grupo Bitcoin Banco, criado pelo empresário, era fraudulenta e se baseava na criação de duas empresas: uma listava Bitcoin com preço alto e a outra com preço baixo. As companhias vendiam entre si os ativos e geravam lucros para os investidores.

Mas era tudo uma fachada, segundo a Justiça. Não existiam Bitcoin reais, nem transações e nada era registrado em blockchain. Os números eram maquiado para criar balanços favoráveis e os “resultados” eram apresentados em uma plataforma chamada Fortknox.

“O Fortknox nada mais era do que uma espécie de livro-caixa interno criado pela empresa para registros dessas operações entre exchanges do grupo, denominadas arbitragens, o que atraía os investidores pela ausência de taxas e facilidade para realizar as operações (dentro da mesma plataforma), aumentando a sua lucratividade. O sistema foi projetado para permitir um giro infinito de operações de arbitragem, gerando spreads de maneira desmedida e grande lucro escritural aos investidores, com registro apenas na rede interna Fortknox”, afirma o juiz.

Relembre o caso do Rei do Bitcoin

O empresário Claudio Oliveira, o falso ‘Rei do Bitcoin’, foi condenado por aplicar um golpe de R$ 1,5 bilhão por meio do Grupo Bitcoin Banco, cuja sede ficava em um bairro nobre de Curitiba. A estimativa é que cerca de 7 mil pessoas tenham sido lesadas por ele.

Publicidade

O Grupo Bitcoin Banco, que operou grande parte de 2018, ganhou notoriedade por negociar dentro do seu sistema cerca de R$ 500 milhões por dia, algo que atraiu boa parte dos 7 mil investidores lesados.

No início de 2019, no entanto, a empresa travou os saques. Na época, o falso Rei do Bitcoin disse que o negócio havia sofrido um ataque hacker, o que foi desmentido posteriomente pela Polícia Civil.

A empresa também conseguiu que a Justiça do Paraná aprovasse um processo de recuperação judicial, o que deu mais tempo para ele dilapidar com os recursos captados das pessoas. A recuperação judicial foi transformada em falência.

VOCÊ PODE GOSTAR
Moedas Douradas de Bitcoin em cima de uma superfície preta

Robinhood atrai 400 mil jogadores em quiz sobre Bitcoin com prêmio de US$ 1 milhão

Apenas 615 jogadores saíram vitoriosos do jogo, que será retomado nesta quinta (6) com mais US$ 1 milhão em Bitcoin e Dogecoin
Hayden Davis e Javier Milei

Advogado argentino pede prisão de empresário de criptomoedas ligado ao escândalo da Libra e Milei

Hayden Davis é o empresário de criptomoedas identificado como a suposta figura central por trás do colapso do token promovido por Milei
Imagem da matéria: Sam Bankman-Fried diz que Diddy é "gentil" com ele na prisão

Sam Bankman-Fried diz que Diddy é “gentil” com ele na prisão

O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, está se dando bem com o magnata do hip-hop Diddy na prisão
Imagem da matéria: Deputada pressiona Haddad a dar explicações sobre privacidade do Drex

Deputada pressiona Haddad a dar explicações sobre privacidade do Drex

Deputada federal Carolina de Toni (PL-SC) quer que ministro responda por questões de privacidade do Drex, projeto realizado pelo BC